Alimentos e bebidas: Atividade industrial cresce, exigindo criatividade e flexibilidade dos OLs e das transportadoras

Setor passa por transformações e desafios, fazendo com que os embarcadores busquem parceiros logísticos especializados no setor e que ofereçam serviço completo, com comunicação eficiente em todo o processo.

O setor de alimentos e bebidas voltou a crescer pela primeira vez após três anos seguidos. De acordo com a Pesquisa Industrial Mensal Produção Física Brasil (PIM-PF), divulgada pelo IBGE, o avanço da economia impulsionou a atividade industrial, que fechou 2017 com um avanço de 2,5 na produção. Esse é o melhor resultado anual desde 2010.
E na área logística? Como os Operadores Logísticos e as transportadoras analisam o segmento em vista à nova realidade econômica?
Ricardo Guidi, diretor sênior de Operações da DHL Supply Chain (Fone: 11 5042.5500), aponta que, de fato, nos últimos três anos, o volume de carga transportada diminuiu, mas essa situação começou a mudar no segundo semestre de 2017 e vem trilhando um caminho de recuperação desde então. “Esse panorama provocou uma mudança no mix de produtos: de um lado, houve aumento no volume de produtos mais populares – mais baratos, porém, com grandes movimentações – e, de outro, de produtos Premium – em volume menor, mas com maior valor agregado. Esses dois movimentos se contrabalancearam, equilibrando os resultados das empresas”, expõe.
Também Jaime Batista, gerente nacional de vendas da Aliança Navegação e Logística (Fone: 11 5185.3100), observa que o setor está passando por transformações e desafios, seja pela crise que o país ainda enfrenta, seja pela mudança de hábitos do brasileiro, que busca uma alimentação mais saudável. “No que se refere à crise, boa parte da população passou a procurar produtos básicos, ou seja, a indústria teve de revisar custos de produção, embalagens e logística, pois o poder de compra do brasileiro diminuiu”, expõe.
Batista continua, acrescentando que, por outro lado, essas mesmas indústrias não puderam deixar de eliminar de seu portfólio produtos que atendam a população que manteve seu poder de compra e que tem hábitos mais exigentes, como alimentos mais saudáveis, funcionais e zero glúten. Além disso, não pararam de investir em reengenharia de embalagens ou inovações em produtos e marketing visando à valorização da marca e, quem sabe, melhorar suas margens de vendas.
O segmento de alimentos e bebidas, ressalta Gerson Medeiros, diretor executivo da GVM Solutions (Fone: 41 3601.1500), é um termômetro importante da atividade econômica. “Nesse primeiro trimestre, ainda apresentou um desenvolvimento tímido, mas acreditamos que no segundo semestre vai se recuperar, devido aos eventos nacionais e internacionais, como Copa do Mundo e eleições”, conta.
Na opinião de Luciano Candemil, presidente da Austral Logística Integrada (Fone: 71 2109.7388), os volumes ainda estão reprimidos. “Mesmo tratando-se de alimentos e bebidas, o que percebemos nos últimos anos foi estagnação das vendas e, até mesmo, queda em alguns embarcadores. Seguimos investindo, acreditando na recuperação da economia e nas oportunidades que irão surgir para quem estiver preparado para atender.”
Roberto Zampini Jr, vice-presidente do Grupo Imediato (Fone: 16 2102.9199), também considera que, por estarmos em um momento pós-crise, ainda sofremos consequências dessa fase econômica, mas que as expectativas são de melhoras, com mudanças significativas no quadro político e econômico. “O futuro dependerá do resultado das eleições. Acreditamos em melhores ventos para o nosso setor.”
Justamente por ser um ano de eleição, Luis Eduardo Fidell Antunes, gerente de logística e transporte da Ellece Logística (Fone: 11 2573.9700), considera que poucas medidas são tomadas e o mercado está parado, aguardando uma definição. “As empresas da área não têm investido, e o único setor que dá sinal de melhora significativa é o automobilístico. Em consequência desta crise, que ainda não passou, muitos transportadores e operadores fecharam as portas e muitos caminhões deixaram de rodar”, observa.
