Empregadas para facilitar a carga e a descarga nos mais diversos tipos de veículos de carga, as plataformas elevatórias veiculares têm tido uma grande aceitação no mercado.
Pelo menos é o que aponta Jorge Franchi, diretor de novos negócios da MKS Marksell (Fone: 11 4772.1100). De acordo com ele, o segmento de plataformas elevatórias veiculares de carga apresentou, nos últimos anos, um crescimento de 45% no mercado nacional e em toda América do Sul. “Cada vez mais as empresas de transportes buscam se modernizar e otimizar o tempo de carga e descarga de seus veículos, visando ao aumento de produtividade e à redução de custos operacionais.”
Ainda segundo Franchi, em 2015, e diante do cenário político e econômico do país, o segmento registrou baixas e uma pequena retração em virtude do encolhimento da indústria automotiva e de implementos rodoviários. “Esta redução impactou diretamente nas projeções de venda do segmento, fazendo com que as empresas adotassem novas estratégias de vendas e marketing para resgatar os níveis de 2012-13. A redução do crédito também vem sendo fator para redução do volume de vendas, já que as empresas de transportes, concessionárias e indústrias no Brasil contam com subsídios e linhas de créditos do governo para estimulo do segmento”, completa o diretor de novos negócios da MKS Marksell.
Também fazendo um balanço do segmento, o engenheiro Edison Salgueiro Jr., diretor da Tailtec Equipamentos Hidráulicos (Fone: 11 3686.8669), lembra que o mercado de plataformas elevatórias veiculares esteve bastante aquecido até o final de 2014, até quando vinha mantendo taxas anuais de crescimento bastante significativas.
“Neste ano de 2015 – continua Salgueiro Jr. –,até o momento, estamos experimentado uma acentuada queda, seguindo o mercado de caminhões e carroçarias, arrastados, obviamente, pela queda da economia em geral. Temos expectativas de que o volume de vendas se estabilize no segundo semestre de 2015 e retome o crescimento somente em 2016.”
Alexandra Kyrillos, diretora da Cargomax Equipamentos Industriais (Fone: 21 2676.2560), também faz sua análise, mas ressaltando que a sua empresa entrou neste segmento ainda em 2015, com o lançamento da plataforma veicular em parceria com a Engipro. “Podemos observar que é um mercado em crescimento e com oportunidades para novos players”, destaca Alexandra.
Indústria nacional sem apoio
À parte dos problemas que enfrentamos no momento, outros também afetam o bom desenvolvimento do segmento, como a falta de apoio à indústria nacional.
Franchi, da MKS Marksell, é bem claro: “os problemas do segmento que podemos destacar são a falta de apoio à indústria nacional para linhas de credito que visem aumentar o fôlego das empresas para investimentos em tecnologia e novas linhas de produção/equipamento e baixos índices de utilização de plataformas de carga comparados com os mercados americano e europeu, que atingem 90% da frota de caminhões utilizando qualquer tipo de mecanismo operacional”.
Para o diretor de novos negócios da MKS Marksell, parte da solução depende do Estado, com a implementação de planos de incentivo e proteção à indústria nacional para desenvolvimento e expansão de suas operações e, culturalmente, a mudança do pensamento do empresariado brasileiro que ainda enxerga a plataforma veicular de carga como uma despesa “necessária” e não como um investimento a curto, médio ou longo prazo a depender da sua operação e tempo de retorno do investimento (ROI).
“Ainda existem empresas que optam por dois a quatro ajudantes em sua operação, ao invés de investir na compra de uma plataforma veicular e reduzir suas despesas operacionais. Isso inclui a redução do tempo de carregamento, já que a operação fracionada tem o tempo estimado de 3h00 e com a plataforma veicular esse tempo cai para 1h00. Resultando, inclusive, em uma economia de 47% em ativo fixo, uma vez que o mesmo serviço poderia ser executado com metade da frota. Além disso, o uso de cargas paletizadas e plataformas hidráulicas reduz substancialmente a ocorrência de danos à carga e à saúde do trabalhador, o que reverte de imediato em menores custos de seguros, perdas de faturamento, perdas de produto e passivos trabalhistas e melhoram a imagem da empresa junto ao mercado”, explica Franchi.
