Logística Farmacêutica: Condomínios logísticos podem sofrer adequações para armazenagem de cada produto

Mas, neste caso, as exigências são mais pontuais: empreendimento com outros ocupantes de segmentos compatíveis e que apresentem requisitos exigidos pela ANVISA, além de máxima segurança, já que é um produto de alto valor agregado, e flexibilidade para adaptações necessárias à operação.

Os condomínios logísticos também são peças importantes dentro da logística farmacêutica.
Mas, pelas suas características, os produtos deste segmento exigem muito destas instalações. “Já atendemos diferentes demandas do segmento farmacêutico, mas, em sua maioria, algumas exigências são as mesmas: fácil acesso, empreendimento com outros ocupantes de segmentos compatíveis – por exemplo, não ter uma recicladora de lixo na porta ao lado, empreendimentos que apresentem requisitos exigidos pela ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária – depende muito de produto para produto”, anuncia Simone Santos, diretora corporativa do Grupo Herzog (Fone: 11 3089.7444).
Ela ressalta, entretanto, que muitas dessas logísticas precisam de uma área de armazenagem pequena, entre 400 m² e 800 m², e há muita dificuldade em encontrar um espaço para alocar a mercadoria. Isso porque os condomínios logísticos localizados na capital e na Grande SP – regiões de preferência dessas empresas – disponibilizam módulos com dimensões maiores.
“Muitos desses clientes armazenam seus estoques em lajes da Berrini, em São Paulo, SP, com vista para a Marginal Pinheiros, pela dificuldade de mudança e obtenção de novas licenças impostas pela ANVISA – é muito moroso e burocrático – e por dificuldades em localizar um condomínio que disponibilize esse espaço mais ‘compacto’”, diz Simone.
Por operarem com produtos leves – continua a diretora –, as farmacêuticas conseguem inclusive armazenar parte de seus produtos na área de mezanino, o que para muitas logísticas é uma área perdida.
“O primeiro empreendimento projetado com um perfil ‘flex’, ou seja, em dois pisos, com lajes mais resistentes que um escritório, mas com pé-direito menor de um CD convencional, está localizado na Av. Guido Caloi, em São Paulo, SP, e, ao longo do tempo, foi totalmente ocupado pelo segmento farmacêutico, tanto para logística, quanto para laboratório e centros de pesquisa. Um sucesso, tendo em vista a carência de produto com esse perfil versus a demanda do segmento logístico”, completa Simone.
Por seu lado, Ricardo Antoneli, diretor de Desenvolvimento e Novos Negócios da GLP (Fone: 11 3500.3700), lembra que o segmento farmacêutico exige uma estrutura logística específica para garantir a qualidade do produto e um bom desempenho na operação. Segundo ele, os condomínios logísticos devem estar em localização estratégica, para escoamento rápido e direto pelas principais rodovias, oferecer máxima segurança, já que é um produto de alto valor agregado, além de flexibilidade para as adaptações necessárias à operação.
“Este segmento, atualmente, responde por cerca de 10% de todo o nosso portfólio e é um dos que mais demandou novas áreas nos últimos 18 meses, tanto na ponta da indústria quanto na ponta do varejo. O setor farmacêutico necessita de um imóvel com instalações de alta qualidade para garantir as boas condições dos produtos no processo de armazenagem e distribuição, atendendo às exigências da ANVISA e demais órgãos reguladores”, lembra Antoneli.
Falando em instalações, Simone, do Grupo Herzog, também aborda o percentual de aumento no custo do condomínio logístico para o locatário provocado pela logística farmacêutica.
“Em termos operacional não há aumento no custo do condomínio logístico, a menos que essa operação tenha algum produto específico, como, por exemplo, produtos inflamáveis que possam criar alguma periculosidade ao empreendimento (físico), refletindo no custo da apólice do seguro patrimonial que encarece. Nesse caso, o valor adicional é repassado integralmente ao cliente responsável pela periculosidade. Outro ponto que pode impactar no custo do condomínio é se há produto agregado – aumentando os postos de segurança do empreendimento –, se há fluxo grande de caminhões de pequeno, médio e grande porte – aumentando os postos na portaria – e se há aumento no fluxo de pessoas – aumentando os postos de limpeza, portaria. Contudo, todos os exemplos acima podem ser causados por diferentes atividades, incluindo a farmacêutica.”
Também com relação aos custos, Antoneli, da GLP, refere-se ao percentual a mais no custo do aluguel provocado pelas adaptações exigidas pela logística farmacêutica. “Considerando as adequações nos imóveis normalmente exigidas para acomodar uma operação logística farmacêutica, que inclui controle de umidade, isolamento térmico e climatização, o adicional no valor de locação gira em torno de 20 a 30%.”
Benefícios
Com relação aos benefícios oferecidos pelos condomínios logísticos para a armazenagem de produtos farmacêuticos, Simone, do Grupo Herzog, lembra que são empreendimentos modernos, bem localizados, que podem sofrer diferentes adequações necessárias para a armazenagem de cada produto da cadeia, agregando a isso segurança e serviços compartilhados, melhorando e otimizando os custos operacionais. Ela lembra, também, que o Grupo Herzog comercializada e administra empreendimentos logísticos industriais em todo o Brasil. “Em 2017, a Herzog Imobiliária intermediou novas locações num total de 100.000 m². A Herzog Administração tem sob gestão uma carteira de quase 1.000.000 m².”
E o diretor de Desenvolvimento e Novos Negócios da GLP completa. “Optar por um condomínio logístico traz vários benefícios. Além da localização estratégica, oferecemos uma estrutura em segurança de alto padrão, que funciona 24 horas por dia. Além disso, as despesas com os custos operacionais do condomínio são rateadas entre os locatários, promovendo economia significativa.”
Antoneli lembra, ainda, que os imóveis oferecidos pela GLP são facilmente adaptáveis aos requisitos técnicos necessários, como, por exemplo, a implantação de um sistema de climatização e/ou câmaras com temperatura controlada e o tratamento especial na cobertura e fachada.
“No Brasil, a GLP conta com um portfólio de 4,8 milhões de metros quadrados, sendo 2,8 milhões de metros quadrados construídos e dois milhões de metros quadrados em pipeline de desenvolvimento, com uma taxa de locação do portfólio estabilizado de 92%”, completa.

