Assuntos fundamentais para que as empresas se tornem mais competitivas foram abordados durante o 1º Encontro de Líderes em Logística & Supply Chain, que aconteceu no dia 21 de junho último em Jundiaí, São Paulo. O evento, promovido pelo ILOG – Instituto Logweb de Logística e Supply Chain (Fone: 11 3964.3744), com patrocínio máster da Crown Lift Trucks e apoio técnico da Prime Leads Brasil, reuniu cerca de 50 profissionais de alto nível, proprietários ou atuantes em companhias dos mais variados segmentos, interessados em aprimorar suas atividades e acompanhar as constantes transformações sociais e tecnológicas mundiais.
Valeria Lima, presidente do ILOG, disse que mais uma vez a entidade criou um ambiente diferenciado para que os líderes do setor logístico pudessem compartilhar seus conhecimentos e dividir experiências. “Iniciativas do tipo só são possíveis graças aos esforços da nossa equipe e o apoio de empresas engajadas no desenvolvimento do setor, como, neste caso, a Crown e a Prime Leads”, ressaltou.
Luciano Rocha, vice-presidente de relações institucionais do ILOG, foi o mediador do encontro e avaliou o evento como um sucesso. “Num ambiente diferenciado, reunimos líderes da área de Supply Chain de grandes empresas nacionais e internacionais. As palestras foram de excelente qualidade, representando uma grande oportunidade para troca de experiências e conexões estratégicas. Parabenizo nossa presidente, Valéria Lima, pela iniciativa e pioneirismo. É uma honra fazer parte do Instituto Logweb”, expôs.
Luis Claudio Ravanelli Ferreira, vice-presidente administrativo-financeiro do ILOG, disse que a entidade está muito feliz com os resultados alcançados. “O encontro superou todas as nossas expectativas, tanto no que diz respeito à qualidade das palestras, que foram muito bem avaliadas em nossa pesquisa de satisfação, quanto ao número de participantes de alto gabarito e experiência no meio logístico.”
Palestras
A primeira apresentação foi de Geovana Donella, CEO da Donella & Partners, conselheira de empresas familiares e consultora especializada em Governança Corporativa (GC) e gestão. Ela começou dizendo que há dois tipos de companhias: as que têm GC e as que não têm. Governança Corporativa é o sistema pelo qual as organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre sócios, Conselho de Administração, diretoria, órgãos de fiscalização e controle e demais partes interessadas.
Os princípios básicos da GC são: transparência, pelo desejo de informar, mais que obrigação; equidade, ou seja, tratamento justo de todos os sócios e interessados; prestação de contas, que envolve assumir as consequências de atos e omissões; e responsabilidade corporativa, que quer dizer que os agentes de governança devem zelar pela sustentabilidade das organizações, visando sua longevidade.
Segundo Geovana, o sistema funciona através do Conselho de Administração, formado por profissionais diversificados, que dá o direcionamento estratégico da companhia. Os conselheiros precisam dedicar tempo à função, ter compromisso com a corporação, foco em resultados, retidão como padrão de referência, além de vivência em negócios e gestão. “Montar um conselho não é uma tarefa fácil, envolve profissionalização e técnica”, disse.
Por fim, Geovana destacou que a GC ainda é jovem, por isso o mercado está se adaptando. “Precisamos desmistificar a ideia de que investir em governança corporativa é caro e só para empresas grandes. Na verdade, as companhias já nascem com ela, o custo começa na escolha dos profissionais para o conselho consultivo. Dependendo do quanto pode dispender, a organização pode ter apenas um conselheiro, e ir aumentando conforme a necessidade”, explicou. De acordo com ela, há um custo para cada tamanho e fase da empresa.
Na sequência, Rafael Arroyo e Gustavo Poletto, respectivamente gerente de marketing e gerente de suporte aos produtos da Crown no Brasil, abordaram as principais tendências tecnológicas que farão a diferença nos próximos anos. Arroyo falou sobre a Indústria 4.0 e disse que se não tivermos informação, estaremos fadados ao fracasso. Esse ciclo de nossa evolução tem como características autonomia, entidades virtuais, interatividade, conectividade, inteligência artificial e big data.