Já na opinião de Herminio Mosca Junior, diretor da Mosca Logística (Fone: 19 3781.2222), a maioria das indústrias está retomando investimentos e projetos. “Além disso, muitas empresas têm buscado opções de OLs e transportadoras com maior consolidação no mercado, face à situação de ausência de licenças e estrutura para suportar a retomada do fluxo da demanda de crescimento.”

Alternativas logísticas
Em se tratando das tendências nos setores em questão, a maioria dos entrevistados cita a busca de alternativas logísticas. “Essas alternativas precisam trazer diferenciais em custos e, ainda, agregar valor à imagem, por exemplo, através de modelos de transportes mais sustentáveis ou que resultem em menor risco de avarias e maior segurança em transporte”, expõe Batista, da Aliança.
Guidi, da DHL Supply Chain, também cita como tendência a inovação, seja pela aplicação de novas tecnologias, seja pela melhoria de processos e sistemas operacionais. “No lado da tecnologia, temos utilizado robôs autônomos e semiautônomos e ferramentas de realidade aumentada para aprimorar a eficiência das operações logísticas. No lado de processos e metodologias, melhoramos práticas de governança, aprimorando a produtividade por operador, revendo malhas de transporte e cross-docking, consolidando mais a carga”, explica.
Para Medeiros, da GVM Solutions, a tendência é de especialização, em vista dos desafios cada vez maiores da mobilidade urbana em todos os municípios médios e grandes do país. “O mercado também segue na direção do uso de veículos exclusivos, cada vez menores, para pontuar e atingir um melhor nível de serviço, requerimento primordial para o crescimento das indústrias nesse concorrido mercado.”
Uma das tendências do segmento, observada por Jerry Adriano Longo, gerente corporativo do Centro de Controle Operacional da Coopercarga (Fone: 49 3301.7000), é conseguir transportar mais em um mesmo equipamento, ou seja, o desenvolvimento de aparelhos com maior capacidade de carga, mas que consigam manter o nível de segurança da operação e dos produtos alimentícios, focando, ainda, na prevenção de avarias.
Outro ponto que o profissional considera como tendência são equipamentos que facilitem o processo de carga e descarga, dando agilidade a essa etapa, que é um dos gargalos do segmento.
Rogério Fortes, diretor de Novos Negócios e Projetos da Smart Logística – Andrade Cavaletti Logística (Fone: 31 3369.9900), salienta que os clientes estão demandando menor tempo de atendimento entre o pedido realizado pelo varejo e a respectiva entrega física.
Herminio, diretor da Mosca Logística, destaca que, atualmente, vários embarcadores têm buscado OLs e transportadoras que possuem atuação específica no perfil de entregas de seus produtos. “Com isso, conseguem também gerar valor agregado aos itens, que chegam com total integridade e disponibilidade nas gôndolas, reduzindo os impactos de rupturas de vendas.”
Considerando as questões econômicas e de mercado, Rodrigo Boniaris, especialista em Logística e gerente comercial da Intecom Logística (Fone: 11 3627.5300), comenta que alimentos e bebidas são diretamente impactados por oscilações na inflação e altas de preço. “Atualmente vemos baixa inflação, porém, uma alta forte nos preços dos combustíveis. Mesmo sendo os combustíveis um componente da inflação, esta alta impacta rapidamente e o efeito no indicador da inflação é sentido depois”, explica.
Neste ponto também toca Fidell, da Ellece Logística. “Com os seguidos aumentos de combustíveis, a margem de lucro vem caindo e o setor, ficando sucateado. Os profissionais de logística precisam ser muito criativos e resilientes para conseguirem atingir as metas”, ressalta.
Fidell acrescenta, ainda, que o setor agrícola está vindo de um 2017 com supersafra, mas os demais setores, de bebida e alimentos, cresceram muito pouco. “Isso pode acarretar uma crise maior no futuro, pois caso o mercado cresça, minimamente, não haverá caminhões suficientes, já que as empresas não investiram durante a crise.”

Grandes exigências
A logística do segmento de alimentos de bebidas demanda processos rigorosos, principalmente nos produtos que têm temperatura controlada. “Qualquer falha no transporte, na armazenagem ou na distribuição pode colocar em risco a qualidade do produto”, afirma Adriano Thiele, COO da JSL (Fone: 0800 0195755).
