Setor atacadista e distribuidor tem crescimento nominal de 9,28% entre janeiro e abril

De acordo com a pesquisa mensal Banco de Dados da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (ABAD), no mês de abril o setor atacadista e distribuidor apresentou queda real (deflacionada) de -1,15% em relação ao mesmo mês do ano passado – menor do que o recuo registrado em março, que foi de -1,72%. No acumulado do ano, houve uma redução de -0,59%. Na comparação com o mês de março, a queda foi de -8,55%.

Já em termos nominais, houve crescimento de 8,02% frente a abril de 2015 e de 9,28% no acumulado de janeiro a abril, comparado ao mesmo período do ano passado. Em relação a março, houve queda real de -8%.

De acordo com a entidade, o dado positivo é que o ritmo de queda diminuiu e tende à estabilidade neste primeiro semestre, em termos reais, o que vai ao encontro das expectativas divulgadas pela ABAD no início do ano.

Para o segundo semestre a ABAD espera alguma melhora, já que a base de comparação de 2015 é fraca e há outros fatores que apontam para um cenário mais otimista. A inflação deve começar a ceder, já que, com o desemprego em alta e consumo em queda na maior parte do país, os índices atuais não devem sustentar-se por muito tempo. Com isso, a confiança do consumidor deve voltar aos poucos e ajudar a aquecer a demanda até o fim do ano. Por outro lado, com os bons resultados das exportações agrícolas, a economia das regiões produtoras tende a reagir e gerar mais renda, o que se reflete no consumo.

O fator político, contudo, continua a influir no âmbito econômico, e a retomada efetiva da confiança depende do sucesso do governo interino de Michel Temer nas ações focadas na estabilização do país.

“O cenário econômico ainda está bastante incerto, e assim permanecerá enquanto a situação política não se normalizar e o governo não sinalizar com firmeza os avanços na condução da política econômica”, pondera o presidente da ABAD, José do Egito Frota Lopes Filho.

“Contudo, como as empresas do setor já vinham se preparando para atravessar mais um ano cheio de desafios, acreditamos que a meta de pelo menos reverter o resultado negativo de 2015 [queda real de -6,8%] seja ainda possível, caso haja uma retomada da confiança do consumidor no segundo semestre”, completa.