Este é o momento propício para investimento em sistemas de armazenagem

Não é novidade que a crise atual induz as empresas a reduzirem seus custos para assegurar a saúde financeira das operações. Entre várias estratégias que ajudam nesta missão está o investimento em sistemas de armazenagem, que podem otimizar a utilização dos recursos, a produtividade e a acuracidade no estoque, auxiliando no giro adequado e na qualidade do serviço. É o que conta Rodrigo Tadei, especialista de produto – WMS da Generix Group Brasil (Fone: 11 3032.2387).
De acordo com ele, este é o momento propício para investimentos neste tipo de solução, pois as expectativas de crescimento da economia previstas para o ano que vem são grandes e, para isso, as empresas devem estar preparadas, pois o tempo para implantação de um sistema de armazenagem pode ser longo, dependendo do tamanho e da complexidade da operação. “Deixar para investir quando houver estabilidade econômica poderá fazer com que a empresa perca mercado para os concorrentes”, avisa.
Ruben Mesas, diretor da System Brasil (Fone: 19 2111.2000), reconhece que a retomada está acontecendo mais devagar do que esperava, porém, concorda que é justamente o momento certo para se preparar para os grandes negócios que voltarão no Brasil em 2018.
O profissional lembra que a estocagem tradicional tem limites físicos de produtividade. É claro que é possível contratar mais pessoas para manuseio de materiais, porém, a produtividade delas será cada vez menor. “A solução para isso é a aplicação de tecnologia especialmente desenvolvida para o setor”, defende.
Quanto a isso, Lucas Rodrigues Neto, supervisor de negócios da Scheffer Logística e Automação (Fone: 42 3239.0700), faz questão de salientar que os casos devem ser avaliados um a um, pois cada cenário tem sua particularidade e cada sistema de armazenagem tem uma característica especial. O investimento, de acordo com Sergio Leis, diretor da Previsão Presilhas (Fone: 11 5519.7730), se paga sozinho com o consequente aumento da produção e melhoria do layout interno.
De fato, os sistemas de movimentação e armazenagem, quando bem aplicados, trazem ganhos substanciais de eficiência e de eficácia, como aumento da segurança nas operações, redução do obsoletismo e da movimentação, entre outros, como descreve Flávio Piccinin, gerente operacional, e Luiz Fabiano Dovigo, supervisor comercial, ambos da Isma (Fone: 19 3814.6000).
Segundo eles, há diversas opções disponíveis no mercado, e contar com uma empresa especialista, que respeite as normas vigentes e preste consultoria desde a idealização até a materialização da operação, pode gerar ótimos resultados.
“Temos clientes que estão investindo agora, pois os estoques estão reduzidos e isso facilita muito o processo de organização física do armazém, enquanto há outros que já projetam um aumento de demanda em breve e necessitam adequar a sua infraestrutura ao novo cenário”, revelam Piccinin e Dovigo.
A situação atual, na opinião deles, faz com que muitas empresas busquem a terceirização da operação de armazenagem. Para quem decidiu manter o processo interno, a melhoria da eficiência cria grandes oportunidades para a redução de despesas. “Como é de conhecimento do mercado, o que poderá impulsionar o início de uma retomada em nossa economia é o setor de logística, que, se bem planejado, diminui o tempo das operações”, acrescentam.
Rogerio Scheffer, diretor presidente da Águia Sistemas (Fone: 42 3220.2666), ressalta que a motivação de investimento neste momento deve ser produtividade, redução de custo e aumento de receita. “Pouco provável que a motivação será baseada em necessidade de aumento de estoques.”

Desafios
O maior desafio da adoção de sistemas de armazenagem é gastar menos e ter a maior eficiência possível, afirma Roberto Tedesco, diretor da Tedesco Sistemas de Armazenagem e da Rall Indústria Metalúrgica (Fone: 54 3451.7611). “A solução está no bom planejamento e ter como parceiros empresas e pessoas com grande vivência no assunto. A mínima economia que se consiga vai gerar grande diferença no final”, expõe.