Realmente, as empresas destes segmentos são mais criteriosas no padrão interno dos contêineres e carretas a serem disponibilizados para seus transportes, tendo em vista que os produtos são para consumo humano, aponta Batista, da Aliança. “Diria, também, que a previsibilidade de entrega deve ser a mais assertiva possível, pois o risco de um possível desabastecimento na rede atacadista e varejista pode trazer sérios impactos comerciais ao fornecedor, além de influenciar em sua imagem no mercado”, ressalta.
Candemil, da Austral, diz que por serem produtos de consumo básico, existe uma certa constância nos embarques, permitindo ao OL uma melhor programação dos fluxos operacionais.
Já Guidi, da DHL Supply Chain, aponta o desafio da sazonalidade, que gera grandes picos de demanda, especialmente nos finais de mês, em que os varejistas costumam aumentar as promoções. “Além disso, de forma geral, as volumetrias envolvidas são muito altas, assim como o giro, o que exige uma estrutura robusta e organizada: planos logísticos consistentes, frota de veículo preparada e que comporte este volume, movimentação ágil e segura dos produtos e áreas de armazenagem flexíveis”, comenta.
Por sua vez, Medeiros, da GVM Solutions, toca no assunto da fragilidade das embalagens, que obriga o OL a ter cuidado ampliado e, também, a limitada possibilidade de compartilhamento nos veículos, dada às características dos alimentos. “Isso dificulta o trabalho do operador especializado, mas atua de forma positiva como barreira para a entrada de prestadores de serviço menos capacitados.”
Junto à fragilidade das embalagens, Boniaris, da Intecom Logística, cita a perecibilidade dos produtos. “Estes são os principais pontos de atenção no tocante ao manuseio e transporte destes produtos, que também refletem no custo de seguros.”
Jerry, da Coopercarga, resume, dizendo que entre os diferenciais logísticos desses segmentos estão o cuidado e a gestão que o prestador de serviços de transporte precisa ter para evitar a contaminação dos produtos por odores ou resquícios da carga anterior, ou contaminantes externos, como água ou umidade.
Outro ponto citado por ele são as ações para a prevenção de avarias, pois esses produtos, em sua maioria, são frágeis e de fácil dano. “No caso das bebidas, podemos ainda mencionar, nos negócios de distribuição, a necessidade de organização e controle da roteirização de entregas.”

O que querem os embarcadores
Para oferecer um serviço de alta qualidade, os embarcadores fazem algumas exigências aos OLs e às transportadoras parceiras. Batista, da Aliança, diz que as indústrias têm exigido bastante que os parceiros ofereçam um serviço completo, não apenas no quesito operacional de coleta/entrega, mas também com relação à própria gestão do fluxo das operações porta a porta, incluindo tracking em todo fluxo de carga e notificações de ocorrências até a efetiva entrega final. “É de extrema importância ter uma comunicação bem alinhada e monitoramento de performance via KPIs”, acrescenta.
Cumprimento dos prazos pactuados, qualidade na entrega e do Centro de Distribuição, bem como excelência nos controles e processos logísticos são as exigências citadas por Candemil, da Austral Logística Integrada.
Alto índice de nível de serviços: segurança, produtividade e pontualidade estão na lista de Zampini Jr, do Grupo Imediato. Transporte fracionado de produtos e rastreabilidade de entregas, por sua vez, na lista de Rogério, da Smart Logística. “Com a redução dos volumes vendidos e o aumento da frequência das entregas, os embarcadores não conseguem saturar um veículo por conta própria, necessitando cada vez mais de um OL que faça a consolidação de vários clientes em uma mesma entrega”, comenta.
Além do frete baixíssimo e entrega na data, o maior foco dos embarcadores, na opinião de Fidell, da Ellece Logística, é a garantia da entrega do produto como se tivesse acabado de sair da fábrica. “Essa exigência, inclusive, vem impactando na entrega, pois cada vez mais os distribuidores têm pedido produtos com shelf life de alta validade, que acaba por aumentar os estoques com produtos próximos ao vencimento, ou seja, a validade para entrega é muito mais curta.”
