Crown investe em filiais, tecnologia e treinamentos para crescer em participação no mercado brasileiro

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A trajetória da Crown (Fone: 11 4585.4040) no Brasil está seguindo as diretrizes de sua matriz americana. E isso envolve um planejamento detalhado de todos os passos já dados no país e os futuros investimentos. Com planos de aportes a serem feitos num futuro próximo, a companhia preza pelo longo prazo. Vai investir? Então, qual será o retorno em longo prazo? O que é possível fazer para que o cliente desenvolva uma parceria também em longo prazo?

Rafael Arroyo, gerente de Recursos Humanos e marketing da empresa, recebeu a repórter de Logweb na sede brasileira e falou com exclusividade sobre a evolução da marca no mundo e os próximos passos por aqui.

A companhia surgiu nos Estados Unidos, onde produz muitas de suas tecnologias. Mas, para atender o distinto mercado europeu, criou um centro de desenvolvimento na Alemanha, local que é também considerado o berço de muitas criações da marca. “O mercado europeu é muito diferente do americano. Os continentes usam máquinas muito distintas. Então, a Europa tem um centro de desenvolvimento próprio quase como se fosse uma segunda Crown. As linhas produzidas ali são diferentes das produzidas nos Estados Unidos, mas seguem as mesmas diretrizes”, explicou.

E o Brasil? Segundo o profissional, o país, que possui uma sede própria desde o início de 2012, recebe o que há de melhor produzido nessas fábricas.

A importância do Grupo Crown no setor logístico mundial é inegável. Ele está sempre entre a quarta e quinta colocação em participação de mercado, em termos globais. “Atualmente, temos a quinta maior participação no mundo. Nos Estados Unidos, a marca é líder”, afirmou o gerente.

E um dos focos no Brasil é justamente crescer em participação. Apesar do difícil momento econômico, a empresa acredita que “o Brasil é um gigante. Sabemos que o mercado vai voltar a crescer, irá acordar”, lembrou. Por acreditar que é preciso pensar em longo prazo, atuar no país aguardando sua recuperação econômica é viável, acreditando que nos próximos anos a economia irá melhorar.

“Nós não investimos sem pensar no longo prazo. Acreditamos que os anos de 2016 e 2017 devem ser economicamente bons. Então, já estamos pensando em nossas operações para esses anos”, ressaltou. “A Crown não está desesperada por crescimento, dá cada passo pensando estrategicamente para se firmar com qualidade”, continuou.

Foi essa parcimônia que a levou a abrir a sede brasileira após 5 anos de estudos. A marca já era comercializada nacionalmente desde a década de 1980, por meio de representantes. No entanto, a matriz decidiu que os planos para o Brasil não condiziam com esse estilo de venda, e após 5 anos de planejamento, montou sua base no país. Atualmente, a marca somente é vendida pela sede, com serviço autorizado apenas em locais mais remotos.

 

Investimentos

E um novo aporte já está em andamento. Uma filial será inaugurada em Curitiba, PR, para atender a região Sul. A previsão de início de operação é agosto próximo. “Tirando os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, a região Sul é o melhor mercado para o nosso segmento. O Paraná, com foco em Curitiba, e o Rio Grande do Sul são locais em que estamos focando nossos esforços”, analisou. Três filiais devem ser abertas até o final de 2016. No entanto, os investimentos dependem do andamento do setor.

Em relação a montar uma fábrica no Brasil, não há indícios de que isso ocorra tão cedo. Segundo Arroyo, implantar um polo de produção aqui implicaria num planejamento muito forte de qualificação de fornecedor e mão de obra. “Não permitiríamos que a qualidade dos produtos caísse, sem bons fornecedores e profissionais, apenas para produzir no Brasil. E levaria um tempo muito grande para encontrar essa qualificação”, resumiu.

Sobre lançamentos, a Crown apresentará três novidades durante a CeMAT SOUTH AMERICA, que ocorre em São Paulo, SP, entre os dias 30 de junho e 3 de julho. Mas, o portal Logweb já antecipou vários destes lançamentos.

Entre os importantes clientes, a DHL é destaque desde o início da operação própria da Crown no Brasil em 2012.  A Pepsico também é um importante cliente para a marca.

