Em 2017, a Gollog (Fone: 0800 704.0465), unidade de cargas da GOL Linhas Aéreas Inteligentes, embarcou cerca de 8% de mercadorias a mais do que o ano anterior. Ao todo, a unidade de cargas atende a mais de 3.200 municípios nacionais e, no exterior, a 205 destinos em conjunto com empresas aéreas parceiras. Nos últimos 10 anos, transportou cerca de 970 mil toneladas de cargas.
Em comemoração aos seus 17 anos, a Gollog apresentou no começo deste ano sua nova marca. Para falar sobre o assunto e analisar o mercado de transporte aéreo no Brasil, a Logweb entrevistou o diretor de cargas, Eduardo Calderon, que também aborda os maiores problemas que o segmento enfrenta no país e as perspectivas da empresa para 2018, além de outros temas.
Logweb: Faça um balanço do segmento de transporte aéreo nos dias de hoje, no Brasil e no exterior.
Calderon: O transporte de carga aéreo em todo o mundo visa atender àqueles segmentos que buscam agilidade neste transporte. Aqui no Brasil, alia-se a este componente o menor custo com seguros e escolta por conta da insegurança no transporte rodoviário. No exterior, a carga aérea representa cerca de 35% do valor total da carga transacionada anualmente em todo o mundo. No Brasil, embora não tenhamos estatísticas seguras sobre este ponto, acredita-se que tenhamos números semelhantes. Nos últimos anos, em função da crise econômica vivida no país, tivemos uma redução no volume de carga embarcada pelo modal aéreo, segundo os dados da ANAC – Agência Nacional de Aviação Civil. Esta tendência começou a mudar no ano passado e as indicações, pelo o que pudemos observar neste primeiro trimestre, é de uma forte tendência de crescimento em 2018.
Logweb: Como foi o desempenho do segmento de transporte aéreo no Brasil em 2017?
Calderon: A evolução da indústria de carga aérea reforça a tendência de recuperação no Brasil, uma vez que esta demanda está intimamente relacionada à atividade econômica. E, com o aumento da busca por entregas urgentes, o setor de serviços de transporte de cargas tende a ser um dos que mais cresce no país. De janeiro a dezembro de 2017, conforme dados da ANAC, o mercado doméstico de cargas cresceu cerca de 6% em relação a 2016. Para a Gollog, o período trouxe importantes resultados, com forte tendência de aumento na captação de clientes, tanto no mercado Business to Business (B2B) quanto no Business to Consumer (B2C). A cada mês, em média, são mais de 8 mil toneladas de produtos transportados.
Logweb: Quais as perspectivas para 2018?
Calderon: Os primeiros meses do ano apresentaram uma movimentação superior aos mesmos meses do ano passado, indicando a recuperação do mercado e o retorno do envio de cargas pelo modal aéreo. Além dos investimentos realizados nos terminais de carga em todos os principais aeroportos do país ao longo dos últimos anos, agora a Gollog está se concentrando em melhorias tecnológicas, que permitam uma otimização de seus processos e informação em real time das cargas para os clientes. A abertura de novas franquias e a otimização do processo de embarque de cargas também estão nos planos da empresa para 2018.
Logweb: Quais os maiores problemas enfrentados no Brasil no segmento de transporte aéreo? Como poderiam ser solucionados.
Calderon: Assim como no segmento rodoviário, os principais problemas no transporte aéreo de cargas estão relacionados à segurança, embora este fator seja menos significativo no transporte aéreo, uma vez que o risco se restringe aos terminais de carga e descarga, pois, durante o voo, a carga está segura. A melhoria da segurança deve ser alcançada com maior investimento do Estado neste tema.
Logweb: Quais fatores poderiam promover um maior uso do transporte aéreo de cargas no Brasil?
Calderon: A grande vantagem do modal aéreo, neste caso, é oferecer uma qualidade em lead time superior aos demais modais de transporte. Atualmente, buscamos efetuar uma compra na hora e recebê-la o mais rápido possível. Portanto, entregar a mercadoria para o cliente final com prazos inferiores aos comumente praticados pelo mercado a um preço similar, ou às vezes um pouco superior, acaba sendo um diferencial decisivo no processo de compra. A Gollog se coloca como uma opção confiável para o envio de encomendas tanto por parte de empresas quanto para embarcadores individuais.
Logweb: Como responder à questão: “o transporte aéreo ainda é um modal muito caro”?
Calderon: Apesar de ser considerado um modal “caro”, o seu maior emprego ocorre em razão de oferecer segurança, agilidade e redução no prazo de entrega, além de promover redução de estoques. Há alguns anos, a utilização do transporte aéreo era restrita às empresas que necessitavam enviar cargas com urgência. Atualmente, a participação do transporte aéreo de cargas vem crescendo constantemente devido aos diversos benefícios que ele proporciona, como aumento no nível de segurança, agilidade em todo o processo logístico, redução no prazo de entrega, entre outros.
Logweb: O comércio eletrônico é um “impulsionador” do transporte aéreo de cargas?
Calderon: O comércio eletrônico está dentre os principais transportes realizados pela Gollog, representando no último trimestre cerca de 10% do total transportado. Além disso, o e-commerce segue forte e ainda tem muito potencial de crescimento. Embora este não seja o segmento mais relevante entre os diversos tipos de carga transportada pela Gollog, a empresa tem feito um grande esforço para atender de forma adequada aos clientes que transportam este tipo de produto.
Logweb: Fale sobre o desempenho da Gollog nestes 17 anos.
Calderon: Ao longo dos anos, a Gollog vem investindo em melhoria dos serviços por meio de inovações tecnológicas, aprimoramento da infraestrutura e treinamento de equipe, trazendo ainda mais eficiência à operação e proporcionando aos clientes uma melhor experiência ao utilizar os serviços contratados. Tornou-se a única empresa de carga aérea a disponibilizar um aplicativo em celular, possibilitando a realização de cotações e rastreamento de encomendas, entre outros serviços. Além disso, com o objetivo de aprimorar a entrega porta a porta, oferece a tecnologia chamada Seen Technology, um programa que funciona em tablets conectados à internet, que possibilita o envio de informações em tempo real sobre a entrega da carga. Para auxiliar no atendimento online, foi implementado recentemente o GIL, um robô que presta assistência virtual pelo site da GOL (www.voegol.com.br), e atende prontamente os clientes, esclarecendo dúvidas sobre serviços, unidades e regras gerais para o transporte de cargas. Investimentos também foram realizados na infraestrutura dos terminais de cargas em todo o território nacional, com destaque para as bases de Manaus, Fortaleza, Recife, Salvador, Confins, Galeão, Campinas, Curitiba, Guarulhos e Congonhas (em São Paulo). Entre as melhorias realizadas estão expansão de área, internalização em base aeroportuária, implantação de sistema de monitoramento de cargas (CFTV) e aumento da área de armazenagem.
Logweb: Por que a criação de uma nova marca?
Calderon: A nova marca está mais próxima da marca da GOL, sendo preservados os principais elementos que compõem a identidade visual da companhia, como a cor laranja e a fonte. A nova identidade destaca uma empresa que, além de unir as pessoas a seus destinos, capta e distribui encomendas, encurtando distâncias, com eficiência e inteligência. A mudança da identidade visual reforça a característica inovadora e moderna da GOL, existente também na unidade de transporte de carga aérea. A nova assinatura presente na composição traduz o que a marca é: um Serviço Inteligente de Cargas. Até o final do ano, a nova marca estará presente em todas as nossas unidades.
Calderon: “A abertura de novas franquias e a otimização do processo de embarque de cargas também estão nos planos da empresa para 2018”