Ainda segundo representantes do segmento, ela permite à empresa ter uma atuação pró-ativa frente a rotinas e falhas que podem ser identificadas na operação final do cliente.
A Cobli (Fone: 11 4933.7776), startup especializada em gestão de frotas, telemetria e roteirização, aponta que os EUA são referência mundial no gerenciamento de frotas. Isso se deve, principalmente, ao fato de o país ter um índice de vendas de automóveis dez vezes maior que o Brasil. Com um mercado gigante e tecnologicamente mais avançado, a gestão de frotas em solo americano é encarada pelas empresas como uma área estratégica, zelando pela qualidade da informação. Lá, o gestor se preocupa com a produtividade, o que significa entender quais são os custos e como otimizá-los da melhor maneira possível.
“Por outro lado, em território brasileiro o foco é mais em rastreamento do que na gestão em si. As empresas consideram tecnologias e soluções como custos e não investimentos, o que impacta consideravelmente no desenvolvimento do mercado. Por isso, vemos o grande consumo de dispositivos menos avançados e de baixo custo, gerando resultados pouco efetivos. Além disso, há um grande desafio: a falta de um sistema adequado dificulta ainda mais o trabalho dos profissionais da área”, aponta Rodrigo Mourad, sócio-fundador da Cobli.
E qual a importância da gestão de frotas nos dias de hoje?
Mourad continua, afirmando que o controle de frotas é imprescindível para empresas de todos os portes que querem ser mais competitivas e crescer – desde uma pequena floricultura com apenas dois carros a grandes transportadoras com milhares de caminhões, todos podem se beneficiar de um sistema que ajuda a aumentar a produtividade e diminuir custos com a logística. “Problemas com entregas ou serviços que não são feitos, gastos excessivos com combustível, controle de horas e cumprimento de outras legislações trabalhistas, entre muitos outros desafios das empresas que lidam com veículos, podem ser solucionados com um sistema de gestão de frotas. Em geral, nossos parceiros conseguem economizar cerca de R$ 300 por veículo/ mês, e se tornar empresas mais competitivas. Também há muitos benefícios para o controle interno, como contabilização de horas extras e acesso simples a informações pertinentes para todas as áreas”, diz o representante da Cobli.
Cristiano Dias Tito, diretor de vendas da Globalstar do Brasil (Fone: 21 98276.3044), também comenta que a gestão de frotas permite à empresa ter uma atuação pró-ativa frente a rotinas e falhas que podem ser identificadas na operação final do cliente. Traz incrementos de segurança para o patrimônio envolvido, economia de custos mediante uma dirigibilidade correta frente ao veículo em questão e equilíbrio frente à necessidade de uso geral da frota. Também permite a empresa ser mais eficaz no seu negócio, focando esforços naquilo que é seu core business.
“Hoje as principais necessidades no segmento de transportes são: prevenção de acidentes, controle de custos, produtividade e pontualidade. Por isso, o gestor de frotas é o responsável pelo funcionamento adequado da frota, controlando desde a manutenção dos veículos até a satisfação dos clientes com a entrega, passando por todos os processos que envolvem cada operação de transporte”, complementa Bruno Portnoi, diretor de Marketing da Sascar Tecnologia e Segurança Automotiva (Fone: 0300 789.6004).
De fato, atualmente, no mercado como um todo surgiu a grande necessidade de se adequar ao panorama econômico e financeiro do país, ou seja, é preciso gerar mais resultados positivos com menos recursos possíveis.
No mercado de transportes essa premissa é aplicada da mesma forma e quando falamos em redução de custos, como com combustível e manutenção, logo nos lembramos dos sistemas para gestão de frota.
“Um sistema de gerenciamento de frotas permite à empresa ganhos em eficiência, como redução significativa do consumo de combustível, de manutenção preventiva de itens mecânicos do veículo e de desgaste de pneus, bem como otimização de frota. Notamos, também, ganhos com segurança e conformidade, pois é possível corrigir o perfil de dirigibilidade do motorista, reduzindo os riscos de acidentes e controlando a velocidade. O monitoramento em tempo real permite o feedback em tempo real e a gestão de jornada de trabalho do motorista”, diz, agora Bruno Santos, diretor de serviços, vendas e marketing da Mix Telematics (Fone: 11 3393.8111).
