Crescendo a um ritmo anual de 33% e com saldo de R$ 68,4 bilhões em setembro, a carteira de infraestrutura da Caixa foi a grande estrela do balanço mais recente divulgado pelo banco, referente ao terceiro trimestre. A tendência é que deva permanecer nesta condição de destaque nos próximos dois anos, uma vez que a Caixa projeta que o setor mantenha um forte apetite por crédito.
“Acreditamos que o segmento continuará crescendo em 2016 e 2017 por conta da matriz de investimentos que terá de ocorrer no Brasil neste período”, avalia o vice-presidente de Finanças e Controladoria do banco, Márcio Percival.
O financiamento ao setor de Infraestrutura é naturalmente menos influenciado pelo cenário de ajuste porque tem como característica empréstimos de longa duração e baixo risco. Mas a disposição do governo federal de injetar investimentos na área para acelerar a retomada da economia deve contribuir para aquecer ainda mais a demanda por crédito.
Apenas o Plano de Concessões, anunciado em junho deste ano, deve exigir R$ 69 bilhões em investimentos em rodovias, ferrovias, portos e aeroportos até 2018. Segundo declaração recente do ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, o governo espera conceder 7 mil quilômestros de rodovias, 55 terminais portuários de uso privado (TUPs) e quatro aeroportos à iniciativa privada no período.
Os primeiros movimentos ocorreram nos últimos 30 dias, com o leilão de 29 usinas e o arrendamento público de três áreas no Porto de Santos. “Estamos avaliando que as oportunidades de investimento serão bem significativas em 2016. Certamente, está na nossa estratégia participar de forma bastante consistente e intensa nesses processos”, diz Percival.
Ele explica que a Caixa tanto pode ajudar a estruturar as operações de financiamento quanto oferecer empréstimos por meio de suas linhas comerciais, com foco nas áreas de energia, saneamento e mobilidade e infraestrutura urbana. No momento, a Caixa analisa projetos que somam R$ 20 bilhões. No último trimestre, afirma Percival, o banco pode conceder mais R$ 13 bilhões em empréstimos para infraestrutura.
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