Em 2008, o Grupo Fiat operava uma fábrica de lubrificantes em Contagem, vizinha à montagem de carros de Betim. Ali eram produzidos óleos para diversas aplicações, mediante a marca Tutela. Naquele ano, o negócio foi vendido para a Petronas Lubrificants International (PLI), com sede na Malásia e unidades produtoras na Itália, China, África do Sul e América do Norte. A partir de 2012, o Grupo asiático assumiu a operação da planta na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Desde então, “R$ 350 milhões foram investidos na expansão da indústria, visando a logística de distribuição, áreas comercial e Marketing”, como informou a presidente de empresa nas Américas, Guilherme de Paula. O total foi passado no princípio de setembro, quando a PLI inaugurou o seu Centro de Excelência em Pesquisa e Tecnologia, objetivando o desenvolvimento de fluidos industriais, ali mesmo, no complexo fabril contagense.
De Paula explicou que o objetivo do aporte de US$ 8 milhões no empreendimento “foi para demonstrar o compromisso com a demanda de novas tecnologias e, paralelamente, diversificar o portfólio de produtos”. O Centro de Pesquisa envolveu a ocupação de 2,4 mil m², além da equipe de 30 funcionários e uma parte (20) de técnicos dedicados ao desenvolvimento na área de fluidos industriais. Adiantando números, o presidente da Petronas nas Américas disse que o mercado Brasil de lubrificantes (todas as aplicações) chegou a movimentar 1,5 bilhão de litros. Veio a crise e “o volume baixou para 1 bilhão de litros”. Deste total, 30% destinam-se ao segmento industrial, “onde a Petronas detém participação de cerca de 10%”.
Mirando Minas, o executivo adiantou que onde “o mercado regional é forte ˗ mineração e agronegócio ˗, haverá dedicação e maior atenção”. Ainda conforme a empresa, a sua comercialização global alcança cerca de 1 mil itens e 400 produtos em cerca de 90 países. A projeção da empresa é de que a produção (e participação) de lubrificantes se aproxime de 160 milhões de litros em 2018, a qual representará aumento de 3% sobre o ano passado. O faturamento da Petronas no mercado doméstico beira a casa de US$ 380 milhões, representando 20% de US$ 1,9 bilhão, faturados pela área de lubrificantes do grupo em todo o mundo.
Lidando com itens capazes de interferir no meio ambiente, a empresa de Contagem não perde o foco. Segundo Eric Holthusen, CTO (Chief Tecnology Officer) da Casa, 2% da receita do Grupo no mundo são destinados a projetos de pesquisa e desenvolvimento. Deste total 67% têm o objetivo de reduzir a emissão de poluentes na atmosfera.