Pedro Stivalli, sócio-diretor da Adezan (Fone: 11 3956.4800), mudou de cargo na companhia. Trocou o terno pelo uniforme, saiu da mesa de reuniões e do ar-condicionado e foi para a linha de produção, trocou até de nome. Por uma semana…
A Adezan foi a companhia escolhida para participar de uma nova edição do quadro “Chefe Secreto” do Fantástico. E foi neste quadro que Pedro virou Eduardo, um recém-contratado da empresa em fase de treinamento em diversas áreas da produção.
Para se infiltrar mais ainda no dia a dia produtivo da companhia, fabricante de embalagens industriais e provedora de ser‑viços logísticos, Stivalli topou o desafio. Passou por algumas das 26 unidades da companhia, conversou, devidamente caracterizado, com alguns dos trabalhadores para entender o que precisava ser mudado.
Por uma semana, passou por quatro setores diferentes. E a jornada começou na unidade de São Vicente, SP, onde há o Terminal Retroportuário com REDEX. Ali é feito todo o processo de exportação, importação e cabotagem de clientes, além da armazenagem do material e distribuição para todo o Brasil. O terminal está localizado em uma área denominada “vértice” do Porto de Santos por estar a aproximadamente 20 quilômetros da Margem Direita e a 35 quilômetros da Margem Esquerda, próximo à Rodovia dos Imigrantes e ao ponto de bifurcação da estrada.
O terminal tem 60.000 m² de área pavimentada, 25.600 m² de armazém geral, espeço de armazenagem para 3.000 TEU´s, 16 docas para carregamento e descarregamento e um moderno sistema de monitoramento, movimentação e armazenagem 24 horas. Para facilitar o desembaraço de cargas e agilizar os trâmites burocráticos, os clientes contam com uma área alfandegada interna e a licença de Redex – Recinto especial para despacho aduaneiro de exportação. A empresa também oferece a facilidade de locação e devolução de contêineres, sendo Depot do armador CSAV e Hamburg Sud.
Ali, Stivalli trabalhou no travamento de cargas nos contêineres, passando por todas as dificuldades da atividade, pelo preenchimento de papelada burocrática, observando as falhas e as mudanças necessárias, discutindo diretamente com a mão de obra o que poderia ser implementado. E as mudanças já chegaram à unidade. Foi concluída a implantação do sistema que possibilitou informatizar todo o processo. O sistema de travamento dos contêineres também foi modificado e hoje há duas pessoas por travamento, aumentando a produtividade da ação, ideia dada por um dos funcionários da unidade.
A fábrica de embalagens, na zona norte de São Paulo, também fez parte do roteiro do diretor. Participando dos processos de produção, o trabalhador disfarçado ouviu as ideias de um trabalhador para acelerar a fabricação de caixas de madeira, que não estava em total aproveitamento. E a ideia já foi implementada com a alteração da esteira da máquina da embalagem Az-flex, que passou a girar para ambos os lados, facilitando o trabalho de prensagem.
Na unidade de Araçariguama, SP, fica um dos Centros de Distribuição da companhia, que também trabalha com cargas de e-commerce. Neste CD exclusivo, onde Stivalli atuou na movimentação e armazenagem de cargas e no despacho de cargas para e-commerce, é oferecido todo o processo de armazenagem, manipulação de vestuário, logística reversa e a distribuição.
Após as experiências no local, a companhia mudou a interface do coletor, otimizando o uso de dados de radiofrequência, de modo que ficou rápido e prático. Devido às grandes distâncias percorridas para coleta e separação dos materiais do CD, a companhia também implantou o sorter e esteiras automáticas de distribuição.
Segundo a companhia, com a experiência foi percebido que por mais próximo que a diretoria tente ficar dos trabalhadores, com uma gestão verticalizada, há uma espécie de bloqueio cultural, pois a imagem que o chefe ou diretor da empresa passa é de alguém intangível. Quando o diretor caminhou no chão de fábrica conversando e se relacionando com os colaboradores, como se fosse um deles, conseguiu quebrar este bloqueio e aumentar muito a intimidade entre chefe e funcionário.
Ainda que a empresa imagine que esteja perto dos colaboradores, acredita que apenas trocando de função e acompanhando o processo é possível conhecer a fundo a operação, suas dificuldades e as sugestões das pessoas que estão ali presentes todos os dias.
“Foi excelente, uma experiência única poder revisitar todo o processo na prática, sem ninguém para me mostrar e, sim, eu vivendo o projeto no dia a dia. Uma coisa é você desenvolver o projeto levando em considerações todos os detalhes que podem influenciá-lo. Outra é conseguir materializar esta ideia, a fazer sair do papel, a implementando na empresa. Além disso, é poder vivenciá-la, depois que a ferramenta já foi implantada, fazendo um verdadeiro test-drive. É nesse momento que você irá medi-lo novamente e verificar se aquele projeto que estava 100%, continua eficiente,” afirma Stivalli.
A experiência de ir para a produção foi tão interessante que a companhia está desenvolvendo um programa, chamado Job Rotation, que possibilitará aos gestores trabalhar durante um dia em cada célula, como um funcionário operacional.
Uma das principais mudanças ocorridas depois da experiência foi a comunicação interna, permitindo que os colaboradores pudessem ter mais abertura para dar suas ideias de melhorias, sabendo que o chefe está ouvindo. Outro importante resultado, segundo a companhia, foi a comoção entre os trabalhadores com interesse em estudar e se profissionalizar.
“O que ficou de positivo de toda a experiência, além das ideias sugeridas pelos colaboradores no programa, que inclusive já foram implantadas, foi que conseguimos mostrar para nossos clientes e pessoas de fora da empresa o melhor lado da empresa, que é o humano. A relação entre as empresas no mundo corporativo tende a ser impessoal, e muitas vezes até oportunista. O programa mostrou que realmente buscamos ser uma empresa que se preocupa com as pessoas, tanto com os funcionários como os clientes”, conclui Stivalli.
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