Buscando a gestão de frotas
Sobre o que levar em consideração para criar um sistema de gestão de frotas, Tito, da Globalstar, lembra que estar ciente dos problemas e falhas que a operação possui, somados à contratação de uma empresa que faça um trabalho consultivo para identificar os gaps existentes são os primeiros passos. A partir daí, é somar esforços para desenvolver um sistema ou contratar empresas que já possuam isso desenvolvido.
“O sistema tem que trabalhar para facilitar a rotina do gestor, trazendo informações que possibilitem melhorar a eficiência das operações. Portanto, o sistema deve ser simples e dar mais agilidade ao gestor, ao permitir mais clareza sobre os principais problemas da frota”, emenda Portnoi, da Sascar.
Santos, da Mix Telematics, por sua vez, diz que para desenvolver o software mais adequado para gestão de frotas é preciso uma atenção especial em relação à aplicação. Quando falamos em gestão de frotas estamos nos referindo a diversos tipos de veículos e diversas aplicações. Gestão de frota significa gerir à distância o patrimônio da empresa e como este está sendo utilizado. Por isso, um sistema de gestão de frotas deve ser adaptável aos diversos tipos de veículos do mercado, desde ônibus a motocicletas, carros de passeio a máquinas agrícolas, caminhões a ambulâncias.
“A partir do momento que um sistema consegue em uma mesma visualização trazer informações como velocidade, rotação e consumo de combustível, de forma didática para a tomada de decisões estratégicas, esse é um sistema de gestão de frotas eficaz. Como por exemplo, em uma transportadora de cargas perigosas (derivados de petróleo) há uma grande preocupação com segurança, estilo de direção do motorista e prevenção de acidentes, logo os modelos de relatórios que deverão ser extraídos são rastreamento em tempo real, freadas bruscas, aceleração brusca, erros de condução, velocidade por via, registro de dados segundo a segundo, etc.”, completa o diretor da Mix Telematics.
Fazer ou não fazer?
Com relação à questão de não fazer a gestão de frotas, Mourad, da Cobli, diz que as consequências são as mesmas de pagar muito mais caro pela matéria prima do que seus competidores. “Sem gestão, os custos operacionais são maiores, o que, na maioria dos casos, inviabiliza a prestação de um serviço final com preço competitivo. É difícil competir pagando mais por combustível e manutenções”, diz o sócio-fundador da Cobli. Tito, da Globalstar, também aponta consequências da não gestão de frotas: uso inapropriado da frota para fins divergentes ao que a empresa se destina, risco elevado de acidentes e roubo, gastos desnecessários motivados pela má utilização dos recursos, atrasos em entregas, descontentamento da base de clientes, etc. “A empresa pode ter gastos excessivos com combustível, pneus, manutenções, veículos ociosos, multas e elevado índice de acidentes de trânsito. Some a isso improdutividade da frota e falta de pontualidade nas entregas. Tudo isso pode afetar a credibilidade da marca no mercado, pondo em risco a sustentabilidade do negócio”, completa Portnoi, da Sascar.
Na verdade, por consequência de um descontrole no sistema de gestão de frotas podemos identificar um não cumprimento de processos.
“Tomamos o exemplo de uma transportadora que não possui sistema de gerenciamento de frotas: para o RH gerar a folha de pagamento, ele depende da papeleta de horas trabalhadas que os motoristas levam em suas viagens (que, na maioria das vezes, não está atualizada), que por sua vez depende do gestor de frotas para organizar os gastos de cada viagem e planilhar as despesas. E também não podemos esquecer-nos do setor de manutenção, que muitas vezes está sobrecarregado de trabalho por conta da falta de organização nos caminhões que apontam a necessidade de reparo e os motoristas só sabem do problema quando ele acontece”, explica Santos, da Mix Telematics.
Com um sistema eficaz para gestão de frotas – prossegue ele –, isso não acontece, pois há um controle efetivo do começo ao fim da operação: todos os motoristas possuem identificação que informa ao sistema de gestão de frotas quando ele deu início a sua jornada, tempo de descanso, almoço, sua velocidade e posição em tempo real. Também há eliminação do uso de papeleta através de processos simplificados, redução de custos operacionais e de manutenção. E há a possibilidade de o gestor de frotas agendar manutenções preventivas, otimizar a frota, promover um controle eficaz do consumo de combustível, ou seja, a gestão de frotas traz mais eficiência, segurança e conformidade aos processos da empresa.
