Cabotagem – Logweb Ed. 161

selo_logwebdigitalPorto Itapoá ampliou serviço de cabotagem e Mercosul

Desde março último, o serviço de cabotagem operado pela Aliança Navegação e Logística (Fone: 11 5185.3100) ampliou suas escalas de serviços no Mercosul, e adicionou mais uma escala no Porto Itapoá em seu Anel 5. O novo serviço no terminal tem escala direta (sem transbordo) para os portos de Punta Pereira (Uruguai) e Rosário (Argentina).  A implementação deste novo Anel tem como objetivo ampliar a cobertura no Mercosul, facilitando a operação e oferecendo novas opções aos clientes de Santa Catarina e do Paraná. Para o melhor atendimento do mercado, o navio Santa Fé terá saídas de Itapoá quinzenalmente, complementando o Anel 3 que conta com dois navios escalando semanalmente nos portos de Buenos Aires, Zarate, Montevidéu e Itapoá. Atualmente, três Anéis da Aliança fazem escala no Porto Itapoá: Anel 1: Rio Grande, Imbituba, Itapoá, Santos (Embraport), Santos (Santos Brasil), Itaguaí (Sepetiba), Salvador, Suape, Pecém, Vila do Conde e Manaus; Anel 3: Buenos Aires, Zarate, Montevideo, Rio Grande, Itapoá e Santos (Santos Brasil); Anel 5: Rosário, Itapoá, Santos (Santos Brasil) e Punta Pereira. O foco da Aliança para este ano é aumentar ainda mais a sua atuação no transporte de cabotagem de carga de projeto. Em 2014, a empresa afretou um navio do tipo multipropósito para carregar equipamentos com grandes dimensões e volumes, entre eles, transformadores, reatores e turbinas. Nomeado de “Aliança Energia”, o navio tem capacidade para transportar, aproximadamente, 19 mil toneladas de carga e é equipado com três guindastes, que juntos podem içar peças de até 800 toneladas.

 

Especialistas apontam: frota de cabotagem está pronta para atender mercado

Diferente da navegação de apoio marítimo, que possui uma exigência para a contratação de conteúdo local, o segmento de cabotagem possui condições mais flexíveis e praticáveis que requerem índices mínimos para a fabricação de embarcações no Brasil. Porém, os pedidos de encomendas ainda esbarram em entraves como custo elevado para a construção e dificuldade no cumprimento dos prazos. De acordo com o vice-presidente do Sindicato Nacional das Empresas de Navegação Marítima – Syndarma (Fone: 21 2233.0230), Luis Fernando Resano, esses são os principais dilemas vividos pelas armadoras na hora de escolher entre a produção nacional ou recorrer à importada. Além disso, a falta de disponibilidade e capacidade dos estaleiros para construção de navios de porte bruto são outros problemas enfrentados pelo setor, que precisa fabricar navios capazes de suportar até 60.000 toneladas. Mesmo com todos estes desafios, Resano acredita que o mercado nacional possui condições para competir em igualdade com o mercado internacional, pois as altas taxas de impostos para a importação, que podem chegar a 50% do valor da encomenda, deixam as estrangeiras em desvantagem. “É preciso ter um bom capital para importar navios”, acrescenta. Para o vice-presidente do Syndarma, a decisão de construir embarcações no Brasil ou encomendar no exterior vai depender da necessidade do armador. Se existe urgência para operar, por segurança as empresas optam pela produção internacional devido à agilidade, mas se for uma demanda de longo prazo, a vantagem é utilizar conteúdo local. Resano também fala sobre a expansão deste modal. Segundo ele, apesar do desequilíbrio na matriz dos transportes brasileira, com a preponderância do modal rodoviário, o fato é que a cabotagem cresce de 10% a 12% ao ano no País, por ser economicamente mais barata e sustentável. “As empresas estão investindo no transporte, ninguém vai comprar um navio para deixar parado enquanto não tem carga. O custo é muito elevado e por isso o navio precisa estar rodando. O que precisa é ter carga com regularidade e volume. A frota de cabotagem está pronta para atender o mercado”, destaca o vice–presidente da Syndarma ao afirmar que o setor está preparado para atender novas demandas. De acordo com o diretor da Agência Nacional de Transportes Aquaviários – ANTAQ (Fone: 61 2029.6500), Fernando José de Pádua Costa Fonseca, uma das soluções para incentivar ainda mais o transporte de cabotagem é prestigiar o armador brasileiro. “Podemos conseguir um frete muito mais em conta apesar do risco Brasil. Nosso custo portuário é muito elevado, então precisamos incentivar os armadores brasileiros e melhorarmos as condições do nosso custo de logística.” O diretor da ANTAQ acrescenta que estas iniciativas possuem um efeito cascata positivo para o setor. Isso porque ao investir em estaleiros de reparação naval para navegação de cabotagem e pensando na questão de tripulação, custo de praticagem no Brasil e uma série de transações, é possível estimular a navegação de cabotagem e os armadores brasileiros teriam uma demanda de construção de embarcações novas e reparação naval capaz de sustentar pelo menos os estaleiros do Rio de Janeiro.