A Dubai Ports World (DPW) anunciou, nesta segunda-feira (04), que concluiu a aquisição dos 66,67% das ações da Empresa Brasileira de Terminais Portuários (Embraport), que fica na Margem Esquerda do Porto de Santos, na Área Continental da cidade. Com isso, passou a controlar 100% da unidade, considerada a maior instalação portuária privada especializada na movimentação de contêineres e carga geral do Brasil. A participação foi comprada da Odebrecht TransPort (OTP), braço de infraestrutura do grupo. Agora, a Embraport passará a se chamar DP World Santos.
Uma das maiores operadoras de terminais portuários do mundo, a DP World mantém mais de 78 instalações marítimas e terrestres, apoiadas por 50 empresas, em 40 países de seis continentes. Mais de 36 mil funcionários atuam na companhia em todo o mundo.
“Estamos encantados em consolidar totalmente a nossa participação na DP World Santos e sublinhar o nosso compromisso com o Porto de Santos e o futuro do comércio no Brasil. A DP World tornou-se um player importante no setor de infraestrutura sul-americano, com uma rede de terminais de contêineres no Peru, na República Dominicana, na Argentina, no Equador e no Suriname”, disse o sultão Ahmed Bin Sulayem, CEO da DP World.
Na década de 90, o idealizador e fundador da empresa, o Grupo Coimex, adquiriu um terreno para a instalação de um terminal multicargas na Área Continental de Santos. Em 2009, enquanto a unidade ainda estava em construção, entraram no negócio a OTP e a DP World. As operações da instalação portuária foram iniciadas em 2013.
De acordo com a DP World, listada na bolsa de Dubai, a aquisição da Embraport custou menos de 5% do patrimônio líquido do operador dos Emirados Árabes, que fechou o primeiro semestre em US$ 10,8 bilhões. Mas a empresa não divulgou o valor da transação. A compra já foi aprovada pelo Conselho de Administração da Odebrecht TransPort e pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), em maio. Os recursos serão utilizados para reforçar a estrutura de capital da companhia.
Com a conclusão da compra do terminal, a composição da diretoria será alterada. Conforme A Tribuna apurou, o novo CEO da agora DP World Santos será o executivo australiano Dallas Hampton, que já está no Brasil, mas ainda não responde pela instalação. Ele substituirá Ernst Schulze, que atua há mais de cinco anos na Embraport.
O transporte de contêineres está no foco da DP World em todo o mundo, já que a atividade é responsável por mais de 75% da receita total da companhia. Em 2016, foram movimentados cerca de 64 milhões de TEU (unidades equivalentes a 20 pés) e há um plano de expandir esse volume para mais de 100 milhões de TEU até 2020, de acordo com a demanda do mercado.
“Continuamos comprometidos com o nosso papel de facilitador do comércio global e visando uma estratégia mais ampla para desenvolver setores complementares na cadeia de suprimentos global”, afirmou o CEO da DP World.
Terminal
Inaugurado em 2013, o Terminal Embraport é uma das maiores instalações portuárias privadas do Brasil. Classificada como Terminal de Uso Privado (TUP), a unidade foi erguida em terreno privado e não é submetida a todas as exigências do Governo Federal, como os arrendados.
No ano passado, a empresa movimentou 645 mil TEU (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés), segundo sua direção, a marca foi possível graças aos investimentos feitos em acessos ferroviário e rodoviário.
Esse total representou 15,9% da operação de contêi-neres no Porto de Santos em 2016, segundo dados da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), a Autoridade Portuária. Durante o ano, o volume operado no cais santista foi de 3,5 milhões de TEU. O resultado foi 3,9% inferior ao registrado em 2015, de 3,7 milhões de TEU.
O terminal privado tem capacidade anual para movimentar 1.2 milhão de TEU e a primeira fase do projeto conta com 653 metros de cais e 207 mil metros quadrados de área para armazenagem de cargas.