Jungheinrich prepara novidades na CeMAT e comenta sobre suas atividades futuras no Brasil

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A companhia alemã Jungheinrich (Fone: 11 3511.6295) continua apostando no Brasil. Prova disto é que nos próximos dias 30 de junho e 1 a 3 de julho irá apresentar novos equipamentos de intralogística durante a CeMAT South America.

No Brasil há 11 anos, a empresa traz pela primeira vez ao país dois tipos de trailers para rebocadores, nos modelos GTE e GTP. O primeiro é um trailer em formato de “E” que transporta cargas de até 1.200 kg, com plataforma própria para elevação e descida da carga. Já o modelo GTP tem formato de pórtico e foi desenvolvido para rebocar cargas de até 1.000 kg. A carga transportada é empurrada embaixo do pórtico, travada e erguida com o acionamento de um botão.

Outra novidade é a selecionadora de pedidos End-Rider, desenvolvida e produzida no centro de desenvolvimento da Jungheinrich em Houston, Estados Unidos. A nova máquina, modelo ECR, tem capacidade para até 3.600 kg, plataforma embarcada e pode ser usada para transporte de longas distâncias, para carregar e descarregar caminhões e, também, para seleção de pedidos em estantes baixas.

Novas empilhadeiras a combustão, a diesel ou gás, também serão apresentadas durante a feira. Os novos modelos, DFG/TFG 316-320 e DFG/TFG 425-435, têm capacidade de até 3.500 kg e elevação máxima de 7,5 metros. Fabricados em Moosburg, na Alemanha, os modelos têm motores industriais Kubota. Segundo Marek Scheithauer, responsável pela linha de empilhadeiras a combustão, “os motores foram testados em operações pesadas de vários países, com diferentes condições climáticas, e mostraram alto torque com baixa rotação”.

A companhia também está relançando o rebocador EZS série 5. A nova geração dos rebocadores tem maior capacidade de carga, conseguindo rebocar trailers com até 9 toneladas. Pneus superelásticos permitem o uso interno e externo do equipamento, e em pisos irregulares. Motores de 48 V baseados na última geração da tecnologia AC trifásica possibilitam a rápida aceleração e velocidade de até 18 km/h.

Funcionalidades das máquinas já disponíveis no Brasil também serão expostas na feira. Dentre elas está o “Curve Control”, responsável por reduzir automaticamente a velocidade dos equipamentos quando o operador faz uma curva, minimizando riscos de acidentes, como tombamento. Já o “Shock Protect” é um sistema patenteado que, por meio de molas e amortecimento hidráulico, distribui o peso do equipamento, mantendo as rodas de apoio sempre no mesmo nível.  O sistema protege a carga de avarias ocasionadas por impactos nas irregularidades do piso e protege a coluna e os joelhos dos operadores.

 

Executivos comentam os próximos passos no país

Durante entrevista para Logweb, Vigold Georg, o novo diretor geral da Jungheinrich no Brasil, revelou que a empresa está reorganizando a cobertura nacional.

Apesar da queda de 15 a 20% nas vendas de equipamentos que o mercado vive, a companhia segue investindo para crescer no país, buscando minimizar o reflexo do declive dos negócios. “Não há planos de contingência em função da redução nas vendas. Estamos indo na contramão do setor, que está segurando investimentos”, afirma Georg.

“Em algum momento a chave vai virar nas empresas e o mercado consumidor vai voltar a investir em equipamento”, continua Lars Möhlmann, supervisor de locação e equipamentos usados.

 

Filiais

Hoje, as regiões Sul e Sudeste, os maiores mercados, são atendidas de forma independente, sem revendedores. Uma nova filial em Curitiba, PR, será aberta em breve para atender o mercado paranaense e parte do catarinense. O Rio Grande do Sul, que era assistido por meio de representante, também terá filial responsável pelo Estado e, também, Santa Catarina. Belo Horizonte, MG, terá um escritório de vendas direta para o Estado, excluindo o Triangulo Mineiro, nos mesmos moldes da atuação em São Paulo.

A região Nordeste é atendida por meio de dois representantes, sendo um para a Bahia e outro para Pernambuco, Ceará e Alagoas. Manaus, AM, terá um representante da marca em breve, que também poderá atender o Pará, fato ainda indefinido. O Centro-Oeste também terá um representante, que ainda atenderá o Triângulo Mineiro.

Cada representante vai ter uma equipe de técnicos com o mesmo nível de conhecimento e atendimento dos técnicos próprios da empresa. Para isso, representante e Jungheinrich ser uniram para investir em treinamento técnico.

