Greve dos caminhoneiros faz segmento de ground handling restringir uso de equipamentos nas operações em solo nos aeroportos

Ao longo dos dias de greve dos caminhoneiros, o segmento de ground handling precisou restringir o uso de equipamentos movidos a diesel apenas para as operações de push-back (procedimento para rebocar aeronave) e os loaders, que são usados para levantar cargas de maior peso para embarque ou desembarque.

“Especialmente nos aeroportos de pequeno e médio porte, as demais movimentações passaram a ser feitas manualmente para economizar combustível diesel e garantir a operação em solo durante todos estes dias e até que a situação seja normalizada”, disse o presidente da Abesata (Associação Brasileira das Empresas de Serviços Auxiliares de Transporte Aéreo) Ricardo Aparecido Miguel, lembrando que a alternativa só foi possível porque o ground handling é um segmento intensivo de mão de obra. São 38 mil funcionários espalhados nos aeroportos de todo país.

Nos aeroportos maiores, as empresas auxiliares já contam com equipamentos elétricos para a movimentação de carga, bagagem e correio em solo. Algumas empresas já usam tratores 100% elétricos em substituição aos movidos a diesel.

De acordo com o presidente da Abesata, o elevado número de cancelamentos, ao contrário do que se pensa, tumultuou ainda mais as operações em solo. “Um voo cancelado gera demanda de movimentação de bagagem e passageiros extras, o que torna a operação mais complexa”, explicou. O segmento aguarda para os próximos dias a normalização no fornecimento de diesel.

Em todo Brasil, existem hoje 122 ESATAs (empresas especializadas em serviços auxiliares do transporte aéreo) representando uma força de trabalho de 38.000 pessoas diretas. Em todo mundo, 50% dos serviços auxiliares do transporte aéreo são realizados por empresas especializadas. No Brasil, ainda estamos em 30%.