Operadora logística que administra uma malha ferroviária de 1.643 km nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, a MRS pensa alto quando o assunto é tecnologia ferroviária. Transportando quase 20% de tudo o que o Brasil exporta e um terço de toda a carga transportada por trens no país, o especialista da MRS Wiler Luz, destaca que “o uso de laser, ultrassom e infravermelho, ajudam a companhia a manter baixos índices de acidentes”, lembrando que a inovação também melhorou em 12,87% o “transit time”.
E a melhora foi expressiva, de acordo com dados da companhia entre a origem e o destino do fluxo de transporte de minério de ferro destinado à exportação em apenas quatro anos, a redução foi de 12,87% (de 22,62 horas, em 2012, para 19,71 horas, no ano passado).
Com a introdução a oito anos dos primeiros sistemas de alta tecnologia ferroviária pela MRS, em junho de 2013, a companhia se destacou globalmente ao tornar-se a primeira ferrovia de carga do mundo a adotar um sistema de controle de trens baseado em comunicação: o CBTC. Com ele, os trens passaram a trafegar em intervalos menores de tempo em função de monitoramento eletrônico e preciso. Paralelamente, a MRS deu continuidade ao desenvolvimento de novas e igualmente sofisticadas tecnologias.
Luz revela ainda que o intercâmbio com as ferrovias internacionais é muito forte e afirma “ estamos no primeiro time com relação a tecnologias ferroviárias, mesmo no cenário internacional”. Outro destaque foi o Track Star, veículo que anda sobre trilhos que foi montado em um caminhão especialmente projetado para oferecer com exatidão o tamanho das bitolas, o perfil dos trilhos e, ainda, a geometria da via. Tudo em tempo real.
Único no Brasil e na América do Sul, o Track Star atua na prevenção de acidentes e, por consequência, eleva a segurança operacional que a companhia oferece aos seus colaboradores, clientes e à comunidade. Segundo Luz, o equipamento processa os dados de modo instantâneo e avalia se algum parâmetro técnico apresenta anomalia ou deformidade. “Durante a operação, há a presença de um coordenador de via que analisa os dados e pode, inclusive, restringir ou interditar a via se algo estiver fora dos padrões. Não é por acaso que esse carro-controle é frequentemente solicitado por outras companhias ferroviárias do país e até pelo Governo Federal para a realização de inspeções”, diz.
Mas de acordo om o executivo a atuação preventiva da MRS não se limita a essas duas tecnologias. Instalados ao longo de toda a malha da companhia, sensores térmicos do Hot Box e do Hot Wheel registram, respectivamente, a temperatura dos rolamentos e a radiação infravermelha emitida pelas rodas dos vagões. O objetivo é evitar descarrilamentos e fraturas de rodas.
“Caso identifiquem algum aquecimento anormal, os dois sistemas geram um alarme no CCM (Centro de Controle de Manutenção), que é enviado tanto para o maquinista quanto para o CCO (Centro de Controle Operacional): a composição é parada imediatamente e as equipes de manutenção entram em ação”, explica, lembrando que a companhia participa regularmente de eventos e congressos com foco em tecnologia ferroviária.
Fonte: Guia Marítimo