Processos inovadores, projetos inéditos fora do Reino Unido e o desafio de acelerar o mercado de carros premium no Brasil. Com essas promessas a Jaguar Land Rover inaugurou oficialmente sua primeira fábrica no Brasil nesta terça-feira de manhã, na cidade de Itatiaia, região Sul do Rio de Janeiro. O evento foi levado como um divisor de águas para o município de menos de 30 mil habitantes, que viu a gigante britânica injetar R$ 750 milhões na unidade, que é a primeira nas Américas.
O parque fabril de 60 mil metros quadrados irá empregar ao menos mil pessoas e vai fabricar dois modelos da Land Rover: o Range Rover Evoque e o Discovery Sport, os dois modelos de SUVs (utilitários) líderes da marca no país, com pelo menos 70% das vendas totais. O diretor executivo de manufatura global, Wolfgang Stadler, ressaltou na inauguração a escolha por fabricar em território nacional, para as concessionárias brasileiras, os modelos mais cobiçados no país. Segundo ele, 33% das vendas de SUVs premium no Brasil são de carros Land Rover, o que explica o interesse da empresa pelo país.
Itatiaia terá a capacidade de produzir 24 mil carros por ano e, de acordo com os executivos, ainda não há planos de ampliar a variedade de carros nacionais da Land Rover ou da Jaguar. Os primeiros carros produzidos por aqui já devem chegar ao mercado neste mês.
Entre as metas da marca ao inaugurar a produção nacional — que planeja montar carros totalmente feitos aqui — está o de aquecer o mercado de veículos de classe alta. Atualmente o setor ocupa 2,5% das vendas no Brasil, enquanto em países desenvolvidos chega a 10%.
Relação com a comunidade
Junto da fábrica a Land Rover inaugura o primeiro Centro Educacional da empresa fora da matriz, na Inglaterra. O Education Business Partnership Centre (EBPC) promete levar 12 mil alunos de escolas de Itatiaia e região para a montadora, em cursos e aulas para estudantes de cinco a 18 anos. Em parceria com o Senai, serão oferecidos cursos nas áreas de engenharia e manufatura voltados ao mercado automotivo.
— Trata-se de atrair jovens que ainda não sabem qual carreira seguir, capacitar futuros líderes para o mercado — explica o diretor de manufatura da unidade, Neale Jauncey.
Além dos projetos que envolvem o mercado de trabalho, a marca almeja aumentar o seu engajamento na localidade com outras ações sociais, como esportivas (de rugby) e culturais (música).
— Uma fábrica é um investimento a longo prazo. Não estamos preocupados com a economia ou a situação do Brasil agora porque o nosso negócio não pensamos em cinco anos, é longo prazo — afirmou Stadler.
Fonte: Zero Hora