Mesmo com déficit de US$ 245 milhões na balança comercial do Ceará entre janeiro e agosto de 2017, as exportações pelo estado nesse período tiveram um crescimento nominal de 87,4% em relação aos oito primeiros meses de 2016. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), as vendas ao exterior somaram US$ 1,2 bilhão no acumulado de 2017, ante US$ 685 milhões entre janeiro e agosto do último ano.
Já as importações pelo estado registraram uma queda de 46% no mesmo período: as compras do exterior registraram US$ 1,5 bilhão em 2017, ante US$ 2,8 bilhões nos dois primeiros quadrimestres de 2016.
Somente no mês de agosto, a balança comercial registrou um déficit de US$ 56,2 milhões, resultado da diferença de US$ 156 milhões exportados e US$ 212 milhões importados.
Com o impacto da produção de placas pela Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), a exportação de produtos semimanufaturados, de ferro ou de aço, corresponde a quase metade de todo o volume exportado de janeiro a agosto deste ano pelo Estado – US$ 626 milhões (48,7%).
Em agosto, o volume de exportação do produto alcançou US$ 68,6 milhões, o equivalente a 43,8% do total de produtos exportados no mês. O segundo produto mais exportado no Estado, tanto no acumulado do ano quanto no mês de agosto, foi a castanha de caju, fresca ou seca, sem casca.
Representando 4,7% do volume exportado em 2017, US$ 61,1 milhões do produto foram vendidos a países do exterior, dos quais US$ 8,6 milhões no mês passado. Calçados de borracha ou plástico, com tiras superiores, ficaram em terceiro no ranking anual, com US$ 52,7 milhões vendidos até agosto.
Por outro lado, no ranking mensal, o terceiro lugar em volume de exportação foi ocupado pelas lagostas congeladas. Mais de 260 toneladas da iguaria foram vendidas a outros países, movimentando US$ 6,3 milhões. Completam o ranking mensal outros calçados de borracha e plástico (US$ 6,2 milhões) e couros e peles inteiros (R$ 5,7 milhões), e o anual, sucos de frutas ou produtos hortícolas (R$ 46,8 milhões) e gás natural liquefeito (US$ 45,9 milhões).
Nesse ano, os países para os quais o Ceará mais vendeu foram Estados Unidos, com US$ 306,4 milhões (23,8% do total exportado); México, com US$ 219 milhões (17,1%); Argentina, US$ 82,6 milhões (6,4%); Itália, US$ 74,2 milhões (5,7%); Turquia, US$ 71,1 milhões (5,5%); Coreia do Sul, US$ 61,8 milhões (4,8%); Hungria, US$ 37 milhões (2,8%); Canadá, US$ 27 milhões (2,1%); Alemanha, US$ 26,3 milhões (2%); e França, US$ 25,7 milhões (2%).
Também impactado pela atividade da CSP, o principal produto adquirido no exterior em 2017 pelo Ceará foi a hulha betuminosa, que serve de insumo para a indústria local, por US$ 335 milhões, o equivalente a 21,9% de todo o montante importado no período. No mês de agosto, o produto também foi a principal aquisição externa e representou 17,4% das compras realizadas, com o montante de US$ 37,1 milhões.
O segundo produto mais importado, tanto no mês como no ano, foi o gás natural liquefeito, com o custo de US$ 189 milhões em 2017 (12,4%), dos quais US$ 35,5 milhões em agosto (28,4% das importações do mês). Em terceiro lugar de ambos os rankings estão outros trigos e misturas de trigo com centeio, insumo para os moinhos do Estado, que custaram US$ 113 milhões no ano (7,41%), dos quais US$ 22,6 milhões no mês passado (10,6%).
No ano, ocupam o quarto e quinto lugares, respectivamente, outras hulhas, com US$ 43,9 milhões (2,87%) e algodão, não cardado nem penteado, com US$ 40,1 milhões (2,6%). Já no ranking de agosto, a castanha de caju ficou na terceira colocação, com US$ 8,7 milhões (6,9%), e outros óleos de dendê, com US$ 6,4 milhões (5,1%), em quarto.
Em 2017, os países aos quais o Ceará mais comprou foram China, com US$ 260 milhões (16,9%); Estados Unidos, com US$ 186 milhões (12,2%); Colômbia, US$ 163 milhões (10,7%); Argentina, US$ 134 milhões (8,8%); Austrália, US$ 130 milhões (8,5%). Nigéria, US$ 115 milhões (7,5%); Alemanha, US$ 62 milhões (4,1%); Moçambique, US$ 46 milhões (3,0%); Índia, US$ 43 milhões (2,8%); e Angola, US$ 35 milhões (2,3%).
Fonte: Diário do Nordeste