Para Guidi, da DHL Supply Chain, as principais exigências são a disponibilidade e a capacidade operacional para gerir grandes volumes e picos de demanda, frota adequada, controles específicos (como o de lote e validade), atendimento integral dos órgãos reguladores, como Anvisa, processos sólidos de validação de qualidade e boas práticas de manuseio de produtos.
E, falando nisso, Boniaris, da Intecom Logística, diz que o principal ponto são as habilitações para armazenagem e transporte destes produtos. “Para ambos, precisamos das licenças da Anvisa (armazenagem e transporte), bem como alvarás locais (municipais) e até estaduais para operar. Alguns embarcadores requerem, ainda, operações padronizadas, como ISO 9001 e ISO 14000”, acrescenta.
Thiele, da JSL, aponta que essas cargas passaram a ser mais visadas para roubo, principalmente nos grandes centros. “Com isso, as seguradoras e os embarcadores passaram a solicitar uma série de medidas de segurança adicionais para minimizar esses riscos, que vão desde colocação de iscas e tecnologias de redundância na carga, até escolta nos caminhões”, expõe.

Em busca de comunicação eficiente
Sobre os maiores desafios no relacionamento entre embarcadores e prestadores de serviços de transporte e armazenagem, os entrevistados citam, entre outros, a comunicação eficiente.
“Apenas um relacionamento face a face, por e-mail ou telefone consegue gerar um atendimento de maneira rápida e eficiente”, opina Batista, da Aliança. Hoje, segundo ele, o mercado vem com uma vertente de ser “omnichannel”, o que significa dizer que disponibilizar apenas uma experiência física acaba sendo insuficiente para o atendimento numa relação comercial, exigindo também uma interação multicanais. “Os transportadores/OLs devem entender que esta demanda origina-se da própria relação que os embarcadores possuem com seus clientes finais. Hoje a acessibilidade dos consumidores em plataformas digitais é ampla e o futuro nos obriga a inserir ou aplicar uma agilidade cada vez maior de atendimento e disponibilidade de informação em nossos fluxos operacionais”, expõe.
Estar muito próximo ao cliente é uma das chaves para um relacionamento bem-sucedido e duradouro, na opinião de Guidi, da DHL Supply Chain. “Isso significa estar presente desde o início no planejamento do cliente, participando, se possível, do desenho do negócio ou do projeto em questão. Com isso, é possível sugerir as soluções mais otimizadas, captando mais valor da operação logística. De outro lado, trabalhar de forma constante os dados da operação (big data) permite elaborar uma previsão de vendas mais apurada e economizar recursos”, declara.
Para Zampini Jr, do Grupo Imediato, o maior desafio é a construção de um relacionamento sustentável através de eficiência em gestão do prestador de serviços. Candemil, da Austral, cita antecipar as demandas dos clientes, o que se resolve com equipe competente, tecnologia, controles e processos bem definidos.
A falta de previsibilidade é um dos maiores desafios, de acordo com Boniaris, da Intecom Logística. A concentração de vendas em determinado período do mês também acaba elevando os custos para a prestação dos serviços. “Acreditamos que um bom alinhamento entre as áreas comercial e de operações dos embarcadores (alinhamento de S&OP) junto aos embarcadores/transportadores ajude a mitigar os riscos de atendimento ao nível de serviço acordado.”
Segundo Medeiros, da GVM Solutions, os principais desafios são comuns: busca incessante de custos competitivos, melhoria de escala, redução de perdas e superação das restrições de mobilidade urbana. Em sua análise, a solução passa por modelos incentivados de colaboração estendida, colocando os clientes dos embarcadores na mesma visão, para que juntos, os elos da cadeia eliminem gargalos e reduzam regras confusas e cobrança de custos que não são diretamente ligados à atividade. “Dessa forma, o conjunto todo se beneficia dos ganhos em escala. A participação do poder público na temática de infraestrutura é um complemento fundamental para esse processo atingir êxito.”
Tanto embarcadores quanto transportadores terão de ser cada vez mais criativos nas suas soluções logísticas, buscando soluções alternativas e inovadoras. É o que acredita Thiele, da JSL. “Essas soluções muitas vezes passam pela quebra de paradigmas, como, por exemplo, distribuição em caminhões compartilhados e terceirização de toda a cadeia para a captura de sinergias.”
