Locadores de empilhadeiras: entre pessimismo e otimismo para o setor em 2016

Além de o país estar enfrentando uma das mais graves crises econômicas de sua história, existe o conflito político que cria um ambiente de incertezas, reduzindo investimentos externos e afetando diretamente a indústria. Os bancos de investimento e as grandes avaliadoras de risco estimam que o dólar possa chegar a R$ 4,25 até o final do ano de 2016, tornando a aquisição de equipamentos importados ainda mais onerosa e dificultando sua colocação no mercado de locação. Sem perspectivas de melhoria na indústria, não há como prever uma retomada do mercado de locação de equipamentos. Por outro lado, apesar da perspectiva para 2016 ser de baixa demanda, acreditamos que, para o consumidor destes serviços, a terceirização, agregando valor à locação, ainda é a solução mais eficaz. Em função da busca por redução de custos por parte dos consumidores do mercado de locação, apostamos na tendência de crescimento da modalidade serviços, pois os custos com a operação e manutenção executadas por mão de obra sem a devida qualificação técnica, envolvendo inclusive a segurança no trabalho, são mais elevados e envolvem maiores riscos.”

Esta análise de Gabriel Barbosa Fernandes Mangueira, gerente trainee da Elba Equipamentos e Serviços (Fone: 31 3555.2600), sobre as perspectivas para 2016 para o setor de locação de empilhadeiras segue uma tendência notada no mercado. Apesar de observar dificuldades para o ano, este setor ainda se enxerga como uma boa opção justamente para diminuição de custos que as empresas buscam em momentos de economia difícil.

Os profissionais do segmento entrevistados nesta matéria oscilam entre uma visão pessimista e otimista sobre os rumos da economia nacional, tornando o veredito sobre como será 2016 impreciso.

Segundo Fernandes Mangueira, entre os fatores que mais influenciarão o setor de locação de empilhadeiras no ano de 2016 está a volatilidade do dólar, considerando que quanto mais alto o dólar, maior será o custo de locação de equipamentos importados para o consumidor final, o que tornará a locação menos atrativa. O aumento da demanda de produtos nacionais por grandes economias como a China e os Estados Unidos também é lembrada pelo profissional, que afirma que é fundamental que a indústria brasileira retome o ritmo de crescimento para que surja demanda de locação de empilhadeiras e equipamentos em geral. “Incentivos go­vernamentais serão importantes para compensar a desaceleração da economia e o aumento do dólar. Entretanto, até o momento não existe nenhuma perspectiva neste sentido para 2016”, continua.

Para o gerente trainee, locadores precisarão estudar mais a fundo o negócio de seus clientes potenciais para dimensionar corretamente os equipamentos a serem ofertados e com o menor custo de locação possível.

Para Eduardo Makimoto, diretor comercial da Aesa Empilhadeiras (Fone: 11 3488.1466), o cenário para 2016 é bastante pessimista, sem visão de melhora na indústria. “Presenciaremos o aumento do desemprego, aumento da inflação, aumento dos juros e queda do PIB, cenário propício para redução de investimento e diminuição da produção”, comenta. Para ter sucesso na locação, de acordo com o diretor, será necessário segmentar a indústria e atuar nos nichos que continuam em expansão. “O aumento das taxas de juros, aumento da inflação, queda no PIB e aumento do dólar serão fatores que contribuirão para queda no volume de produção da indústria e, por consequência, queda na demanda por equipamentos, tanto locados, quando vendidos”, explica. “Por outro lado, a busca por redução de custo fará muitas indústrias deixarem de renovar a frota própria e buscarem a locação full service. Com isso, o empresário consegue concentrar os recursos em seu core business e evita descapitalizar a empresa com investimento em maquinário”, continua.

A previsão de Gustavo Poletto, supervisor de vendas da Crown Lift Trucks do Brasil (Fone: 11 4585.4040), é que o mercado continue a se portar de forma conservadora em relação aos altos investimentos, gerando oportunidades para o setor de locações. “Inferir à locação a eficiência necessária para que o cliente nacional tenha redução de custos e melhoria da produtividade torna-se fator essencial”, afirma.