 

Setores em destaque e durabilidade de equipamentos

“Os setores que atendemos são bem diluídos, desde o automobilístico até o varejo, farmacêutico. Não há um mais importante. Notamos que os Operadores Logísticos são um grande potencial de negócios. Eles ainda trabalham muito com paleteiras manuais, ainda estão passando por um processo de modernização”, explica Georg. “Há uma visão de que é melhor pagar mão de obra mais barata e não modernizar os equipamentos. Mas é melhor pagar mais caro por equipamentos produtivos. A produtividade da mão de obra do Brasil é muito baixa. Se as empresas fizerem um cálculo, vão notar que é melhor investir em modernização”, ressalta.

Esse tema vai ao encontro de uma filosofia seguida pela Jungheinrich, nem sempre adotada pelo mercado: continuar fabricando produtos de longa duração. Como Georg lembra, os bens de capital estão passando por uma fase de produção em que não são desenvolvidos para durar, como ocorre com os bens de consumo, tais como eletrodomésticos. Isso acontece, de acordo com o diretor geral, pelo fato de as companhias estarem em busca de retorno financeiro rápido e que acompanhe o ciclo de investimentos do comprador. “Nós continuamos produzindo bens com garantia de que irão durar um longo período. A nossa intenção é fazer com que a máquina dure cada vez mais.”

Um exemplo da longa duração das máquinas Jungheinrich: há poucos meses a companhia recebeu de volta uma máquina com mais de 29.000 horas de operação, em 3 turnos, que esteve locada durante seis anos.

 

Elétricas x combustão

Conhecida por suas máquinas elétricas em todo o mundo, no Brasil Jungheinrich lida com um mercado que prefere os equipamentos a combustão. “Já vemos algumas mudanças quanto à percepção da máquina elétrica no Brasil. Mas o país ainda prefere a combustão”, explica Möhlmann. “A máquina a combustão é mais barata para compra. Mas, no ciclo total da operação, a elétrica se mostra a opção mais barata.  A geração de energia da elétrica é mais barata em longo prazo”, continua.

A companhia redesenhou sua linha a combustão, tornando as máquinas mais simples, eliminando peças desnecessárias. O foco é fazer a máquina funcionar por mais tempo, com menos manutenção. Hoje, informam os executivos, a linha é mais competitiva em termos de preço e aguenta operações bruscas e severas, mesmo com estrutura mais simples. “Fizemos um estudo global para construir a máquina mais simples. Ela foi desenvolvida para mercados emergentes. Foi, inclusive, testada no Brasil antes do seu lançamento”, completa Georg.

 

Produção nacional

A Jungheinrich não descarta produzir no Brasil, mas este não é um projeto para logo. Segundo Georg, é muito caro fabricar aqui. “Só levando em consideração a inflação anual, já não compensa ter produção local. Com a valorização do dólar, é mais barato importar em euro e não produzir aqui.”

 

Locação

A área de locação também está recebendo investimentos. Segundo Möhlmann, o foco é sempre buscar atender o que o cliente quer. “Se ele tem orçamento suficiente para comprar, oferecemos a compra de equipamentos. Se não, fazemos a locação, em prazo de 3 e 5 anos, com equipamento e serviços incluídos. Isso significa que não há gastos com manutenção não previstos. O que interessa para nós é a quantidade de máquinas no mercado, independente de serem compradas ou locadas”, continua Georg.

Locação de máquinas usadas também é possível. A companhia é responsável por fazer a revisão da máquina e notar se ela está apta para a locação. E esse modo de locação é foco estratégico, buscando aumentar o índice de locação de máquinas usadas para curto prazo.

Com mais de 600 variações de equipamentos, o portfólio da empresa permite que o cliente encontre o que procura. Caso não encontre, a fábrica na Alemanha também se dedica a projetos especiais, customizando o equipamento seguindo as necessidades do cliente. Uma máquina blindada com proteção contra explosão foi trazida da Alemanha para ser locada para um cliente no Brasil, por exemplo. Os modelos com proteção contra explosão já estão disponíveis para o país, e incluem medidas de segurança como apoio de braço e assento revestidos em tecido antiestático, caixa resistente à pressão com cabos e botão de parada de emergência, monitor de temperatura e cabo eletroestático.

 

Peças

Melhorias em disponibilidade de peças também é foco. A central de Hamburgo, por exemplo, tem mais de 98% de peças disponíveis. Agora, a intenção é ampliar essa disponibilidade de peças em Itupeva, SP.

Também pensando na manutenção rápida, agora os técnicos podem chegar até o cliente com a solução que ele precisa logo na primeira visita. Isso, pois foi feito um investimento em frota de vans com peças para que os técnicos façam os reparos nas máquinas dos clientes em uma única visita. O serviço está disponível para o Estado de São Paulo.