Herminio, da Mosca Logística, entende que a busca incessante por redução de custos, que foi o tema mais abordado no relacionamento entre embarcadores e prestadores de serviço nos últimos anos, ainda permeia essa relação. “Acreditamos que a exposição dos investimentos em estrutura e manutenção de uma equipe qualificada ao transporte desse segmento seja o fator balizador dessa relação. Até em virtude de que somente estarão aptos a prestar um serviço de qualidade aos embarcadores os OLs e as transportadoras que conseguirem efetuar os investimentos necessários para suportar a retomada da demanda.”
De acordo com Rogério, da Smart Logística, os desafios envolvem tarifa dos serviços x tempo de entrega. “Como os volumes diminuíram, os embarcadores continuam a exigir um menor prazo de atendimento, mas sem conseguir aumentar o custo logístico e até, em alguns casos, necessitando da redução das tarifas já que os produtos vendidos são de menor preço.”
Falta de planejamento e previsibilidade das entradas e saídas, concentração de vendas, aumento do custo de carga e descarga, falta de indicadores de performances claros e dificuldade de informação. Estes são os desafios citados por Fidell, da Ellece Logística. “Eles poderiam ser resolvidos com reuniões de produtividades constantes entre embarcadores e prestadores de serviços logísticos e definições claras do que um espera do outro, considerando todos os problemas do setor e não apenas expectativas”, expõe.

Mais desafios
Em se tratando dos desafios gerais, não apenas na relação entre embarcadores e prestadores de serviços de transporte e armazenagem, Fidell, da Ellece Logística, aponta a concentração de venda como um dos maiores, pois são muitos embarcadores disputando as mesmas agendas nos clientes e os mesmos caminhões. “Em outros dias do mês, sobram agendas e há caminhões ociosos.”
Por sua vez, Jerry, da Coopercarga, cita a gestão dos riscos, principalmente a sinistralidade relacionada ao roubo de cargas nos grandes centros. Além disso, segundo ele, alimentos e bebidas são produtos de consumo rápido, sendo um grande foco desse tipo de ação, justamente pela facilidade do repasse.
“Outro desafio é uma gestão focada e preparada para observar gargalos externos e internos dos processos, que são muito dinâmicos. O olhar do gestor precisa estar direcionado para a melhora do desempenho, da produtividade e para a redução de custos e perdas”, diz.
Sobre quais tipos de produtos oferecem mais dificuldades na logística, Jerry cita as garrafas pet e long neck, pelo risco de avaria e de adernamento da carga. Também há as cargas refrigeradas, como hortaliças e frutas, que exigem mais cuidado devido à fragilidade e também por terem um shelf life curto. “Ainda, nessa linha de shelf life, podemos mencionar frango resfriado e iogurte, e que, dependendo da rota, especialmente se precisar de outros modais além do rodoviário para chegar ao destino, é preciso uma logística preventiva e precisa”, expõe.
Boniaris, da Intecom Logística, entende que a distribuição em grandes centros é bastante dificultada, haja visto a falta de mobilidade urbana. São muitas as restrições de acesso e trânsito. “A falta de consolidação, pela urgência e shelf life curtos dos produtos, também pode prejudicar o abastecimento”, expõe.
Para Herminio, da Mosca Logística, os prestadores de serviços encontram em várias situações falta de estrutura viária de acesso, alto nível de exigência de procedimentos de recebimento individuais, além da alta concentração de carga nos períodos de fechamento de vendas. “Esses itens, quando se convergem no mesmo momento, reduzem a produtividade em operações in house e prejudicam o direcionamento de veículos/equipes nas rotas de entrega”, declara.
Para Fortes, da Smart Logística, o maior desafio é conseguir reduzir o custo dos serviços, pois a logística vem sofrendo com os aumentos de combustível e mão de obra, mas sem conseguir o repasse destes reajustes nas tarifas praticadas. “Para continuar as parcerias, se faz necessária a criação de novos fluxos e processos que possam compatibilizar este grande desafio”, finaliza.