A instabilidade atual na estrutura governamental e econômica e os entraves para o investimento no país podem interferir em oportunidades de negócios, ao afetar índices inflacionários ao lado do aumento do dólar e das taxas de juros, entre outros que colocam incerteza a uns e especulação a outros, limitando o planejamento de longo prazo. E, neste sentido, a locação se torna um meio de negócio mais brando diante da insegurança de mercado, com a possibilidade de replanejamento, acordos contratuais e espera para investimentos de aquisição, ao aguardar novas definições políticas e econômicas que retomem o crescimento, de acordo com Poletto.

“Acredito que o ano de 2016 não deverá ser muito diferente do que tivemos em 2015, afinal de contas praticamente todos os problemas do ano passado ainda estão sem solução, tornando muito difícil fazer estimativas sobre crescimento. A inflação se mantém na casa dos dois dígitos, as taxas de juros com tendência para novos aumentos farão com que os empresários em geral não invistam em ativos e procurem a locação de empilhadeiras para eventuais aumentos de demanda, o que mantém a expectativa de um ano pelo menos razoável”, afirma Tiago Rios, diretor comercial da Movilog (Fone: 11 2207.4547). Para o executivo, dentre os influenciadores do desempenho para 2016 estão as definições do impeachment da presidente e sua crise política com o parlamento. “Pois acredito que, se a crise for resolvida, o cenário se torna menos pessimista e a economia poderá voltar a crescer ainda em 2016. Mesmo assim, será um ano difícil”, continua. Segundo Rios, deverá haver uma melhoria e maior especialização dos serviços prestados, com investimentos voltados principalmente para a questão de tecnologia.

A conquista de novos clientes, bem como a manutenção dos contratos atuais, em função da instabilidade cambial que influencia diretamente nos valores dos contratos de locação, são alguns dos desafios enfrentados em 2016 lembrados por Eduardo Stanize Flohr, coordenador de vendas de locação da Somov (Fone: 11 4772.0800). Fatores como a queda da produção das indústrias, menor demanda do mercado, instabilidade cambial, cenário político e escassez de crédito influenciarão o mercado. “Em virtude da retração do PIB, a previsão da demanda de empilhadeiras é de uma queda em torno de 10%, com o aumento do câmbio e inflação, os custos de aquisição e manutenção serão maiores”, analisa.

Pedro Tolentino, diretor da Tolentino Engenharia (Fone: 81 3441.5629), espera um ano ainda mais difícil do que 2015. A perspectiva é notada, pois praticamente todos os clientes da empresa estão cortando custos e investimentos. E esse corte deve gerar a devolução de algumas máquinas, já que clientes precisarão de menos equipamentos para tocar sua operação. “Isso tende a acontecer conosco e, também, com nossos concorrentes, gerando uma oferta grande de máquinas para locação, o que acirra a concorrência”, explica.

O foco da empresa está em manter as atuais máquinas locadas, o que, segundo o profissional, não será fácil, já que a concorrência também tentará fazer o mesmo. “Quanto a novos contratos de longo prazo (24 a 36 meses) com máquinas novas, estamos sentindo os clientes um pouco apreensivos para fechar tais ‘pacotes’ dado o momento de incerteza do país. Além disso, as linhas de crédito estão ainda mais restritivas e com taxas de juros mais altas que em 2015. Nossa perspectiva é de que uma melhora deste quadro só deve ocorrer, na melhor das hipóteses, no último trimestre deste ano ou, mais provável, apenas em 2017”, ressalta. E continua: “nosso negócio não depende de um único setor da economia; atendemos varejistas, atacadistas, indústrias dos mais diversos segmentos, Operadores Logísticos, etc. A retomada do crescimento econômico da região como um todo e, principalmente, uma melhoria nas expectativas de crescimento para os próximos anos são essenciais para que o nosso setor volte a crescer. Se essa retomada acontecer ainda em 2016, podemos colher alguns frutos ainda este ano, porém, achamos esta hipótese improvável”.

De acordo com Antonio Carlos Rubino, diretor da Trax Rental do Brasil (Fone: 11 4468.7777), em 2016 permanece o mesmo cenário de incerteza de 2015, com a agravante de um possível aumento de carga tributária sinalizada pelo governo. “O mercado de locação continuará muito concorrido, porém as empresas que não cuidarem de sua rentabilidade e do seu caixa terão muita dificuldade em se manterem devido à restrição de crédito bancário e à limitação de empréstimos via FINAME”, afirma. “Está claro que muitas empresas de vários setores, aquelas que possuem frotas próprias de equipamentos de movimentação de materiais, passem a locar os equipamentos desfazendo-se da frota própria. Isso motivado pelo alto custo de equipamentos novos e o valor de peças e mão de obra em constante elevação. Temos percebido, também, nos contratos a vencer um desejo dos clientes em renová-los por um novo período, mantendo os mesmos equipamentos e os mesmos preços vigentes e, em alguns casos, até redução de custo pela depreciação dos equipamentos”, continua.

