A Aliança Navegação e Logística (Fone: 11 5185.3100) acaba de divulgar um vídeo – “Descubra o que a cabotagem pode fazer pelo seu negócio” – que explica passo a passo o processo de cabotagem e suas principais vantagens, como, entre outras, menor índice de avarias, rastreabilidade em qualquer ponto, mais limpo e eficiente modo de conectar distâncias e redução do custo da cadeia logística.
“Todos estes itens se aplicam, também, à logística farmacêutica, tanto que, hoje, transportamos insulina, soro fisiológico, bolsas térmicas, bandagens, algodão e produtos para curativos diversos, dentro desta linha de logística farmacêutica”, comenta Marcus Voloch, gerente-geral de Mercosul e Cabotagem da Aliança Navegação e Logística.
Mas, ele reconhece que a indústria farmacêutica ainda tem participação tímida na cabotagem. “Precisamos fazer um trabalho maior de conscientização dos laboratórios sobre as vantagens do serviço, como menor índice de avaria, tecnologia altamente moderna para garantir o produto intacto em todo o transporte, menor emissão de CO2 em relação ao transporte rodoviário, além da redução de custos – 10% a 15%, se comparado com o transporte rodoviário.”
Vantagens
Neste contexto, Voloch detalha algumas das vantagens da cabotagem quando aplicada ao segmento farmacêutico: coleta e entrega porta a porta – os produtos são coletados na porta do laboratório e entregues no Centro de Distribuição no destino. Durante todo o trajeto, a temperatura é mantida constante, já que a carga é transportada em contêineres com temperatura e atmosfera controladas, com monitoramento em tempo integral; rastreabilidade em qualquer ponto – o cliente pode acompanhar a carga pelo Portal da Cabotagem, no próprio site da Aliança. “Quando utilizamos o transporte rodoviário em uma das pontas, os caminhões contam com GPS e, se necessário, são escoltados, dependendo do tipo de carga.”
O gerente-geral também destaca que, durante o transporte terrestre, os contêineres viajam acoplados aos “Gensets”, que são os geradores de energia que os mantêm ligados e com a temperatura constante. Ao chegar ao terminal/porto, as unidades são ligadas à rede elétrica e mantidos, dessa forma, até o embarque no navio, onde são novamente plugadas e contam com monitoramento remoto constante, dentro da sala de controle do navio. O processo inverso se dá no destino, ou seja, a temperatura é mantida constante durante todo o processo de transporte. Os contêineres são 100% computadorizados, de forma que o monitoramento é continuo e, em caso de variação, um alarme dispara. Posteriormente, o download dos dados pode ser enviado ao cliente, servindo como um atestado de que as condições dentro do contêiner se mantiveram conforme solicitado pelo cliente.
Axado: entrega com padrões rígidos na internet
Devido à necessidade de conservação e urgência na entrega dos produtos do segmento farmacêutico, a Axado (Fone: 48 3017.2704) oferece uma plataforma de gestão de fretes que traz benefícios ao possibilitar a entrega agendada, onde o cliente pode receber a mercadoria na data de sua preferência e não corre o risco de seu medicamento voltar para o destino de origem. O sistema também possibilita a apresentação de transportadoras que realizam entrega no mesmo dia (same day delivery) somente nos horários em que estão atuando. Esta limitação é feita para que não ocorram pedidos entregues fora da data solicitada”, explica o CEO da empresa, Guilherme Reitz.
Mas, o executivo também aproveita para analisar o segmento farmacêutico. Primeiramente, revela que um problema comumente encontrado é que os medicamentos refrigerados necessitam de transportadoras certificadas pela ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária para realizar o transporte, que possuam compartimentos refrigerados e que respeitem certo limite de tempo para a entrega.
Por outro lado, algumas regras básicas devem ser cumpridas, o que limita as vendas de determinados medicamentos através da internet, como apresentação de receita, medicamentos com tarja preta não podem ser vendidos pela rede e deve haver um farmacêutico disponível para o cliente.
“Não são todas as transportadoras que podem atuar com este tipo de demanda, é necessário que seja habilitada pela ANVISA e tenha um farmacêutico responsável. Por outro lado, a Agencia enumera alguns dos cuidados que o e-commerce de farmácia deve ter: produtos termossensíveis devem ser transportados em embalagens especiais que mantenham a temperatura compatível com sua conservação; medicamentos não devem ser transportados no mesmo ambiente que substâncias que afetem suas características de qualidade, segurança e eficácia; no caso de terceirização da entrega, a transportadora deve estar devidamente regularizada conforme a legislação vigente.”
Ainda segundo Reitz, as farmácias e drogarias têm autorização da ANVISA para entregar medicamentos por via postal, desde que atendidas as condições sanitárias que assegurem a integridade e a qualidade dos produtos. “Entretanto, ao escolher a transportadora, é bom lembrar que a responsabilidade sobre as condições de entrega dos produtos é da farmácia/drogaria, e não é qualquer transportadora que está apta a fazer esse trabalho.”
Por outro lado, ainda segundo o CEO, as empresas de entrega devem se preocupar em garantir que o frete respeite as restrições de temperatura e umidade descritas na embalagem do medicamento para preservar a integridade e qualidade do produto, assim como o prazo de entrega.
Brink’s: novo truck refrigerado
A Brink’s Brasil (Fone: 21 2142.2000) apresentou ao mercado, recentemente, aquele que a empresa diz ser o primeiro truck blindado e refrigerado do Brasil.