Pesquisas mostram que apenas 9% da capacidade industrial brasileira encontra-se dentro da Quarta Revolução, enquanto a média mundial é de 33%. Projeções indicam que em cinco anos, o Brasil terá 72% de sua capacidade industrial trabalhando com as ferramentas da nova Revolução Industrial.
O gerente de marketing explicou que as tendências tecnológicas que hoje transformam a sociedade são cada vez mais trazidas à logística, que é influenciada e influencia sua revolução na medida em que desenvolvem novas ferramentas e conceitos de eficiência e redesenho operacional.
Arroyo contou que a gestão inteligente do novo mundo substitui os termos quantitativos por subjetivos, ou seja, “quanto”, “quando”, “onde” e “quem” passam a ser analisados na dimensão “como”: como você compra, como estoca, como gerencia, como transporta, como vende?
Poletto, por sua vez, apresentou como tendências a impressão 3D, a computação vestível, a automação residencial e o controle por gestos, entre outras. “Não preciso mais ir ao supermercado. Um dispositivo identifica que determinado produto está acabando na minha dispensa e já encomenda outro, automaticamente. Isso não é futurista, já acontece em boa parte do mundo”.
O gerente de suporte aos produtos destacou, ainda, as inovações que estão movimentando o mercado: big data, IBM Watson, tecnologias móveis, Infolink, robótica avançada, veículos autônomos e novas formas de energia. “A tendência é ter cada vez mais automação na indústria”, expôs.
Finalizando a apresentação da Crown, Arroyo acrescentou que no futuro toda a logística será feita de forma personalizada, de acordo com o consumidor. “Há muita tecnologia envolvida nisso, e é preciso ir atrás para não ser ‘comido’ pelo mercado.”
“A 4ª Revolução Industrial e as Empresas do Futuro” foi o tema da última palestra do encontro, apresentada por Luis Rasquilha, CEO da Inova Consulting.
De forma descontraída, o profissional provocou os presentes, mostrando que é preciso criar um certo desconforto no mundo corporativo para que as pessoas “saiam da cama quentinha”, se mexam e consigam viver em um mundo de mudanças. “Adaptabilidade é manter uma atitude de atualização. Precisamos incorporar novas atitudes para continuar em frente. E vale a reflexão: o quanto nossos colaboradores estão preparados para isso”, salientou, acrescentando que os gestores precisam mudar sua forma de pensar e ser mais flexíveis.
Os cinco pilares digitais da mudança apresentados são: big data, machine learning e inteligência artificial, internet das coisas, realidade aumentada e impressão 3D. Rasquilha mostrou um dado curioso: em 1900, o conhecimento humano dobrou em 100 anos; em 1945, em 25 anos; em 2014, em 13 meses; e em 2020, dobrará em 12 horas! Ele disse que o mundo que conhecemos está em declínio e que, em dez anos, pode mudar tudo. Por exemplo, já está prevista a primeira cirurgia de troca de cabeça de um homem.
Para trazer uma nova atitude para o nosso dia a dia, Rasquilha citou oito ações que podemos fazer: ter um propósito claro, vender um sonho (ter metas ambiciosas, mas alcançáveis), ter foco em nichos de alto valor agregado (identificar mercados promissores), criar um ecossistema (as melhores ideias não estão apenas na própria empresa), interagir com os clientes, adotar práticas de fail fast, ou seja, “falhar rápido” (teste o produto, corra riscos, analise dados e faça os ajustes), olhar para frente (antecipar movimentos) e adotar a inovação estratégica.
Por fim, citou a frase: “O progresso é a esperança dos povos e o desespero dos acomodados”. O CEO da Inova Consulting desafiou o público a ir cada vez mais para a frente, sem a desculpa da falta de tempo.
