Papel e Celulose – Briga é pelo preço do frete

Uma transportadora e um embarcador falam deste segmento diferenciado – pelas características do material transportado – dentro do Top do Transporte.

Primeiro, em destaque, os problemas: concentração de volumetria para os últimos dias do mês; lead time apertado, com tempo de carregamento demorado, influenciando negativamente no cumprimento do mesmo; frete baixo, em função do valor agregado baixo do produto; e avarias do produto no carregamento e descarregamento.

Para Frederico Krempel, gerente de transportes da AGV Logística (Fone: 19 3876.9000), que elaborou esta lista, as soluções envolvem: planejamento entre vendas e produção para redução da sazonalidade das entregas; acompanhamento de OTIF, garantindo o prazo das entregas; e veículos dedicados nas rotas, obtendo ganho de escala, com alta produtividade, compensando, assim, o valor do frete baixo.

Mario Macaggi Neto, gerente de logística da Adami – Madeiras (Fone: 49 3561.3000) – empresa dedicada à plantação e ao beneficiamento de madeira, produção de papel, portas, energia e embalagem de papelão ondulado – diz que os maiores problemas envolvem a ausência de iniciativas inovadoras por parte dos transportadores, auxiliando o embarcador na solução de seus gargalos. Os mesmos métodos de transporte e atendimento a clientes persistem há anos neste segmento.

“A solução viria através da discussão conjunta dos problemas enfrentados, buscando o melhor atendimento ao cliente comum. É o atendimento do ‘cliente do cliente’, sem a abordagem estritamente financeira que impera hoje nas relações”, declara Macaggi Neto.

Ainda de acordo com o gerente da logística da Adami, as transportadoras possuem informações atualizadas diariamente na relação do cliente do embarcador. É o cartão de visita na relação cliente x fornecedor. De posse destes importantes dados, ela poderia criar formas de transmitir ao embarcador os anseios e as necessidades imediatas destes clientes com relação ao transporte, gerando um banco de dados para análise conjunta das diversas situações que surgem. “Busca-se com isso soluções conjuntas e profícuas num mercado extremamente competitivo, onde os níveis de serviços fazem o diferencial.”

Macaggi Neto também lembra que ultimamente houve uma deterioração da relação embarcador e transportadora por conta dos achatamentos dos preços de fretes, decorrente da situação econômica do País e da excessiva oferta de transporte. Como consequência, as oportunidades viraram, com poucas exceções, uma discussão sobre valores de tabela de fretes.

Krempel, da AGV Logística, fala, agora, pelo lado das transportadoras. Primeiro, diz que todas as soluções apontadas por ele no começo desta matéria são sugestões da transportadora, apresentadas e discutidas com o cliente e posteriormente implementadas. “Atualmente, o relacionamento entre cliente e transportadora é bem melhor do que há alguns anos, pois o cenário competitivo e com foco em redução de custo tem direcionado ambos os lados na busca de soluções criativas que só são possíveis quando se senta à mesa para uma discussão franca e objetiva”, complementa, discordando da visão do embarcador.

Krempel também fala das novidades em tecnologias que ajudaram na atuação entre embarcadores e transportadoras. Segundo ele, a instalação dos rastreadores nos veículos garantiu que as informações durante a viagem fossem acompanhadas on-line, assim o cliente tem a garantia de que o produto vai chegar no prazo combinado ou de ser proativo, no caso da ocorrência de algum imprevisto.

Para a Adami, entre as melhorias que os transportadores podem implementar em suas atividades que poderiam auxiliar no trabalho do embarcador está o follow-up constante – acompanhar/arquivar/disponibilizar – do feedback dos clientes do embarcador com relação às cargas que recebem, relacionados à janelas de descargas, perfil dos veículos, montagem da carga, paletização, estrutura de descarga e armazenagem e equipamentos de movimentação. “As operações logísticas necessitam de informações em tempo real para apresentar soluções urgentes e convenientes”, completa.

Finalizando esta pequena análise do segmento, os entrevistados avaliam o Prêmio Top. “Prêmios como este destacam e divulgam as melhores práticas, demonstrando o quanto a logística tem contribuído para melhor atender o cliente”, aponta Krempel, da AGV Logística.

Para Macaggi Neto, da Adami, o Prêmio é extremamente importante. “Sinaliza ao mercado o que existe de inovação e diferenciais na prestação de serviços dos fornecedores de serviços de transportes.”