Segundo Roberto Martins, diretor de Logística Segura da empresa, os novos trucks estão disponíveis em três versões. O menor da série tem 8 metros de comprimento e capacidade para armazenar 2,5 toneladas, já os outros dois modelos possuem 10,5 e 11 metros de comprimento, respectivamente, e comportam até 9 toneladas. “A empresa desenvolveu os três caminhões para tornar ainda mais seguro e eficiente o transporte de cargas que necessitem ser mantidas em temperatura controlada, que pode variar de 2 a 8 graus Celsius, por exemplo.”
Martins também lembra que o transporte com caminhões blindados ajuda a fazer um gerenciamento de riscos mais adequado a determinadas necessidades, aumentando a eficiência e reduzindo custos.
Recentemente, a Brink´s também fechou parceria com empresa de logística especializada na indústria farmacêutica para atender cargas de alto valor que demandem transporte em ambiente controlado. “E foi justamente o know-how no transporte desse tipo de carga especial que credenciou a Brink’s para a outra novidade que a companhia anuncia: a recente parceria com a Luft, grupo logístico especializado em soluções de entregas das áreas farmacêutica e cosmética”, diz Martins.
“Aliança estratégica e inovação são as marcas deste acordo operacional”, afirma Telma Santoro, diretora-geral da Luft. Ela continua: “esta parceria abre oportunidade de transporte e outros serviços para medicamento de alto valor, de forma mais segura e absolutamente controlada, que se traduz em um modelo econômico mais competitivo”.
Pioneirismo
Martins, da Brink’s Brasil, também comenta que a sua empresa é pioneira no transporte de produtos farmacêuticos. “Foi a primeira no setor a obter autorização da ANVISA para transportar medicamentos convencionais e controlados. Hoje, além da frota específica para o transporte desse tipo de mercadoria, trabalha com uma equipe de profissionais com experiência na indústria farmacêutica.”
Afinal, como diz o diretor de Logística Segura, assim como para outros segmentos atualmente afetados por altos índices de sinistralidade, o setor farmacêutico precisa adotar, muitas vezes, medidas adicionais de segurança no transporte, o que, por outro lado, acaba elevando o custo da logística.
Bysoft-NSI: complexidade na importação e exportação
Durante vários anos, a indústria farmacêutica foi conhecida pelas altas margens de lucro e as companhias apresentavam um crescimento estável – muito em função do desenvolvimento de produtos inovadores.
A liberação da produção de produtos genéricos permitiu a geração de um cenário muito competitivo e, com isso, o setor passou a buscar a redução de custos e aumento da eficiência como forma de melhorar as margens.
“A cadeia de suprimentos passa a ter uma atenção especial em função do alto custo indireto que agrega, pois tem características próprias e requer prestação de serviço especializado. Assuntos como terceirização logística e reavaliação nas formas de cobrança do frete estão sempre em evidência, pois interferem diretamente nos resultados das companhias.”
Esta análise do custo logístico no segmento farmacêutico é feita por André Barros, Chief Product Officer da Bysoft-NSI (Fone: 11 3585.6000). Ele também aponta os maiores problemas encontrados na logística no segmento farmacêutico – principalmente em se tratando de importação, exportação e câmbio.
De acordo com ele, a logística do setor envolve alta complexidade, que é influenciada por vários fatores, como: a quantidade de SKUs distribuída e pelo seu alto valor agregado; exigência de um nível de serviço elevado; presença de questões regulatórias; e condições específicas de armazenagem (sanidade e refrigeração para alguns tipos de carga).
Também os problemas relacionados com infraestrutura deficitária nos portos, aeroportos e rodovias afetam o setor. Órgãos anuentes não tão integrados e pouco ágeis também afetam diretamente a logística do setor farmacêutico.
“São vários os caminhos para a solução destes problemas. Deve haver, numa primeira instância, apoio político para otimização da infraestrutura básica de transportes e operações relacionadas aos órgãos anuentes federais/estaduais. A terceirização é uma opção que deve ser avaliada, pois indústrias especificas de logística podem oferecer know-how para melhorar a operação, atender de forma específica a carga de materiais delicados e dependentes de rastreabilidade e podem se adequar mais facilmente às exigências regulatórias complexas”, conclui Barros.
Aplicativo
Especificamente para o segmento farmacêutico, a empresa oferece o ECOMEX Line Pharma, aplicativo utilizado na gestão de dados de importação, exportação e câmbio, informatizando e integrando as operações de comércio exterior das empresas farmacêuticas. “A solução traz controles específicos para o segmento, com métricas detalhadas que são apresentadas logo na interface inicial do aplicativo, propondo uma visão mais estratégica dos dados e uma experiência verticalizada do negócio”, finaliza o Chief Product Officer da Bysoft-NSI.
DIAGMA: problema de ruptura no abastecimento
Aurelien Jacomy, sócio diretor da DIAGMA Brasil (Fone: 11 3141.0249) – empresa de consultoria em Supply Chain –, também faz uma análise do custo logístico no segmento farmacêutico.
Segundo ele, alguns elementos são chaves na estrutura do custo logístico da indústria farmacêutica: o baixo volume dos pedidos encarece as entregas (em caixa ou em paletes); a necessidade de rastreabilidade e de continuidade da cadeia do frio também aumenta o custo das operações e do transporte, com necessidade de uso de caixas térmicas às vezes retornáveis; a necessidade de reatividade é grande, principalmente no transporte, para não ultrapassar os tempos de conservação das embalagens de frio; as inúmeras normas e legislações, e validações pela ANVISA, dificultam e atrasam os projetos logísticos; a malha de distribuição é definida, principalmente, por razões fiscais, com benefícios oferecidos em vários estados. O fato de transportar pequenos volumes também faz com que a malha de distribuição tenha pouco impacto sobre o custo do transporte.