Depoimentos
Danilo Doriguelo de Melo, diretor de logística da General Mills Brasil, esteve presente no evento e considerou os conteúdos apresentados excelentes e muito conectados com a realidade atual das empresas. “Os palestrantes conseguiram abordar temas complexos de uma forma simples e, principalmente, trazendo muita reflexão para os participantes”, contou. Ele destacou os temas “Tendências Tecnológicas” e “A 4ª Revolução Industrial”, que são pontos abordados por todas as empresas no geral e estão relacionados com os desafios da cadeia de suprimentos no dia a dia, como, por exemplo, aumento de produtividade e aplicação de novas tecnologias com impacto no cliente ou consumidor.
“Os assuntos apresentados nos ajudam a verificar as tendências e ferramentas aplicadas em companhias com exemplos práticos e resultados eficazes, além de nos oferecer a oportunidade de conectar ou revisar o plano mestre e estratégico das organizações nas quais atuamos”, ressaltou Melo.
Para Fernando Villar, gerente comercial da Quality Logística, o encontro pode ser resumido em reflexão, ponderação e inovação. “Conhecemos o que podemos fazer para suprir e desenvolver soluções para as novas demandas do mercado de vendas diretas multinível, omnichannel, mantendo controle das informações e gerando valor à cadeia”, afirmou.
De acordo com ele, o evento tratou de temas atuais e importantes, fazendo uma ótima reflexão da realidade atual, que envolve o uso da tecnologia em nossos negócios e em nossas vidas.
Jefferson Manoel de Paulo, gerente de logística e distribuição da LEVI’S – Levi Strauss do Brasil, também gostou do encontro, especialmente por tirá-lo da rotina e fazê-lo pensar maior, mais alto e para frente. “O conteúdo abordado me ajudou, em nível de processos, a ver outras formas de aumentar a produtividade. No que tange a pessoas, me auxiliou a lidar melhor com as novas gerações.”
Fabio Veneziano, consultor de logística da Asia Shipping, considera que o evento tratou bem os temas de inovações tecnológicas e visões para o futuro das empresas e modelos de gestão. “Esse conteúdo me ajuda a agregar valor às atividades diárias e a desenvolver novos projetos tecnológicos, acompanhando as tendências globais.”
De forma mais detalhada, Marcio Barbeito, gerente de novos negócios da FEMSA Logística, comentou cada apresentação, dizendo que o conteúdo foi muito interessante, envolvendo temas tão variados quanto importantes. “Na primeira palestra, sobre Governança Corporativa, pude esclarecer muitas dúvidas que acredito serem as mesmas de muitas pessoas, mas que, por vergonha ou falta de oportunidade, não buscamos esclarecimentos”, reconheceu.
Sobre a palestra de tecnologia, acredita que é sempre bom estarmos em contato com o que o mercado vem trazendo de novidades, pois é um incentivo para investigar novas formas de trabalhar. “A última apresentação, ao mesmo tempo em que foi interessante, foi perturbadora – no bom sentido –, porque nos fez refletir sobre a vida e como estamos encarando as mudanças inevitáveis. Achei espetacular”, expôs Barbeito.
Para ele, os temas apresentados trazem novas perspectivas de como encarar as atividades realizadas, sobre aproveitamento do tempo com foco no que é realmente importante e em como pensar na real inovação das empresas. “Grande forma de reflexão.”
José Carlos Tremarin, diretor de Supply Chain da Liotécnica – Tecnologia em Alimentos, também opinou de acordo com cada palestra. Na primeira, destacou a formação do Conselho de Administração, pois era um tema que ele tinha pouco conhecimento e o ajudou muito a entender mais sobre as funções do conselho e as interações com os demais níveis hierárquicos de uma empresa.
“A segunda, a respeito de tecnologias embarcadas em equipamentos, também foi muito boa, pois pude me atualizar em relação às implementações tecnológicas que estão sendo efetuadas nos equipamentos de armazenagem e movimentação de materiais”, contou.