Para Mesas, da System Brasil, o grande desafio é quebrar o conceito cultural de que não é necessário investir em armazenagem, pois o foco deve ser a produção. “Logicamente está comprovado que as companhias mais competitivas investem em toda a empresa: na produção, para fabricar mais e melhor, e no armazém, para administrar mais inteligentemente seus inventários, seu capital de trabalho”, conta.
Relacionado a esse ponto, Rodrigues Neto, da Scheffer, diz que o principal desafio é quebrar o paradigma seguido pela empresa ou equipe. “Alterar o modo de trabalho do cliente e tirar a equipe da zona de conforto, propondo um sistema novo e que garantirá uma evolução dentro da empresa, nem sempre é uma tarefa simples.”
Nestes casos, o profissional aponta que realizar treinamento operacional em cada processo e garantir que as pessoas estejam engajadas no mesmo objetivo determinam o sucesso na adoção de um novo sistema de armazenagem.
Na opinião de Rogerio, da Águia, os maiores desafios são especificar com assertividade o sistema ideal, adequar o investimento ao retorno, além da questão do financiamento. Podem ser resolvidos com dedicação na especificação do sistema e adequação do investimento à capacidade de retorno. No caso do financiamento, ele diz que, neste momento, estão caros e escassos.
Por sua vez, Tadei, da Generix, cita três desafios e suas soluções. O primeiro é o investimento alto na licença de uso do sistema de armazenagem e de hardware, que inclui servidor, banco de dados, sistema operacional e time qualificado. A solução seria optar por sistema de armazenagem em SaaS (Software as a Service), pois o custo de investimento em hardware é zero, já que fica por conta do fornecedor. Outro desafio é possuir uma operação madura, estável, com processos bem definidos. “Uma operação desorganizada poderá se tornar um caos ao implementar um sistema de armazenagem.” Para resolver essa questão, diz que é preciso organizar a casa utilizando recursos próprios ou contratando empresas de consultorias logísticas para redesenhar os processos operacionais. Por fim, o terceiro desafio descrito por Tadei é exigir 100% de aderência de um sistema de armazenagem em relação aos processos da empresa, pois nem sempre todos os requisitos exigidos durante a aquisição serão utilizados quando o sistema estiver em produção. “A solução é focar nas principais necessidades do negócio, pois pedidos de desenvolvimento podem custar caro e nem sempre atingir o retorno esperado, tornando a aquisição muito mais cara do que o previsto”, expõe.
Novos nichos
Elaine Cleta Balbino Soares de Santana, gerente comercial da Metalshop Indústria e Comércio (Fone: 81 3452.6500), acredita que o agronegócio hoje está procurando maximizar sua área de armazenagem, com isto, buscando um maior controle de seu estoque, permitindo crescimento no uso de sistemas de armazenagem em sua produção.
É a mesma opinião de Piccinin e Dovigo, da Isma. “O agronegócio que, predominantemente, tinha armazenagem a granel, começa a demandar sistemas de armazenagem para cargas paletizadas”, contam.
Flávio Zarbinati Junior, supervisor comercial da Mecalux do Brasil (Fone: 0800 770.6870), também aposta no agronegócio. “Este setor já é um consumidor de estruturas para sistemas de armazenamento e, neste ano, se torna um dos principais usuários de estruturas convencionais. Devido a este crescimento, acreditamos que em breve haverá necessidade de modernização e automatização destas operações”, expõe.
Para Tadei, da Generix, os novos nichos são e-commerce próprio ou market place. “São cada vez mais comuns sites de e-commerce com alto volume de venda, isso requer uma operação com processos diferenciados por conta do alto volume de fracionados. Essa evolução, por fim, acaba gerando necessidades de melhorias e/ou desenvolvimentos nos sistemas de armazenagem para atender a essa demanda, pois se ele não estiver preparado, poderá ‘travar’ a operação num Black Friday, por exemplo”, explica.