“O setor farmacêutico sofre, junto com os distribuidores, de um problema de ruptura ao longo da cadeia de abastecimento. Uma melhor colaboração entre os atores da Supply Chain – troca de dados, previsão colaborativa da demanda, etc. –, assim como um planejamento mais reativo da produção pelas indústrias farmacêuticas, devem ajudar a reduzir a taxa de ruptura”, alerta Jacomy.
Ele também fala sobre a importância de ter os equipamentos adequados para operar com a logística farmacêutica.
“É muito importante ter um armazém de qualidade, com processos claros e bem respeitados, fluxos identificados e separados, para manter o nível requerido de limpeza do CD e de organização dos estoques. Um WMS parece essencial para manter um controle ótimo dos estoques, sem perder em capacidade de armazenagem, segregando sistemicamente os lotes, os produtos em quarentena, etc., e para otimizar o processo de picking, geralmente muito fracionado, e evitar uma coleta pedido por pedido”, explica.
Ele finaliza dizendo que a DIAGMA acompanha as empresas, indústrias e varejistas, para otimizar sua Supply Chain. “Trabalhamos juntos com os nossos clientes para rever sua malha de distribuição, repensar uma estratégia industrial, reduzir os estoques, implementar processos S&OP ou reduzir os custos de distribuição.”
O sócio diretor finaliza informando que a DIAGMA está trabalhando para a Pierre Fabre, empresa de dermocosmético e de farmacêutico, para terceirizar as operações logísticas e implementar uma nova ferramenta de planejamento da produção.
Grupo Polar: transporte é o desafio
Durante o processo de desenvolvimento de medicamentos, principalmente os biológicos, deve-se estabelecer a temperatura de armazenamento e conservação para que as características sejam mantidas com qualidade e os efeitos terapêuticos atingidos com eficácia. O comércio desse tipo de produto, que requer a temperatura controlada, é um desafio operacional que, na maioria das vezes, é recompensado frente aos lucros atrelados ao valor agregado desse tipo de produto. Continuando sua análise, Nathália Lima, farmacêutica e analista técnica do Grupo Polar (Fone: 11 4341.8600) – que desenvolveu um gelo refrigerado e não congelado que mantém a temperatura dentro da faixa de 15º C a 30º C – diz que o transporte, sem dúvida, é o maior desafio de toda a vida desse tipo de produto, pois as variáveis que compõem a logística da carga, como a temperatura ambiente e a tropicalidade de um país com dimensões como o Brasil, traduzem ainda mais os esforços que devem ser aplicados ao processo.
Elemento térmico
O Thermo Control, desenvolvido pela empresa, é um elemento térmico voltado para a carga seca, ou seja, para produtos que possuem range de temperatura entre 15° C e 25° C e 15° C e 30° C, que são prejudicados principalmente pelas altas temperaturas encontradas no transporte.
“Não raro, em transportes tanto pelo modal aéreo quanto pelo rodoviário, encontram-se picos de temperatura de até 72° C, que ocorrem nas mais diversas situações. Um exemplo bastante rotineiro é a questão da carga exposta ao sol na pista do aeroporto aguardando o embarque. Logo, estes produtos também necessitam de controle em sua temperatura quando em transporte, por tal motivo a Polar desenvolveu este elemento térmico que é utilizado numa temperatura de +5° C(+/-3° C) – esta tecnologia é conhecida como PCM (Phase Change Material), onde o elemento térmico possui em sua composição um aditivo que muda seu ponto de fusão. O benefício principal é manter os produtos dentro de range de temperatura sem que haja picos de temperatura abaixo de 15° C, ou acima de 25° C e/ou 30° C, que são os principais causadores de problemas nas composições dos produtos em geral”, finaliza a farmacêutica.
GS1 Brasil: código bidimensional leva segurança
Um dos padrões da GS1, o código GS1 DataMatrix é o destaque da Associação Brasileira de Automação – GS1 Brasil (Fone: 11 3068.6229) no setor da saúde. “Trata-se de um código bidimensional que carrega uma série de informações dos produtos e medicamentos. A rastreabilidade é tema pujante no setor e o código de barras é uma das tecnologias mais baratas e fáceis de implantar para apoiar o processo de gestão, controle e da própria rastreabilidade. Portanto, o código GS1 DataMatrix já está sendo usado em larga escala no mundo todo, quando se fala de marcação de dose unitária e produtos para saúde. E é por isso que a ANVISA o adotou como padrão para a serialização dos medicamentos, em apoio à Lei da Rastreabilidade”, expõe Marcelo Sá Oliveira, executivo de negócios da GS1 Brasil.
Ele também destaca que o código se aplica a toda a cadeia logística farmacêutica, e explica. Desde que a ANVISA anunciou a criação do Sistema Nacional de Controle de Medicamentos (SNCM) e incorporou o número do registro de cada medicamento, o código de barras GS1 DataMatrix passou a ser o padrão para armazenar todas as informações como o GTIN (número que identifica o produto), número serial, a data de validade e o número do lote. Assim, em qualquer lugar do mundo o código é lido nos sistemas de identificação automatizada. Trata-se de um mecanismo de captura e armazenamento de dados necessários à rastreabilidade de medicamentos e produtos para saúde.
