Codesp pretende estudar leito do estuário

Lama Fluida em Canais de Navegação e Bacias Portuárias foi o tema da palestra apresentada na Codesp pela professora Susana B. Vinzon, da área de Engenharia Costeira e Oceanográfica, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

A lama fluida é característica de fundos lamosos, como o verificado no estuário de Santos, que pode se considerar uma camada navegável, de acordo com os critérios da Permanent International Association of Navegation Congress (Pianc).

O diretor presidente da Codesp, José Alex Oliva, destacou que a apresentação por uma autoridade no assunto é o primeiro passo rumo ao desafio de convencimento da autoridade marítima a adotar os critérios da Pianc e definir uma nova profundidade náutica à navegação, reduzindo o pé de piloto e permitindo o acesso a embarcações maiores. A medida representaria um ganho significativo em produtividade, diminuição de custos com fretes e economia na manutenção da profundidade. “Para tal, precisamos ser arrojados e promover os estudos necessários”, concluiu o presidente.

A ideia é, a partir de agora, iniciar ações com o propósito de definir um modelo de estudos sistemáticos que tragam mais conhecimento e evidencias como a geração de dados que possam apresentar um diagnóstico da situação do estuário, encaminhar as conclusões à autoridade marítima, responsável pela homologação dos calados operacionais no Porto de Santos.

Diversos portos no mundo, como Roterdã, Nantes e Zeebruge, situados em regiões de águas com fundo lamoso, já operam considerando essa camada como parte da profundidade náutica, sem riscos à manobrabilidade dos navios, utilizando a densidade da lama como critério prático para a definição das respectivas cotas.

Ao final da apresentação, técnicos da Docas reuniram-se com a professora, colhendo informações, visando, em breve, a deflagração de um projeto piloto que proporcione uma avaliação consistente das condições do estuário e possibilite a ampliação dos calados operacionais no Porto de Santos.