 

Tecnologia

A automação e semiautomação de processos continuam sendo focos de estudos da marca. Segundo Arroyo, o mercado busca tirar o fator humano dos processos e aumentar a produtividade. No entanto, na logística, os processos mudam constantemente. “A logística depende de muitas variáveis, o que exige flexibilidade. A automação completa das operações limita essa flexibilidade”, lembrou. “Atuamos com a interatividade, conectividade, queremos tornar os nossos equipamentos mais inteligentes e capazes de atuar cada vez mais em longas distâncias, mas sem tirar o fator humano, que consideramos determinante para o funcionamento da logística. Buscamos aliar a automação com o fator humano”, afirmou.

A intenção da Crown, segundo o gerente, é mostrar ao cliente que a logística não deve ser considerada mais um custo, mas, sim, uma etapa do seu processo de produção.

E para atuar com a tecnologia embarcada, o gerente lembra que é preciso ter uma mão de obra muito específica. Por isso, a companhia investe no treinamento de seus colaboradores. “Quando entram na Crown, os técnicos passam por cinco semanas de treinamento, dividido em fases. Uma delas é uma espécie de estágio acompanhando técnicos sêniores no atendimento ao cliente. Todos passam pelo estágio, que dura de duas a três semanas antes de serem responsáveis pelo atendimento de algum cliente”, explicou.

 

Tendências

Redução de custo nos processos e pessoas e aumento da eficiência energética são tendências do segmento. Por isso, a empresa atua para desenvolver tecnologias que melhorem a produtividade dos clientes.

Outra tendência é a locação de máquinas. Atualmente, a modalidade representa 55% dos negócios da Crown, sendo o restante representado por vendas.  “O setor busca por locação. No caso da Crown, nossas máquinas para essa finalidade têm, em média, menos de um ano de uso. E as tecnologias, como o InfoLink, nosso sistema de gestão de frotas, também podem ser locadas com os equipamentos”, lembrou.

Uma curva ascendente também está na procura por empilhadeiras elétricas. E a Crown é conhecida por seus equipamentos elétricos globalmente, com mais de 25 linhas. “Especializamos-nos muito nesse segmento. Mas queremos mostrar que a empilhadeira a combustão tem a mesma qualidade.”

Até 2014, o segmento de empilhadeiras elétricas cresceu exponencialmente. Em 2015, é notada uma redução nas vendas, seguindo o momento econômico desfavorável. “Mas a curva de crescimento para máquinas elétricas é positiva no mercado geral. Os gestores logísticos estão vendo as vantagens das elétricas.” A competitividade acirrada indica que variedade é necessária. Então, atuar com diversos tipos de empilhadeiras é essencial na briga pela participação de mercado.

E para facilitar a compra de equipamentos, a empresa atua com linhas de financiamento, inclusive com taxas similares ao Finame, modalidade que não é usada pela empresa, pois as máquinas são 100% fabricadas no exterior. E o gerente revelou: uma nova linha de crédito muito competitiva está chegando para comprar máquinas Crown.

 

Pequenos clientes e treinamento

Hoje, 50% dos negócios são fechados com pequenos usuários, como supermercadistas. E a Crown está focando suas estratégias também nesse público, pois ainda não conhece com profundidade a empresa. “Se formos falar da marca para grandes multinacionais, todas vão nos reconhecer. Mas as pequenas e médias empresas, às vezes, não conhecem nosso nome ou renome internacional.”

 

Sustentabilidade

Alguns projetos já reconhecidos da Crown ganham destaques no quesito sustentabilidade. Como exemplos estão a empilhadeira retrátil da série RM 6000 e a tecnologia de sistema regenerativo de descida das selecionadoras de pedidos das séries TSP 6500/7000, que reduzem o consumo energético, devolvendo a energia para a bateria durante a descida. O recurso permite a menor troca de baterias, mais produtividade, aumentando o tempo de operação e fornecendo de 12 a 15% mais de tempo de execução para a utilização de energia reciclada.

As máquinas que estão desgastadas a ponto de não poderem ser usadas mais são compradas novamente pela Crown ou devolvidas para a companhia, e remanufaturadas. A Crown substitui as peças necessárias de forma tão criteriosa que a máquina passa a funcionar como uma nova. A ação reduz 85% dos poluentes e detritos que poderiam ser emitidos ao produzir uma nova. Os equipamentos remanufaturados são colocados à venda por preços mais baixos, na linha de empilhadeiras renovadas Crown Encore.

No mundo, a companhia reduziu, reciclou e reutilizou 147.418 toneladas métricas de materiais nos últimos 5 anos. Ao utilizar o transporte ferroviário em fábricas nos Estados Unidos, são economizados11.000 quilômetros por semana; e 1.288 barris de petróleo são economizados por ano realizando o transporte ferroviário dos Estados Unidos para diversos destinos.