“Com a marcação individual das embalagens primárias e secundárias, o GS1 DataMatrix permite às farmácias apoiadas por sistemas de gestão automatizados o efetivo controle de tudo que circula em suas dependências, desde a chegada do fornecedor à expedição da farmácia. Por exemplo, quando um profissional médico solicita um medicamento para determinado paciente dentro de um hospital, há todo um procedimento padronizado e controlado de dispensação desse medicamento. Ao receber o pedido, a farmácia faz a separação do medicamento, registra a saída deste e vincula ao paciente/médico por meio da leitura do código GS1 DataMatrix. Como o procedimento de recebimento do medicamento foi realizado da mesma forma, ou seja, controlado por meio da leitura dos códigos de barras, permitir-se-á a procedência dos produtos e a segurança do paciente”, comenta o executivo de negócios.
Todos os processos automatizados de identificação de produtos, sejam medicamentos, sejam insumos hospitalares, se tornam muito mais ágeis e seguros, sem margem para erros. Esse é um dos principais benefícios da adoção de um padrão de código capaz de armazenar um grande número de informações e de facilitar a comunicação entre os sistemas. “O principal ‘perigo’ da não utilização do código é não ter a garantia da procedência dos medicamentos, o que representa riscos para os pacientes”, finaliza Oliveira.
PC Sistemas: softwares ajudam na distribuição
Diferente dos custos de um atacado distribuidor de alimentos e bebidas, por exemplo, existem vários fatores que oneram os custos logísticos dos distribuidores de medicamentos. Entre esses fatores, temos restrições de armazenagem, como obrigatoriedade de uma gaiola para substâncias controladas; controle de temperatura para algumas substâncias, como armazenagem de vacinas; climatização de todo depósito, como as exigências da ANVISA para algumas regiões; e rastreabilidade dos lotes, como todo e qualquer medicamento ter controle total de lote, desde a entrada até a saída da mercadoria. Esses fatores impactam na quantidade de pessoas e nos processos envolvidos na operação.
Ainda segundo análise de Ademar Alves, diretor executivo da PC Sistemas (Fone: 62 3250.0200), estar completamente adequado para atender o alto controle e rastreabilidade dos lotes dos medicamentos no momento da compra e na venda, restrição de vendas de controlados, atuação rígida de órgãos fiscalizadores, como ANVISA e Polícia Federal, e obrigatoriedades fiscais são os maiores desafios desse segmento tão peculiar.
“Há bastante tempo o segmento de distribuição de medicamentos foi impulsionado à utilização de softwares para sua gestão. O WinThor é um software líder no mercado e há anos tem sido completamente adaptado ao segmento de distribuição de medicamentos. Além de todo controle dos processos de uma distribuidora, podemos contar com particularidades que contribuem para o crescimento de nossos clientes. Trabalhamos com as principais integradoras logísticas do segmento, realizamos todo controle de lote, com restrição de produtos e quantidade, cumprimos todas as obrigações legais de envios de relatórios aos órgãos competentes e atuamos com um call center especializado no segmento, o que proporciona agilidade e qualidade no atendimento”, conta Alves.
A PC Sistemas possui grandes clientes referência neste setor, distribuídos em todo o Brasil, como Minas Distribuidora, JC, Farmix, Gaúchafarma, Dimefe, Metta, RDF e Delta, e foca a sua atuação em importantes pilares, como a entrega das obrigatoriedades específicas e a implementação de políticas comerciais. Dessa maneira, o ERP tem 100% de aderência às necessidades das empresas deste nicho de mercado.
Phibro: embarcador enfrenta gargalos
Um dos embarcadores de carga no segmento farmacêutico que se dispôs a participar deste caderno especial, Vanderlei Bispo, supervisor de depósito de matéria–prima e expedição da Phibro Saúde Animal Interna -cional (Fone: 11 2185.4484), aponta os maiores problemas enfrentados no segmento, no que diz respeito à logística – os relacionados com feedbacks e controles.
E também relaciona os problemas enfrentados em relação aos Operadores Logísticos e às transportadoras. Neste caso, são: gargalos com os carregamentos e atraso de entregas. “Estes problemas poderiam ser solucionados com melhor planejamento pelos operadores e melhor acompanhamento das entregas pelas transportadoras”, diz Bispo.
Custo logístico
O supervisor da Phibro também analisa o custo logístico no segmento farmacêutico. “Há alguns anos, as indústrias farmacêuticas não eram impactadas pelos custos devido ao alto valor agregado de seus produtos. No entanto, com as significativas mudanças e evoluções do mercado, as margens de lucros diminuíram expressivamente devido aos concorrentes e causando impactos relevantes na cadeia. Com o aumento das exigências pelos órgãos regulatórios, priorizou-se a qualidade dos serviços e das operações, tendo como prioridade a eficiência e melhoria dos processos, dessa forma consequentemente a redução de custos logísticos tornou-se um desafio para os profissionais da área.”
A Phibro é fabricante de aditivos melhoradores de desempenho e anticoccidianos, produtos terapêuticos, vacinas aviárias e premixes para bovinos usados para o controle, prevenção e tratamento de diversas enfermidades que auxiliam o melhor aproveitamento dos alimentos pelos animais.