Há também quem veja um lado mais positivo de 2016. Entre estes, Carlos Fernandes, diretor geral da Coparts Comercial (Fone: 11 2633.4000), afirma que o ano se mostra mais otimista, mesmo que a maioria acredite numa estagnação perante 2015. “Acredito que 2016 será um ano com mais investimentos, com crescimento econômico razoável.” Mas alerta: “infelizmente, os nossos governantes atuam de forma ativa em todos os níveis da economia, ao invés de deixarem a economia fluir naturalmente. O empresariado deve visualizar seu negócio e focar no próprio desenvolvimento ou se adaptar ao novo mercado. A palavra da vez este ano será ‘reinventar’ o seu próprio negócio de maneira a oferecer ao cliente o que ele está buscando. Desta forma poderemos oferecer mais qualidade por valores mais atrativos, com maior agilidade no atendimento, criando um diferencial de mercado”.

Marcelo Yamamoto, gerente da SDO Comércio, Importação e Locação de Equipamentos (Fone: 19 3256.2800), acredita que em 2016 continuarão surgindo novas oportunidades, à medida que cada vez mais as empresas precisarão focar em seu core business e terceirizar tudo aquilo que é acessório em seu negócio. Segundo ele, já há uma forte tendência das empresas em terceirizarem sua frota de empilhadeiras. E, agora, com as dificuldades econômicas do país, isto deverá se fortalecer mais. As empresas deverão investir cada vez mais em modernização de suas plantas fabris e deixarão de investir em itens acessórios, como empilhadeiras. “Acreditamos que o desempenho positivo ou negativo do setor se dará à medida que nos prepararmos para aproveitar cada oportunidade que surgir, e elas surgirão. Felizes aqueles que estiverem atentos a elas”, ressalta.

A redução nos investimentos em ativos em longo prazo, devido ao alto custo dos financiamentos e à baixa capacidade de poupança nas empresas, tende a reforçar a opção pela locação de empilhadeiras, de acordo com Fábio Pedrão, diretor executivo da Retrak (Fone: 11 2431.6464). Entre os pontos negativos que afetarão o setor em 2016, segundo o executivo, estão o alto custo do capital, a rigidez na concessão de crédito, a insegurança quanto ao ambiente político e quanto aos rumos da economia mundial. Já pelo lado positivo, poderá haver a redução nos investimentos das empresas, criando oportunidades para o setor de locação de empilhadeiras.

Para Mathias Papenburg, gerente geral da Linde Empilhadeiras (Fone: 11 3604.4750), o custo e a disponibilidade do capital são os maiores gargalos para o setor, que deve ter um ano similar ao de 2015.

Já Henrique Antunes, gerente nacional de vendas da BYD Empilhadeiras (Fone: 19 3514.2550), também nota que a crise financeira tende a influenciar positivamente este mercado, já que empresas podem optar por locar, ao invés de renovar suas frotas, além da hipótese de locação em picos de demanda, reduzindo o investimento em novos equipamentos.

“Acreditamos que 2016 será um ano onde a opção por locação será muito avaliada, devido principalmente às incertezas do nosso mercado e à vantagem de se ter um custo fixo e não variável. Os processos não serão muito numerosos, mas acreditamos que os clientes irão avaliar com muito mais critério os competidores, analisando não somente custos, mas todo o pacote de serviços envolvido”, explica Fabiana Souza Cinto, gerente de locação da Still (Fone: 11 4066.8100).

Segundo ela, o ano de 2015 foi muito positivo para a Still na área de locação, pois, devido ao cenário econômico, todas as empresas tiveram que reavaliar seus processos e custos, e essa análise, em alguns casos, trouxe como resultado a substituição do fornecedor atual, na busca não somente de redução de preços, mas também da otimização dos processos e melhoria na qualidade. A redução de investimentos em máquinas próprias ajudou o setor de locação, já que gera um custo mensal com um contrato de longo ou curto período.