Leis, da Previsão Presilhas, acrescenta o setor de ferramentais pesados como novo nicho; e Rogerio, da Águia, cita Operadores Logísticos, varejos de diversos produtos, indústrias em geral, guarda de documentos e distribuidores. Por sua vez, Rodrigues Neto, da Scheffer, acredita que o mercado para o setor de automação de armazéns é amplo e tem grandes oportunidades. “No Brasil são poucas as empresas que operam com sistemas automáticos de armazenagem, se considerarmos o total de empresas instaladas.”
Na análise de Roberto, da Tedesco e da Rall, nenhum nicho de mercado está totalmente explorado. “Vários estão deficientes por terem optado por soluções não adequadas à sua realidade, por falta de conhecimento e, principalmente, pela ausência de gestão qualificada para gerir determinadas situações ou buscar novas soluções, mais eficientes e modernas”, considera.
O profissional faz questão de salientar que empresas do mesmo segmento podem ter soluções de armazenagem e logística muito diferentes, por isso é preciso analisar as situações e a performance. “É um conjunto de fatores que determina a solução adequada e específica para cada segmento, produto, tipo de cliente e mercado em que atua.”
O que as empresas oferecem
Águia – Além de projetar, fabricar e montar portapaletes convencionais, autoportantes, sistema dinâmico e push back, também oferece sistemas transportadores e integra sistemas de picking, verificação e controle, separação de pedidos, paletização robotizada, embalagem e implantação de WCS e WMS. Entre seus clientes estão Cacau Show, Droga Raia, Kopenhagen e Mercedes-Benz.
Generix Group Brasil – Oferece WMS SaaS: armazém matéria-prima, produto acabado, Centro de Distribuição seco e perecíveis, e-commerce, armazém geral e plataformas de consolidação.
Isma – Fabrica sistemas de armazenagem para documentos, cargas fracionadas e paletizadas, bem como arquivos em aço para documentos, armários em aço, arquivos e estantes deslizantes, estantes com piso, portapaletes seletivo, dinâmico e push-back, drive-in e drive-through, flow-racks, cantilever, mezanino e fechamento em divisória. Também presta serviços de desmontagem e montagem de estruturas e inspeções, validação em estruturas de sua fabricação ou não, mediante a apresentação de laudos, memoriais e ART – Anotação de Responsabilidade Técnica.
Mecalux – Sua atividade consiste na concepção, fabricação, comercialização e prestação de serviços relacionados a sistemas de armazenagem, armazéns automáticos e outras soluções do tipo. Faz parte da sua gama de produtos estruturas portapaletes, estruturas compactas, estantes convencionais, armazéns automáticos para caixas, transelevadores para paletes, software WMS e outros sistemas.
Metalshop – Fornece portapaletes, drive-in, estanterias, mezaninos, push back e flow rack.
Previsão Presilhas – Oferece prateleiras deslizantes e fixas para ferramentas/moldes pesados e carros de movimentação de ferramental pesado manuais e tracionados. Entre seus clientes estão Omron, WEG, ErcaPlast e Magneti Marelli.
Scheffer – Fornece soluções em sistema de armazenagem verticalizado automatizado com estrutura portapaletes, portapaletes autoportante, dinâmica autoportante ou drive-in autoportante, todos com transelevadores, para paletes; além de estrutura metálica com transelevadores miniload, para caixas. Os transelevadores podem possuir garfos telescópicos de simples ou dupla profundidade ou carro satélite de múltiplas profundidades, dependendo da aplicação.
System Brasil – Oferece o Modula, armazém vertical automático de bandejas, tipo VLM (Vertical Lift Module), com capacidade de carga desde 200 até 1000 kg em cada bandeja e mais de 36 configurações possíveis. A empresa tem mais de 100 máquinas instaladas no Brasil, tendo como clientes Petrobras, J&J e GE.
Tedesco e Rall – Fornecem drive-in (dinâmico com roletes), mezanino, piso elevado, monta-carga, cantilever, sistema automatizado de drive-in (carro satélite), sistema powerrack (portapaletes deslizante) e racks metálicos. Desenvolvem todo tipo de produto linha aço.