Protege: veículos blindados atendem o setor
A Protege – Pro- teção e Transporte de Cargas (Fone: 11 3156.0882) atua no transporte de medicamentos através do Carga Segura, serviço voltado para cargas de alto valor realizado em veículos com modelagem especial e blindados. O serviço Carga Segura foi criado para atender ao setor de eletroeletrônicos e, em vista à nova realidade, a empresa resolveu migrar a expertise para outros segmentos. No caso do segmento farmacêutico, atende fabricantes, importadores e distribuidores de medicamentos e produtos farmoquímicos.
Segundo a empresa, como o dinheiro circula pouco hoje em dia, os criminosos começaram a mirar cargas valiosas, como os fármacos. Por isso, a Protege focou no setor, oferecendo como diferenciais escolta armada de quatro pessoas dentro do próprio veículo e profissionais treinados, além de caminhão com cockpit e carroceria blindados, para proteger cargas e vidas, sendo que o seguro oferecido é de R$ 15 milhões.
A Protege conta com veículos climatizados, monitorados full time, com tecnologia embarcada para controle da temperatura e emissão de alertas em caso de qualquer alteração que possa interferir na qualidade do produto.
“Os nossos veículos são revestidos com fibra de vidro (gel coat), de forma que a regulação da temperatura se mantém estável por um maior período de tempo, garantindo que o material transportado preserve suas características principais”, conta Rogerio Gonçalves de Souza, gerente coorporativo de logística de cargas da empresa.
Ele também informa que o Grupo Protege possui um software com tecnologia alemã que possibilita ao cliente ter um relatório completo das variações da temperatura durante o trajeto.
O gerente coorporativo de logística de cargas diz, ainda, que o controle de temperatura e umidade no transporte de medicamentos e produtos farmoquímicos é essencial para garantir uma qualidade e estabilidade do produto. “Diversos aspectos são avaliados durante as etapas do transporte da carga que podem exercer influência diretamente na eficácia do produto, principalmente em virtude da oscilação de temperatura. Entre esses fatores, estão a forma de acondicionamento, o tipo de embalagem, as condições do veículo de transporte, os volumes máximos transportados, os equipamentos utilizados, a distância do trajeto, a duração da viagem e do carregamento, e os cuidados na entrega.”
Finalizando, Souza relaciona os maiores problemas enfrentados no transporte de medicamentos: o grande número de roubo de cargas, o despreparo dos profissionais em manusear a carga, sofrendo avarias, e a contaminação por oscilações de temperatura, não garantindo a eficácia final do produto.
Quality: gerenciamento remoto traz benefícios
“No segmento de logística na área farma, verificamos que as empresas gastam muito com segurança patrimonial humana, sem a utilização de tecnologias e sistemas, e o nosso objetivo é promover a possibilidade de realocar este efetivo, mantendo os postos de serviço onde realmente a demanda científica exige, mas com a alocação de ferramentas de sistemas e novas tecnologias, gerando reduções significativas com as despesas de segurança, aumentando o controle e a eficiência no gerenciamento, com respostas mais eficazes em tempo real.”
A avaliação é de Marco Papa, diretor da Quality – Soluções em Segurança Integrada (Fone: 11 3926.0190), empresa que trabalha com desenvolvimento e gerenciamento de sistemas para o controle das operações de armazenamento e distribuição de medicamentos em hospitais públicos e privados, Centros de Armazenamento de OSS (Organizações Sociais de Saúde), farmácias e centros de dispensação de medicamentos de alto custos e empresas de logísticas e distribuição de redes farma em todo o Brasil.
“O objetivo do projeto na área farma é pautado no aumento da eficiência no controle de processos para prevenção de perdas, extravios e roubos de medicamentos, além de abranger ferramentas para auditoria em pontos críticos de operações focadas na gestão destes medicamentos, envolvendo o bloqueio remoto de acessos aos ambientes controlados (câmaras frias e cofres de alto custos), além de o sistema gerenciar as temperaturas e umidades destes locais, com ações de prontas respostas aos eventos de anormalidade e informações aos gestores determinados, visando ações imediatas e de acordo com os procedimentos implantados on-line”, explica ele.
O diretor também evidencia que o gerenciamento remoto dos sistemas de segurança garante um maior controle dos ambientes de armazenamento, gerando reduções nas perdas e extravios, atuando diretamente no controle efetivo de aberturas e acessos nestes ambientes onde se armazenam os medicamentos.
“Junto à segurança, contabilizamos ganhos reais de mitigação de riscos, haja vista que o homem não mais tem as autonomias de acessos, de forma a que o sistema audita e confere 100% das operações, fazendo com que não haja movimentações e acessos indevidos, prevenindo ações delituosas e impossibilitando roubos dos medicamentos armazenados.”
Equipamentos adequados
Sobre a importância de ter os equipamentos adequados para operar com a logística farmacêutica, Papa lembra que atualmente existem equipamentos em boa qualidade nas operações logísticas da área farma, porém ocorre que são meramente reativos, pois eles são usados para monitoramentos passivos, onde dependem do homem para visualização dos eventos. Com isto, todo o investimento de equipamentos acaba servindo para utilização depois dos eventos e ocorrências já consumadas, sem qualquer resultado preventivo.
“O histórico de roubos e furtos dos últimos anos mostra ambientes com diversos equipamentos de CFTV, alarmes e outros, porém sob controle e gerenciamento humano, e é este efetivo que acaba, por vezes, rendido e/ou cooptado, facilitando as ações de marginais nos roubos de grandes quantidades de medicamentos e outros itens.”