Recursos usados
E quais seriam os recursos usados, hoje, na gestão de frotas.
“Hoje, a maior parte das frotas não utiliza equipamentos sensores para capturar informações dos veículos. Esta tendência vem mudando e as frotas mais competitivas já entenderam que precisam de informações precisas para serem mais eficientes. Nos Estados Unidos, há 10 vezes mais utilização de sensores para gestão de frotas do que no Brasil, isso ocorre porque o aumento de competitividade do mercado americano demanda isso”, diz Mourad, da Cobli.
Tecnologias mais antigas em geral dependem de instalação profissional, o que consequentemente resulta em parar os veículos e trazer os mais distantes de volta para a base, sem contar os riscos de danos à parte elétrica do carro e perda da garantia, continua o representante da Cobli, lembrando que na empresa parece estranho começar um projeto de aumento de eficiência parando todos os veículos. Para facilitar esse processo, a Cobli utiliza dispositivos que não precisam de instalação profissional.
Quanto aos sistemas – continua Mourad –, existem basicamente dois tipos: os mais focados em rastreamento e antifurto e os mais focados em aumento da produtividade. “Sistemas de rastreamento apontam a localização dos veículos, seus trajetos mais recentes e, de fato, fazem muito sentido para recuperar veículos em caso de furto. Já os sistemas de aumento de eficiência precisam incluir funcionalidades mais robustas para gerar ganhos maiores para as frotas, como: roteirização, análise do modo de condução e manutenção.” O produto da Cobli é um sistema completo para a gestão de frotas – “somos focados em gerar resultados e não relatórios”, diz o sócio-fundador. No sistema Cobli, frotas de todo o Brasil criam rotas otimizadas para distância, tempo ou quantidade de veículos, analisam modos de condução que desperdiçam combustível e pneus, compartilham informações em tempo real com seus motoristas e clientes, entre outros.
Mais abrangente, Tito, da Globalstar, explica que, hoje, a gestão de frotas utiliza-se de vários recursos e sistemas, que passam desde a comunicação tradicional GSM até soluções robustas e complexas, que podem demandar tecnologia via satélite. “No meio urbano, o GSM costuma atender com eficiência, porém para gestão de frotas em áreas remotas (segmento agrícola, transporte nacional e internacional, segmento fluvial e/ou ferroviário, etc.) são reais exemplos de segmentos de mercado que dependem de comunicação via satélite para terem êxito em suas operações.”
O diretor de vendas da Globalstar conta que a empresa possui hoje equipamentos que atendem a todos estes mercados e, de forma bastante simples, possibilitam a integração sistêmica que permite aos parceiros e clientes usarem plataformas próprias e/ou de terceiros.
Por sua vez, a Sascar disponibiliza a plataforma de conectividade Sascar. “Lá, o gestor encontra informações, por meio de relatórios inteligentes de fácil compreensão, que permitem um melhor controle de custos, prevenção de acidentes por meio da gestão do comportamento dos motoristas, além de melhorar a pontualidade de entrega e produtividade da frota ao ter todos os documentos e detalhamento das viagens integradas. Estas informações são captadas por equipamentos que são instalados no veículo, como sensores de aceleração, freadas, rotação do motor, identificação do motorista, entre outros, que são transmitidos via rede de telefonia celular (GSM)”, diz o diretor de marketing da empresa.
Finalizando, Santos, da Mix Telematics, lembra que os recursos usados para a gestão de frotas envolvem diversos equipamentos, como computador de bordo que lê o barramento CAN dos veículos e identifica o estilo de direção dos motoristas, por exemplo. Inclusive há equipamentos para os mais variados tipos de frotas.
Há também softwares como o de Jornada de Trabalho, que torna isso possível de forma automatizada e de fácil integração com sistemas de gerenciamento de RH, além de câmeras instaladas nos veículos e tablets para os motoristas, por exemplo.
“Nós dispomos do MiX FM Essential Telemetry, uma solução completa para a gestão de frota leve (caminhões, vans, automóveis e motocicletas), e a solução MiX FM Premium Telemetry, indicada para frotas que exigem mais controles, permitindo reduzir gastos com combustível e manutenção em até 15%, aumentando o controle e reduzindo a ociosidade da frota”, completa o diretor de serviços, vendas e marketing da Mix Telematics.