Drogarias Pacheco escolhe o GLP Irajá para seu novo CD
A Drogarias Pacheco, uma das maiores redes farmacêuticas do Brasil, integrante do grupo DPSP, passou a ocupar um galpão de 28 mil metros quadrados no GLP Irajá, no Rio de Janeiro.
Com localização estratégica e acesso pela Rodovia Presidente Dutra, o GLP Irajá tem pé-direito de 12 metros, iluminação natural, que reduz em até 100% o consumo de energia operando com luzes desligadas, lâmpadas LED com redução de até 70% no consumo, e ainda conta com reuso de água, gerando economia de até 40% no insumo.
O galpão também foi entregue de acordo com a necessidade do cliente, sendo totalmente climatizado para armazenamento adequado dos medicamentos. “Além disso, a Drogarias Pacheco aposta em inovação e o novo Centro de Distribuição em Irajá terá o melhor processo de distribuição intralogística instalado no país para abastecer produtos para as lojas de forma inteligente, conforme a demanda”, diz Antoneli.
O Grupo DPSP nasceu em 2011, a partir da fusão das redes Drogarias Pacheco e Drogaria São Paulo. A companhia é uma das principais do varejo farmacêutico com aproximadamente 1236 lojas em nove estados do Brasil, além do Distrito Federal. Dispõe de seis Centros de Distribuição, localizados nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Bahia e Pernambuco.
A Drogarias Pacheco, por sua vez, tem mais de 470 filiais nos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Goiás, Paraná e também no Distrito Federal.

Veja na revista Logweb 192 (impressa) a primeira parte desta especial sobre Logística Farmacêutica, com OLs, transportadoras e embarcadores. www.logweb.com.br