Os sistemas de segurança e controles internos atuais – continua o diretor – são pautados em pessoas, sendo que sempre temos que ter um colaborador para fiscalizar o outro, com custos elevados e resultados ineficientes. “Conforme explicado, a implantação do sistema envolvendo tecnologia aplicada e uma gestão inteligente garante ações preventivas, gestão de melhorias e correções imediatas, gerando um conceito chamado de ‘deslocamento de risco’, pois aqueles que têm interesses em atuar em crimes nos locais gerenciados, constatam este sistema mais robusto de controle e segurança, não mais tendo interesse em atuar nestes locais, procurando ambientes com maior facilidade de serem bem sucedidos no crime. Isto é a prevenção que buscamos.”
Thermo King: “última milha” enfrenta desafios
A Thermo King (Fone: 11 2109.8900) fornece equipamentos de refrigeração para toda a linha de transportes, desde vans até carretas de 30 paletes.
Com base nesta atuação, Roberto Hira, executivo de contas da empresa, analisa a logística no segmento farmacêutico.
Primeiramente, diz que a indústria farmacêutica tem dado, cada vez mais, importância ao controle de temperatura em seus produtos. Porém, a chamada “última milha” da logística farmacêutica ainda enfrenta grandes desafios, pois é o setor com maiores custos. Além disso, o consumidor final carece de informações e conhecimento sobre a importância do controle de temperatura dos medicamentos que compra em farmácias, pois a melhoria na cadeia do frio parte da exigência crítica do consumidor. “É possível enxergar problemas de cadeia do frio em produtos como pescados, sorvetes, hortifrutigranjeiros, porém é muito complicado enxergar problemas de controle de temperatura em um medicamento, já que a avaliação da qualidade não é visual”, informa Hira, destacando que não há nenhuma lei regulamentando isto, e sim um manual publicado em 2015 pelo Conselho Regional de Farmácia de São Paulo, que estabelece algumas temperaturas de controle necessárias para produtos sensíveis ao calor
O executivo de contas também salienta que praticamente todos os medicamentos são sensíveis ao calor. E estudos realizados em baús de alumínio indicaram temperatura de aproximadamente 60º C, sem refrigeração.
Problemas
Hira também aponta que os maiores problemas no segmento de refrigeração na logística farmacêutica estão relacionados aos custos, desde o investimento inicial até o custo operacional de manutenção e mão de obra. “Porém, estes custos são indispensáveis, uma vez que são essenciais para que a qualidade dos produtos seja mantida.”
Outro ponto importante – ainda segundo Hira – é o preparo da mão de obra para lidar com produtos sob temperatura controlada. É necessário proporcionar mais treinamentos para os profissionais que estão na cadeia logística.
“Soluções para a questão dos custos poderiam englobar desde linhas de crédito de financiamento mais adequadas e que incentivem o desenvolvimento deste setor, assim como uma aproximação maior entre fabricantes de implementos com os fabricantes e distribuidores de produtos farmacêuticos, para que haja maior entendimento das necessidades deste setor, diminuindo as perdas de produtos. O treinamento dos operadores também ajudaria na diminuição de perdas e até na preservação dos equipamentos da cadeia do frio”, completa o executivo de contas.
UniHealth: tecnologia ajuda na beira do leito
Quantas vezes não ouvimos falar de intercorrências envolvendo administração de medicamentos du- rante internações hos- pitalares? Segundo estudos internacionais realizadas em hospitais, erros neste sentido ocorrem em 33% das administrações, devido a problemas na dispensação. Um percentual alarmante, especialmente se considerarmos as consequências envolvendo vidas humanas.
Para conter este problema, serviços de saúde, públicos e privados, começam a investir em sistemas de rastreamento e monitoração de medicamentos e insumos médicos, mapeando todo o trajeto, desde a dispensação gerada pela prescrição até aplicação no paciente no beira leito.
O chamado sistema “Beira Leito”, com serialização, foi desenvolvido pela UniHealth Logística Hospitalar (Fone: 11 3555.5800), visando aperfeiçoar todos os trâmites do medicamento para garantir que o paciente certo receba o medicamento correto, na dose correta, no horário prescrito. Em uso em diversos hospitais públicos, já reduziu em 98% os erros de administração.
Segundo Domingos Fonseca, presidente da UniHealth, “o mapeamento dos processos, ancorado em softwares customizados, é o responsável pelo sucesso do sistema de rastreabilidade, que não apenas garante maior segurança para todos os envolvidos, pacientes e profissionais que operacionalizam o atendimento, como economicidade para os hospitais.
Fonseca lembra que os insumos médicos são responsáveis pelo segundo maior custo nas instituições de saúde, perdendo apenas para a folha de pagamento. “Racionalização de medicamentos, através de dose unitária, controle de administração e registro de consumo e demanda em base de dados e logística reversa para medicamentos não administrados, são alguns dos componentes que contribuem para a redução de custos”, explica.
Embora envolva tecnologia de ponta e alta complexidade, o sistema de rastreabilidade é bastante amigável em sua utilização pelas instituições, com rápida habilitação de funcionários aos processos, sendo mais um incentivo para os investimentos das instituições de saúde que podem usufruir de seus benefícios em curto prazo após a sua instalação.
Para Fonseca, há ainda muito mercado para crescer com a aplicação do beira leito serializado, o que considera fundamental frente ao atual cenário de acidentes, muitas vezes fatais, que ocorrem diariamente nas instituições de saúde.
