Acionistas da gigante de sementes Monsanto aprovaram nesta terça-feira (13) a fusão com a companhia de produtos químicos e saúde Bayer, avaliada em US$ 66 bilhões, ou US$ 128 por ação.
Em comunicado, a Monsanto anunciou que em assembleia realizada nesta terça os acionistas da companhia aprovaram a fusão das empresas, anunciada em setembro.
“Nós estamos felizes por receber um apoio tão grande de nossos acionistas”, afirmou o presidente da Monsanto e principal executivo da companhia, Hugh Grant.
“Isso é um marco importante conforme nós trabalhamos para combinar duas companhias complementares e entregar a visão que nossos acionistas têm do futuro da agricultura. Ao unir nossa expertise e nossos recursos para conduzir essa visão compartilhada, nós podemos fazer ainda mais juntos para beneficiar agricultores ao redor do mundo e para ajudar a enfrentar amplos desafios globais como a mudança climática e a escassez de alimentos”.
Aproximadamente 99% dos votos —-em um universo que representa 75% das ações em circulação na data de 7 de novembro, limite para participar da assembleia— foram favoráveis à fusão.
O negócio está sujeito às autoridades reguladoras e deve estar concluído no final de 2017.
O acordo de fusão foi anunciado em 14 de setembro. O negócio, chamado pelos opositores de “casamento dos infernos”, foi aprovado pelos conselhos de administração da Bayer e da Monsanto. O valor final representa um prêmio de 44% sobre o preço de fechamento da ação da Monsanto de 9 de maio, antes que a empresa de produtos químicos fizesse a primeira proposta pela gigante de sementes.
“Nós estamos felizes em anunciar a combinação de duas grandes organizações. Isso representa um passo grande para os nossos negócios de pesquisa para lavouras e reforça a posição de liderança da Bayer como companhia de inovação global em pesquisa de vida, com posições de liderança em seus segmentos centrais, entregando valor substancial aos acionistas, consumidores, empregados e à sociedade”, afirmou em comunicado Werner Baumann, presidente da Bayer.
Segundo a empresa, o negócio vai promover criação de valor significativa com sinergias anuais esperadas de aproximadamente US$ 1,5 bilhão após três anos, além de sinergias adicionais de soluções integradas em anos futuros.
O acordo encerra meses de negociações durante os quais a Bayer apresentou três propostas para compra da gigante de sementes.
A oferta de US$ 128 por ação supera a proposta anterior da Bayer, de US$ 127,50 por papel, e é a maior transação do ano até agora.
O acordo criará uma empresa que dominará mais de um quarto do mercado mundial combinado para sementes e pesticidas em uma rápida consolidação da indústria de insumos agrícolas.
A transação inclui uma multa de US$ 2 bilhões a ser paga pela Bayer à Monsanto caso não haja autorizações regulatórias. A farmacêutica prevê levantar US$ 19 bilhões para ajudar a pagar a operação com a emissão de títulos conversíveis e novas ações aos atuais acionistas. A empresa disse ainda que bancos se comprometeram a liberar US$ 57 bilhões em financiamento.
NA EUROPA
Críticos temem que a aquisição da Monsanto pela Bayer possa ser prejudicial para a Europa ao fazer com que uma marca denegrida “desapareça”. A concentração no mercado de sementes também preocupa.
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RAIO-X
BAYER/2º TRI 2016
Lucro líquido – US$ 1,5 bilhões
Sede – Leverkusen, Alemanha
Número de funcionários – 115,5 mil
Principais concorrentes – DuPont, Dow, Syngenta e Basf
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MONSANTO/2º TRI 2016
Lucro líquido – US$ 1 bilhão
Sede – St. Louis, Estados Unidos
Número de funcionários – 22 mil
Principais concorrentes – DuPont, Dow, Syngenta e Agrium
Fonte: Folha de S. Paulo