Em 2016, Fabiana afirma que é preciso tomar cuidado com as ofertas de locação especulativas, sem preparo necessário, praticando preços abaixo do mercado, fornecendo baixa qualidade de serviços. “Recomendamos aos clientes que visitem a estrutura dos fornecedores e, principalmente, conheçam operações em andamento dos mesmos, evitando, assim, transtornos e impressões negativas do segmento. Quando um preço é muito fora do mercado, desconfie”, ressalta.

Credibilidade, confiança na gestão, término da crise política, desvinculação do Banco Central do Ministério da Fazenda, para que este tenha mais autonomia, rigoroso controle das contas públicas e seriedade no trabalho do judiciário e da polícia federal são fatores que podem influenciar o desempenho do setor, na visão de Jean Robson Baptista, do departamento comercial da Empicamp Empilhadeiras (Fone: 19 3756.2100). “A mudança está começando pelo judiciário. Acredito que neste ponto a resposta está sendo mais rápida do que pelo caminho mais ideal, que seria a nossa educação. Mas não deixa de ser funcional. A impunidade é o combustível da corrupção. Com mais seriedade e melhor gestão, nosso país pode voltar a trilhar o caminho do crescimento. Apesar da resposta não ser diretamente ligada ao tema ‘locação’, ela é um dos fatores para esperança que pode fazer melhorar nossa situação”, resume

André Moraes de Oliveira, do setor administrativo da SAS Indústria e Comércio de Máquinas (Fone: 47 3308.2100), acredita que 2016 será difícil como 2015, mas a companhia espera crescer no setor de aluguel de máquinas. “O impacto da crise política e econômica que assola o Brasil foi menor no setor de locação do que no setor de venda de equipamentos novos, pelo menos dentro da SAS, em 2015. A maioria dos clientes está evitando investir em equipamentos novos. Porém, a locação surge como uma forma de solucionar demandas logísticas sem a necessidade de aquisição de patrimônio”, afirma.

O que aconteceu em 2015

Segundo Fernandes Mangueira, da Elba Equipamentos e Serviços, a crise econômica e política afetou todos os setores da economia brasileira em 2015, inclusive o setor de locação de empilhadeiras. Queda na demanda de locação de equipamentos, baixa do valor de venda de equipamentos usados, alta do dólar e aumento do custo de financiamento de equipamentos nacionais foram alguns problemas enfrentados.

“Em função da desaceleração da economia, os consumidores deste setor buscaram alternativas de redução de custos, seja através da simples dispensa do equipamento ou alteração em processos internos para que o recurso não fosse mais necessário, eliminando ou minimizando, quando possível, o custo da locação”, explica. A exponencial alta do dólar, bem como o aumento do custo de financiamento de equipamentos nacionais fizeram com que a aquisição de equipamentos novos se tornasse onerosa para o locador, criando mais uma barreira para ele colocar este produto no mercado. Por outro lado, o valor de venda de usados também sofreu redução pelo excedente de equipamentos desmobilizados. “Apesar de tantos aspectos negativos, o mercado é dinâmico e sofre mudanças em virtude das novas necessidades que vão se apresentando e exigências do consumidor final”, continua.

Makimoto, da Aesa Empilhadeiras, explica que durante o ano houve devolução de máquinas, renegociações de contratos e até mesmo clientes encerrando as operações. “Por outro lado, houve uma aproximação dos clientes com fornecedores, a fim de reduzir custos operacionais e viabilizar a continuidade dos serviços de locação. Esse estreitamento de relação entre cliente e fornecedor é positivo no longo prazo, criando, assim, uma fidelidade entre ambas as partes”, afirma. A Aesa apresentou um crescimento de 15% no período.