Viracopos: área específica no aeroporto
A concessionária Aeroportos Brasil Viracopos (Fone: 19 3725.5311) investe intensamente na infraestrutura frigorífica do aeroporto. Atualmente, o Aeroporto conta com uma área total de 21.000 m³, dividida em 11 câmaras frias com temperaturas que podem ser ajustadas a partir de 0º C até 22º C, duas câmaras frias que podem operar com temperatura de até -25º C, além de uma antecâmara que pode ser ajustada a partir de 0º C até 22º C, local onde ocorrem, por exemplo, as vistorias dos órgãos anuentes, evitando que as cargas fiquem expostas a temperaturas elevadas durante este processo.
“Para atendimento às cargas do segmento farmacêutico de alto valor agregado, foi inaugurada em março deste ano uma área específica no terminal de alta segurança, implantado em parceria com a Brink’s. A infraestrutura conta com mais 1.300 m³, divididas em duas câmaras frias e uma antecâmara, que podem ser ajustadas para operar de 0º a 22º C”, comenta Ricardo Augusto Luize, gerente de Operações de Carga da concessionária.
Por fim, como forma de garantir as temperaturas necessárias para as cargas, foi instalado um sistema de automação novo e moderno, com controles eficientes de temperatura e umidade. O sistema dispara alertas quando há divergências entre as temperaturas reais e as programadas. A ideia deste sistema é permitir a tomada de decisão, ao menor sinal de variação, antes que o equipamento ultrapasse o range da temperatura programado, evitando eventuais excursões de temperatura nas cargas armazenadas. “O bom funcionamento dos equipamentos que compõem o complexo frigorífico garante que as temperaturas estarão adequadas às necessidades das cargas, o que resulta em maior confiabilidade para o cliente e mitigação do risco de eventuais perdas de cargas por excursão de temperatura”, conta Luize. Ele informa, ainda, que oferecem diversos serviços diferenciados que são cobrados na medida em que são solicitados pelos clientes, como, por exemplo, desova de enviroteiner dentro da antecâmara, reposição de gelo seco, entre outros.
Hoje, o percentual de perecíveis chega a 10% do total de cargas movimentadas na importação. Já na exportação, esse percentual é de 6% das demais cargas processadas pela Viracopos.
BH Airport Cargo: área dedicada à Ciências da Vida
A BH Airport Cargo (Fone: 31 3689.6800) oferece, atualmente, 1.200 m³ de câmaras frigoríficas. E, até o final de 2016, vai concluir a expansão de uma área dedicada à indústria de Ciências da Vida e contar com câmaras de 15º a 25º C sub-zero.
“Atualmente, o setor de Ciências da Vida corresponde a 40% das movimentações da BH Airport Cargo. Trata-se de um dos setores industriais com maior potencial de crescimento no Estado de Minas Gerais e, consequentemente, no transporte aéreo de carga”, revela Peter Robbe, gestor do Cargo Center da concessionária.
Robbe também explica que o setor farmacêutico é muito sensível a choques e variações de temperatura, e que é importante ter equipamentos adequados e pessoal treinado para manuseio desses produtos. “Quando fazemos uma análise do custo logístico neste segmento, percebemos que a logística é completamente baseada em trade-offs, ou seja, o custo de oportunidade. A carga aérea, por exemplo, é mais cara do que o frete marítimo, no entanto, a rapidez no transporte compensa os custos envolvidos na produção, no fluxo eficiente de estoques, evitando perdas e gastos desnecessários. É nesse ponto de maximização nos custos de transporte que acaba minimizando os custos totais da Supply Chain. Agilidade, confiabilidade e novas soluções logísticas são fatores chave para o sucesso da cadeia fria (cool chain)”, diz o gestor do Cargo Center.
Ainda segundo ele, antes de chegar ao paciente, o insumo farmacêutico percorre um longo caminho, que chega até 20 mil quilômetros, via terra, ar e oceano. Passa por diversas plantas de produção, aeroportos, portos, centros de distribuição, atacado, embalador, importador e distribuidor.
“Como parte da cool chain, a indústria de cargas aéreas enfrenta diversos desafios para manter um alto nível de qualidade e extrema agilidade nos embarques. Os maiores desafios para o transporte aéreo de cargas de temperatura controlada (temperature – sensitive) variam de local para local, país para país. O desafio geral, no entanto, é sempre o mesmo: manter a temperatura requerida de ponta a ponta (end-to-end) em toda a cadeia. Garantir agilidade e confiabilidade durante todo o processo é a chave para o sucesso de toda a cadeia, e graças à eficiência no processamento de cargas. A grande diferença entre o modal aéreo e os demais é a agilidade e segurança na qual o transporte porta-a-porta é feito”, completa Robbe.
Infraero: 25 complexos para atender o setor
Os terminais de logística de carga (Teca) administrados pela Infraero – Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Fone: 61 3312.3173) possuem infraestrutura específica para o armazenamento de cargas do segmento farmacêutico.
“Essa estrutura envolve, via de regra, a disponibilização de câmaras frias reguladas para atender a diversas faixas de temperatura. Estas podem variar de 16° C a 22° C, de 2° C a 8° C ou de -18° C a 0° C, atendendo a todos os requerimentos estabelecidos pelo Sistema MANTRA da Receita Federal para o armazenamento desses volumes. Além disso, os terminais de carga da Rede que recebem volumes farmacêuticos possuem um Técnico Farmacêutico contratado (Responsável Técnico – RT), que se dedica a acompanhar todas as etapas de processamento desse tipo de carga, desde o recebimento e armazenamento até a sua entrega, sempre atento às melhores práticas, procedimentos técnicos e qualidade dos serviços para garantir a integridade dos volumes. A Rede Teca da Infraero, que engloba 25 complexos logísticos, está inteiramente equipada com infraestrutura adequada para atender ao perfil e demanda de cada região.”