A terceira, que retratou as megatendências para o futuro, abordando aspectos comportamentais do ser humano e na gestão de empresas, impactadas fortemente pela tecnologia de conectividade, foi ótima, em sua opinião. “Apresentou um conteúdo de grande valor para que os gestores possam projetar o uso dessas tendências nas estratégias de suas empresas.”
De acordo com Vitor Manuel Abreu Silva, gerente de logística e distribuição da Ober, o conteúdo foi muito bem elaborado, com temas atuais e extremamente interessantes. “O evento agregou conhecimento a nossas atividades”, salientou.
Na opinião de Mikel Ubiria Recalde, diretor de administração e financeiro da HMY Brasil, o encontro foi muito bem organizado e os conteúdos das palestras foram de máximo interesse. “A Governança Corporativa, perfeitamente explicada pela Geovana, mostrou de forma simples sua aplicação em todo tipo de empresas. A segunda apresentação mostrou que hoje não basta oferecer um bom produto, é preciso oferecer algo a mais e, para isso, deve-se utilizar as tecnologias que hoje estão à nossa disposição. Por último, Rasquilha expôs de forma divertida o que o futuro oferecerá às organizações que estiverem prontas para se adaptar às necessidades e à velocidade do mercado”, comentou.
Wellington Monteiro Costa, que possui 25 anos de experiência em logística, sendo nove como diretor, gostou das abordagens sobre Governança Corporativa, com relação a propósito e valor. “A Governança é fundamental para a perenidade das organizações. Somente empresas bem geridas conseguem sobreviver e crescer em um ambiente econômico-social tão desafiador.”
Em se tratando da palestra a respeito de inovação, ele ressalta que foi uma provocação inteligente e bem-humorada que o fez despertar para o potencial de transformação nos negócios gerada pela tecnologia. “Mostrou como podemos transformar os negócios e ganhar eficiência com as tecnologias digitais. É pensar diferente. É simplificar. É agregar inteligência e integrar os processos”, expôs Costa.
Intituto Logweb tem novo colaborador
Kleber Adriano Pansanato é o novo colaborador do ILOG – Instituto Logweb de Logística e Supply Chain. Ele passa a atuar como pesquisador, ao lado de Ivone Martins Bogo, vice-presidente do departamento de pesquisa do Instituto. Pansanato é bacharel em Estatística pela UFMG e pós-graduado em Administração Pública pela PUC-MG. Desde 2000 trabalha em institutos de pesquisa, como Ipsos e Vox Populi, atuando no desenho e execução de planos amostrais, elaboração de propostas, supervisão de coleta dos dados, processamento e análise de resultados de pesquisas eleitorais, de opinião e mercado, satisfação de clientes e avaliação de políticas públicas, dentre outras.
Pesquisa avalia positivamente o evento
Este 1º Encontro de Líderes em Logística & Supply Chain realizado pelo ILOG – Instituto Logweb de Logística e Supply Chain foi avaliado por meio de uma pesquisa de satisfação, com questionários de autopreenchimento.
Os resultados revelam o sucesso da iniciativa: todos os participantes avaliaram o evento como ótimo (71%) ou bom (29%), e o recomendariam a outros profissionais. Foi particularmente elogiado o formato do encontro: o fato de ocupar meio período, entre as 8 da manhã e o meio dia, contribuiu para torná-lo muito produtivo, sem impactar na agenda de trabalho dos convidados.
As três palestras que fizeram parte do encontro também foram muito bem avaliadas: 87% consideram muito satisfatórias (58%) ou satisfatórias (29%). Vários participantes argumentaram que um dos motivos para a sua satisfação foi a importância e pertinência dos temas abordados pelos palestrantes: as tendências tecnológicas do futuro e a Governança Corporativa.
“O que se destaca desta primeira inciativa é que 90% dos profissionais voltariam a participar de outros eventos promovidos pelo ILOG. Os restantes 10% não souberam responder e argumentaram que dependiam de suas agendas”, completa Ivone Martins Bogo, vice-presidente do departamento de pesquisa do ILOG.