O ano foi de incertezas, dada a situação política e socioeconômica em que o país se encontra, de acordo com Jean, da Empicamp Empilhadeiras. E avaliações não otimistas de entidades financeiras internas ou externas ao Brasil reforçavam estas incertezas. “Uma política econômica não definida e a falta de autonomia do Banco Central, além da imagem negativa gerada pela corrupção, nos expuseram a uma realidade presente em nosso país, a de que temos que nos mobilizar no sentido de melhorarmos para que o ‘jeitinho brasileiro’ deixe de ser a solução para os problemas de curto prazo”, afirma. “Não somente o setor de locação, mas a indústria de empilhadeiras, como outras, sofre a duras penas. O valor de aquisição dos equipamentos subiu por conta da baixa demanda e das altas taxas de juros e a procura pelo mercado foi reduzida, e a consequência é uma expressiva queda nos preços das locações. O mercado locador, para poder trabalhar com valores, muitas vezes, abaixo do ponto de equilíbrio do negócio, mobiliza equipamentos mais velhos, para poder cobrar mais barato. Quem perde é a operação, com o aumento dos índices de manutenção e, por conta disso, paradas de operação. Acredito que a frota de locação envelheceu em nosso país, naquele ano”, continua Jean.

Como todo ano de crise, segundo Papenburg, da Linde Empilhadeiras, a procura por locação aumentou, seja para substituição de máquinas próprias ou renegociação de contratos em andamento. “Acredito que, ao mesmo tempo, a situação macroeconômica – juros, indisponibilidade de crédito e câmbio – não ajudou o mercado.”

Para Sergio Martins, gerente comercial da Tecnomac Brazhyu Equipamentos (Fone: 12 3909.4400), 2015 foi um ano muito difícil devido à forte crise financeira do país, infelizmente muitas empresas encerram as atividades, resultando no cancelamento de contrato de locação e devolução dos equipamentos.

Rios, da Movilog, afirma que ao longo do ano houve aspectos positivos, como o aumento considerável de clientes na busca por rever seus antigos contratos de locação e fomentaram o mercado em busca de novos parceiros que pudessem oferecer um melhor custo com o máximo benefício. “Soma-se a isso, o fato de que diante do cenário que estava se desenhando, as empresas preferiram optar pela locação de empilhadeiras, evitando, assim, investimentos em ativos imobilizados em meio a uma crise que já era dada como certa. No entanto, de modo geral, podemos dizer que na locação de empilhadeiras tivemos um ano bom em função da demanda dos clientes por locações de curto e médio prazo”, analisa.

No mesmo sentido segue Pedrão, da Retrak, que considera que, na locação de empilhadeiras, 2015 não foi “tão ruim quando comparado à queda nas vendas de máquinas novas no ano, que teve redução de 50% sobre o ano anterior”. Para ele, o setor de locação foi afetado de forma moderada pela crise que se abateu sobre o mercado nacional, pois os clientes que deixaram de comprar equipamentos novos migraram para a locação.

Por outro lado, Pedro, da Tolentino Engenharia, afirma que 2015 foi um ano difícil para a economia do país, principalmente no segundo semestre, pois foi percebida uma diminuição na demanda por locação de empilhadeiras em relação a 2014. “As indústrias e os Operadores Logísticos diminuíram o ritmo de expansão em nossa região de atuação (Nordeste) e, em alguns casos, até diminuíram o ritmo de produção e expedição de produtos”, explica. Neste clima de incerteza, houve uma queda nas solicitações de cotação para novas locações, principalmente de contratos de longo prazo com equipamentos novos. “Apareceram oportunidades de locações mais curtas, de equipamentos usados, muitas vezes feitas por clientes que não têm costume de locar, mas que não estavam dispostos a investir na compra de novos equipamentos. Com a diminuição no ritmo de produção e movimentação de produtos, alguns clientes reduziram a quantidade de máquinas locadas. Isso aumentou a oferta de máquinas disponíveis no mercado para locação e acirrou a concorrência”, explica.

Outro ponto importante levantado pelo profissional foi a restrição de linhas de crédito para a compra de novos equipamentos, que são essenciais ao negócio do locador para ampliação e renovação da frota. “A principal linha de crédito, o FINAME do BNDES, passou a exigir do comprador da máquina 30% de recursos próprios, financiando apenas 70% do valor. Até 2014 era comum conseguir financiar 100% do valor da máquina pelo FINAME. Além disso, as taxas de juros dos financiamentos sofreram elevação”, finaliza.

Novos nichos

Setores que ainda não possuem tanta tradição na locação de empilhadeiras podem ajudar a superar os entraves do mercado:

  • Mineração
  • Fertilizantes
  • Medicamentos
  • Têxteis
  • Setores exportadores
  • Eventos, para atender aos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos
  • Pequenos varejistas de alimentos
  • Armazéns de construção

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