Com esta explicação, Francisco Xavier da Silva Nunes, superintendente de Negócios de Logística de Carga da Infraero, mostra o que está disponível para o segmento farmacêutico.
E ele vai mais além, detalhando que, em 2015, a Rede Teca movimentou cerca de 1.300 t de cargas do segmento fármaco-químico, representando aproximadamente R$ 1,4 bilhão em termos de Valor CIF (valor da mercadoria + frete + seguro). Este número representa cerca de 7% do valor de todas as cargas processadas nos aeroportos da Infraero no ano. “Dentro da Rede Teca, podemos destacar os complexos logísticos dos aeroportos do Recife, PE, de Goiânia, GO, e Navegantes, SC, como os mais representativos no processamento de volumes do setor farmacêutico”, completa Nunes.
Equipamentos adequados
Neste contexto, o superintendente de Negócios de Logística de Carga da Infraero também fala da importância de ter os equipamentos adequados para operar no segmento farmacêutico.
“Ter equipamentos adequados, equipe treinada e qualificada para atender às operações logísticas envolvendo cargas do segmento farmacêutico é de fundamental importância para a logística farmacêutica: se trata de um tipo de carga muito sensível e de altíssimo valor agregado. Além disso, o bom manuseio dos volumes é ainda mais enfatizado, dado que essas cargas geralmente são destinadas ao atendimento de pacientes e/ou campanhas de saúde.”
Custo logístico
Nunes também analisa o custo logístico no segmento farmacêutico, destacando que a sua formação envolve diversas etapas, que vão desde a contratação do transporte até o destino final. “No que concerne à Infraero, o custo para o importador ou exportador se limita ao pagamento das tarifas de armazenagem e capatazia, que são regulamentados pela Portaria ANAC 194/2016. O preço pela prestação do serviço é definido basicamente pelo valor da carga – somando-se o frete e o seguro –, seu peso e o tempo de permanência no armazém.”
As cargas do segmento farmacêutico possuem, em sua grande maioria, alto valor agregado. Com o objetivo de reduzir os impactos dos custos das tarifas de armazenagem/capatazia nessas mercadorias, a Infraero implantou em seus Tecas um programa de fidelização, com possibilidade de flexibilização das tarifas, onde o importador interessado poderá discutir diretamente com o responsável de cada terminal a sua operação, custos e oportunidades de melhoria.
É importante pontuar que, ultimamente, as próprias companhias que operam com o segmento definem os métodos de transporte e desembaraço para o escoamento de cargas. “Dessa forma, para análises detalhadas sobre os custos do setor, recomendamos o contato com essas empresas”, explica o superintendente de Negócios de Logística de Carga da Infraero.
Aché : Projeto-piloto envolve todo o processo logístico
O Aché Laboratórios Farmacêuticos (Fone: 0800 701.6900) está fazendo um projeto-piloto em parceria com dois grandes clientes para realizar o alinhamento de indicadores de nível de serviço. “Neste trabalho, começamos por um monitoramento de todas as etapas do processo logístico, desde o atendimento do pedido até o momento em que entregamos os produtos. Esse planejamento colaborativo permite a melhoria do nível de serviço para o atendimento dos pedidos. Estamos tendo uma boa aceitação por parte destes dois clientes. Em um dos casos, conseguimos diminuir o tempo total – desde o recebimento até a entrega efetiva – de 10 dias, em fevereiro, para 5 dias, em abril – uma redução de 50%”, comemora Adriano Alvim, diretor de operações do Aché Laboratórios Farmacêuticos.
Outra melhoria, realizada em 2015 com o apoio de diversas áreas da companhia, como Suprimentos, Produção, Logística e TI, é que o laboratório conseguiu melhorar de 90% para 98% – em alguns casos até mais de 99% – o nível de serviço, que mede a disponibilidade de produto em estoque. “Isso quer dizer que em 98% das vezes, ou mais, conseguimos suprir os pedidos imediatamente para os pontos de venda, sem que houvesse ruptura logística”, explica Alvim, destacando, também, que o custo logístico por unidade vendida em 2016 é 20% menor que a média dos últimos dois anos.
Entraves
O Aché trabalha com sete transportadores e dois Operadores Logísticos. E um dos entraves enfrentados na logística farmacêutica é a fila de espera dos distribuidores. Isso porque as operações de recebimento de alguns distribuidores são inferiores à demanda de envio dos laboratórios, em determinados momentos do ano ou do mês. Isso faz com que a indústria tenha que aguardar uma agenda, até que o distribuidor consiga fazer o recebimento, impactando em custos adicionais e aumentando o tempo da cadeia.
“A concentração de pedidos nos três últimos dias do mês também constitui um complicador. Se os pedidos fossem distribuídos ao longo do mês, a operação ocorreria de modo mais rápido e menos oneroso”, aponta o diretor de operações. E completa: “cremos que um trabalho de otimização da fila de pedidos possa ajudar, distribuindo por todo o mês os pedidos realizados. Isso deve contribuir para que os custos e o tempo de entrega sejam reduzidos”.