A edição sul-americana do Global Grain, realizada nesta semana (12 e 13/9), em São Paulo, teve entre os destaques para discussões dos temas a participação da Associação dos Terminais Portuários Privados (ATP). Para o evento, um dos mais importantes do mercado de grãos, a Associação integrou o corpo de técnicos, gestores e investidores do segmento, com o propósito de municiar o setor com informações e análises sobre o sistema portuário nacional, principalmente dos terminais ligados ao agronegócio.
Luciana Guerise, diretora-executiva da ATP, abordou os empreendimentos portuários privados no Brasil, as pretensões de novos investimentos para o setor e a importância da cadeia logística da soja e do milho para os mercados internacionais. Dados da movimentação portuária, análise crítica dos investimentos públicos, das alternativas logísticas também foram abordados nesta oportunidade.
Entre os desafios do setor agrícola brasileiro, Luciana Guerise ressaltou a migração da produção de grãos da região sul para o norte do Brasil e a necessidade de investimentos em logística naquela região. Já sobre a possibilidade de escoamento da produção de grãos do Centro-Oeste, ela destaca os entraves para a utilização do Canal do Panamá. “É preciso haver um acordo tarifário entre Brasil e Panamá para viabilizar o escoamento das safras tornando o uso do Canal do Panamá mais atrativo. Todavia é necessário assegurar-se que as possíveis isenções tarifárias retornaram como benefícios exclusivo ao agronegócio brasileiro”, afirmou.
Nos últimos meses, a ATP tem participado de eventos relevantes para o setor portuário e foi convidada, pela primeira vez, a compor um painel no Global Grain ao lado de profissionais internacionais. A entidade tem como proposta a representação legítima do setor portuário privado, por reunir entre seus 27 associados 60% da carga marítima brasileira com a geração de cerca de 50 mil empregos diretos e indiretos.