A sueca Saab e a Embraer inauguraram nesta terça-feira (22) o Centro de Projetos e Desenvolvimento do Gripen em Gavião Peixoto (306 quilômetros de São Paulo).
As instalações vão abrigar parte da produção dos 36 caças suecos Gripen NG (New Generation), comprados pela FAB (Força Aérea Brasileira) por US$ 5,4 bilhões, com previsão de entrega a partir de 2019. Desses, 23 terão montagem final no Brasil.
O local será o hub de desenvolvimento tecnológico do avião para Saab e Embraer, além de empresas parceiras como AEL, Atech e FAB.
A produção envolverá também a transferência de tecnologia da fabricante sueca para a brasileira, incluindo o treinamento de 350 profissionais do país até 2024 -cem brasileiros já fizeram treinamento teórico na Suécia.
O acordo de transferência inclui treinamento teórico, programa de pesquisa e tecnologia, treinamento prático e desenvolvimento e produção. No total, serão 60 projetos, com duração de 24 meses.
Ulf Nilsson, vice-presidente sênior da companhia sueca, disse que, apesar da crise econômica no Brasil, não acredita que o programa poderá ser interrompido.
“Esse é um programa de longo prazo e que demorou quase 20 anos para o contrato ser assinado”, afirmou.
Já o presidente e CEO da Embraer Defesa e Segurança, Jackson Schneider, disse que há uma perspectiva de crescimento importante da área de defesa da Embraer com os novos projetos.
Na unidade de Gavião será feita a versão brasileira do Gripen. Serviços como a integração de sistemas elétricos estão entre os que serão desenvolvidos na unidade.
“Temos um laboratório de ensaio, onde todos os testes de voo serão feitos”, afirmou.
Questionado sobre as investigações do Ministério Público Federal de Brasília sobre o envolvimento em irregularidades na escolha da Saab e o caso da Embraer envolvida com o pagamento de propinas, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, que participou da inauguração, afirmou desconhecer.
“Havia um processo investigativo no Ministério Publico, que foi arquivado”, disse.
O presidente mundial da Saab, Hakan Buskhe, disse se sentir “confortável” com o trabalho que foi feito.
Fonte: Folha de S. Paulo