Salgueiro Jr., da Tailtec, também aponta os maiores problemas no segmento. “Apesar da existência de uma Norma brasileira (ABNT NBR 15652), ela ainda não é obrigatória. Tornando-se essa Norma obrigatória, como ocorre na Europa e América do Norte, os equipamentos passariam a ter a necessidade de possuir uma homologação do INMETRO e, consequentemente, uma série de itens de segurança que são previstos na Norma, o que traria um balizamento técnico muito importante para o mercado, com uma significativa redução de acidentes com os operadores e com as cargas. Hoje, os fabricantes colocam milhares de equipamentos anualmente no mercado sem que para isso seja necessária nenhuma aprovação, inspeção ou testes, o que significa um enorme risco para a segurança.”
O diretor da Tailtec também aponta as possíveis soluções para este problema, como a exigência, por parte dos órgãos governamentais competentes, da aplicação da Norma, o que traria um nivelamento tecnológico com um grande aumento de segurança.
Alexandra, da Cargomax, por sua vez, cita os problemas do segmento com base nos niveladores de docas e a operação das plataformas elevatórias veiculares nestes equipamentos: superdimensionamento ou subdimensionamento dos niveladores de doca, causando posteriormente problemas de operação para o cliente; falta de padronização na altura de nossa frota de caminhões; falta de padronização nas alturas das docas; falta da manutenção preventiva nos equipamentos, o que, se realizado, prolonga a sua vida útil e descarta a possibilidade de paradas não previstas; e falta de treinamento para os operadores. “Como sabemos que essa padronização está longe de ser atingida aqui no Brasil, nos resta oferecer para os clientes a melhor solução para carga e descarga”, diz a diretora da Cargomax.
Previsões otimistas
Já fazendo previsões para o segmento no médio prazo, os participantes desta matéria especial estão otimistas.
“A previsão do segmento a médio e longo prazo é otimista para a Marksell. As projeções são de aumento de participação do mercado e consolidação da marca internacionalmente. Por outro lado, vivemos um momento de instabilidade econômica no Brasil que impacta diretamente o segmento de implementos”, avalia Franchi, da MKS Marksell.
Salgueiro Jr, da Tailtec, também diz que as previsões desse segmento continuam sendo muito otimistas para o médio prazo. “Passando essa fase de turbulência de nossa economia, entendemos que será retomada a taxa anual de crescimento de 15% a 20%, movida pela necessidade de segurança e agilidade na distribuição de cargas paletizadas ou em rollteiners, bem como a significativa evolução das operações logísticas.”
E Alexandra, da Cargomax, completa: “ainda não tenho números, mas estamos bem otimistas, pois estamos com muitas cotações”.
Novidades tecnológicas e de infraestrutura
À parte dos problemas, os representantes destas empresas apontam as novidades tecnológicas e de infraestrutura nos equipamentos que oferecem.
No caso da Cargomax, Alexandra relaciona: válvula elétrica de segurança em cada um dos quatro cilindros; buchas autolubrificadas; acionamento elétrico por botoeira remota; e componentes elétricos e unidade hidráulica protegidos em compartimento de fácil acesso, com trilhos deslizantes.
Na citação de Franchi, da MKS Marksell, a novidade tecnológica do mercado é a entrada definitiva da linha de plataformas em alumínio com menor impacto residual na capacidade de carga do veículo e implementação de sistemas de interação entre as plataformas, operadores e caminhões com cabo ou wireless.
No caso da Tailtec, as novidades são os próprios equipamentos com capacidade de carga de 750 ou 1000 kg, dotados de mesa em alumínio para instalação em veículos VUC, para a distribuição em grandes centros urbanos, e equipamentos com capacidade de carga de 2500 kg, com mesa em alumínio para a distribuição paletizada de bebidas.“Temos, ainda, outras novidades: o chassi galvanizado a fogo, que aumenta a resistência à corrosão; recobrimento da mesa com película antirruído, que possibilita a operação noturna no centro da cidade sem termos o ruído das rodas da carga/carrinho/paleteira quando se deslocam sobre a mesa do equipamento; e comando do equipamento no ‘pé’ do operador, posicionado no piso da mesa, o que permite a operação segura por somente uma pessoa”, completa Salgueiro Jr.
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