De acordo com os analistas, o desempenho dos diversos indicadores econômicos resultou em projeções de baixo crescimento para 2016 em razão da instabilidade política que se intensificou no primeiro trimestre deste ano. As projeções negativas, o desconforto dos investidores frente à grande volatilidade do mercado financeiro e cambial e o forte recuo da tomada de crédito, entre outros sinais de fraqueza da economia apontaram para um cenário mais pessimista que poderá prolongar a recessão e postergar a retomada do crescimento.
Devido ao cenário no ambiente interno, o Brasil também vem perdendo o fluxo de investimento estrangeiro para outros países. Segundo dados da Unctad (Conferência das Nações Unidas sobre o Comércio e Desenvolvimento) o fluxo global de investimentos apresentou um aumento de 36% enquanto o Banco Central apontou um recuo de 22,5% para o Investimento Estrangeiro Direto (IED). Isto se deve, principalmente, ao balanço das grandes multinacionais nos últimos meses que tem constatado uma queda no faturamento em suas operações e que afeta diretamente a disposição da matriz para reinvestimentos no país. Como os projetos de implantação de novas multinacionais demoram de três a cinco anos para maturação, medidas imediatas de incentivo para atrair estes investimentos seriam necessárias para assegurar um novo ciclo. Apesar do cenário econômico complexo, os investidores ainda enxergam oportunidades no mercado nacional que deve recuperar suas perdas tão logo o ambiente político e econômico readquirir estabilidade.
Como estratégia para impulsionar os setores da economia e atrair novos investimentos, o acordo de cooperação técnica assinado neste primeiro trimestre entre governo e entidades privadas, através da CNI (Confederação Nacional da Indústria) tem como prioridade impulsionar os setores da construção civil, indústria extrativa e de alimentos e bebidas, o que pode significar uma estabilidade ou até mesmo leve aumento da demanda para estes setores. Ao longo de 2015, os recursos oriundos do investimento estrangeiro direto foram destinados para empresas ligadas à
telecomunicações, eletricidade e gás, atividades imobiliárias, instituições financeiras, empresas de saúde e de serviços de tecnologia.
Oferta e Demanda
Como a diminuição do faturamento das multinacionais afeta o reinvestimento das sedes, a reestruturação das operações destas filiais impacta diretamente na demanda por espaço corporativo e
logístico. Por outro lado, tem se registrado um aumento das sondagens de empresas estrangeiras para aquisições de ativos com tendência ao crescimento no próximo período, uma vez que se tornam mais atraentes frente a desvalorização cambial.
SÃO PAULO
No primeiro trimestre de 2016 absorção bruta somou cerca de 172,9 mil m² e os vetores das rodovias Dutra (48,5 mil m²), Régis Bitencourt (35,5 mil m²) e Anhanguera (25,7 mil m²) se destacaram em relação aos demais vetores durante este período. A absorção líquida foi negativa (-36,9 mil m²) e maior queda na demanda ocorreu ao longo das rodovias Bandeirantes e Castelo Branco (com -71,0 mil m² e -35,0 mil m², respectivamente. A absorção líquida positiva se concentrou com mais destaque em relação aos outros vetores nos empreendimentos ao longo das rodovias Dutra (38,4 mil m²) e Régis Bittencourt (20,1 mil m²).
No primeiro trimestre de 2016 da taxa de vacância para os vetores pesquisados registrou 27,0% com aumento de 2,7% em relação ao quarto trimestre de 2015. Os empreendimentos ao longo dos vetores das rodovias Raposo Tavares, Washington Luis e Castelo Branco apresentaram as maiores taxas vacância (47,0%, 42,4% e 30,2%, respectivamente). Parte do aumento temporário da vacância ao longo do vetor e Castelo Branco deve-se a entrega de novo estoque.
O novo estoque entregue no primeiro trimestre de 2016 somou 244 mil m² com destaque para os municípios de Hortolândia, Itupeva, Cajamar e Porto Feliz, o que resultou em maior proporção de volume entregue nos vetores Bandeirantes (42%) e Castelo (32%).
O preço pedido médio fechou em R$ 19,8/m²/mês contra R$ 20,1/m²/mês no último trimestre de 2015, uma queda de 0,3 %. Os empreendimentos ao longo dos vetores Castelo Branco e Marginal Sul registraram preços pedidos mais altos, R$ 36,3/m²/mês e R$28,5/m²/mês, respectivamente. As maiores médias, no entanto, apresentam-se na Marginal Sul com R$24,9/m²/mês e Regis Bitencourt com R$23,1/m²/mês. Os vetores das rodovias Castelo e Anhanguera destacam-se pela grande variação de preços pedido em razão da qualidade do estoque disponível.
RIO DE JANEIRO
A absorção bruta somou cerca de 49 mil m² no primeiro trimestre de 2016 e os vetores Dutra-RJ (BR-116) com 33,2 mil m² e Washington Luis – RJ com 13 mil m² concentraram as maiores absorções neste período. A absorção líquida que representa a diferença entre os espaços ocupados entre dois trimestres ficou negativa em 21,9 mil m² e reforça a queda da demanda como
reflexo do encolhimento de alguns setores, principalmente, Petróleo & Gás.
A taxa de vacância foi de 23,7% no primeiro trimestre de 2016 contra 10,8% no quarto trimestre de 2015 com aumento de 12,9%. Observamos ao longo do vetor Arco Metropolitano a maior taxa de vacância (55,9%) devido a entrega de 32,0 mil m² em Seropédica e a menor taxa de vacância (1,5%) no vetor Dutra (BR101) – Norte.
No primeiro trimestre de 2016 o novo estoque totalizou cerca de 136 mil m² com a entrega de empreendimentos ao longo dos vetores Vetor Washington Luís – RJ (BR 116) com 104,3 mil m² e vetor Arco Metropolitano com 32,0 mil m². Como resultado do volume entregue no Arco Metropolitano este vetor elevou temporariamente a vacância da região em relação aos demais vetores pesquisados.
O preço pedido médio para locação no primeiro trimestre de 2016 foi R$ 22,8/m²/mês contra de R$ 25,2/m²/mês com queda de 9,5% em relação ao último trimestre de 2015. As maiores médias foram encontradas nos vetores Washington Luís (R$ 26,9/m²/mês) , Linha Amarela (R$ 26,0/m²/mês) e Dutra (R$ 22,7/m²/mês).