A 18ª Transposul começou com discursos otimistas devido aos indícios econômicos, que retomaram o crescimento. Segundo o coordenador do evento, Marcus Vinícius Couto da Silva, o ano de 2016 tem tudo para ser um ano ‘forte’. “Todos os profissionais do setor enfrentam as dificuldades com muita garra levando mercadorias até as empresas e pessoas”, afirmou.
Já o presidente da Federação das Empresas de Logística e Transporte de Cargas no Estado do Rio Grande do Sul (Fetransul), Paulo Vicente Caleffi, foi objetivo em seu discurso e apenas disse que é preciso levantar o Brasil.
A Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística) esteve representada pelo presidente da entidade, José Hélio Fernandes. Ele lembrou que nesse ambiente é possível trocar ideias e ouvir as ações que serão tomadas para o crescimento econômico.
Afrânio Kieling, presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Carga e Logística do Rio Grande do Sul (Setcergs), declarou que a feira representa a resistência ao momento delicado que o pais enfrenta. “Embora coisa tenha mudado nesses 18 anos uma característica é comum: o compromisso de todos transportadores se superarem ano após ano”.
O vice-prefeito de Porto Alegre, Sebastião Mello, e o secretário dos Transportes, Pedro Westphalen, também discursaram em tom otimista. Ambos lembraram que o jurista e ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa é um dos palestrantes, enaltecendo o alto nível dos palestrantes.
Joaquim Barbosa
O ex-ministro do governo Dilma ressaltou a importância de fortalecer o sistema jurídico no país. Grande destaque do primeiro dia da TranspoSul, o palestrante falou mais de 500 pessoas e destacou a importância de manter o sistema de Justiça do país fortalecido. “A estabilidade jurídica é essencial para o desenvolvimento de qualquer nação. Há dois anos eu não poderia prever que o sistema jurídico público pudesse entrar nessa instabilidade que estamos. Lamentavelmente isso indica que, lamentavelmente, o Brasil está voltando a fazer parte do grupo de países com problemas jurídicos sérios. O cidadão precisa ter consciência de que o Direito, as leis regem toda nossa vida, desde que nascemos até quando morremos. O desequilíbrio afeta todo sistema brasileiro: desde as empresas até o cidadão individualmente”, enfatizou.
O ex-ministro do STF deu exemplos de como decisões impensadas podem transformar a vida do cidadão e derrubar a consistência jurídica de um país. Um dos exemplos foi a atual decisão da Inglaterra de sair do Reino Unido. “O assunto mais debatido hoje em dia na cena internacional é o Brexit. O monumental erro político de um jovem primeiro ministro de chamar um plebiscito. Foi um cálculo politiqueiro. Ele não tinha obrigação de convocar essa eleição e provocou um terremoto ainda difícil de mensurar e avaliar. Causou ondas de choque não apenas no seu país, mas em todo bloco econômico. Causou desassossego a milhões de pessoas que vivem nessa comunidade bem estruturada. Bastou um gesto atrapalhado para provocar instabilidade e onde de choque. Ainda não sabemos como isso vai acabar”, avaliou.