A Brado Logística recebeu no último mês três locomotivas AC-44, produzidas pela GE, na fábrica de Contagem (MG). As máquinas foram incorporadas à frota da operadora multimodal, que atualmente contabiliza 16 locomotivas próprias (todas modelo AC-44).
O diretor Comercial e de Operações da Brado, Marcelo Saraiva, diz que o investimento na compra de material rodante é para atender a demanda crescente por transporte de contêineres. “Devemos passar dos cerca de 60 mil contêineres que movimentamos no ano passado para 77 mil contêineres cheios em 2018”, informa o executivo, que ressalta também o aumento no número de clientes: em 2017, eram 65, em 2018, vão fechar em 140. “Em 2019, a nossa expectativa é crescer de 22% a 25%, o que corresponde a um transporte de 85 mil contêineres no ano”, afirma.
Em relação à frota própria de vagões, a Brado anunciou em março deste ano a compra de 74 unidades double stack, da Greenbrier Maxion. Todos já estão sendo utilizados pela empresa (embora passem a operar empilhados somente no primeiro semestre de 2019). Os vagões, cujo investimento foi de R$ 30 milhões, estão sendo utilizados na movimentação de contêineres na rota entre Rondonópolis (MT) e Sumaré (SP). A Brado conta com uma frota própria de 2,4 mil vagões plataforma, sendo a maioria voltada para bitola estreita. A Brado opera o material rodante nas Malhas Norte e Sul da Rumo.
Saraiva diz que também existe a intenção de compra de vagões e locomotivas em 2019. “Devemos encomendar mais ou dois ‘packs’ de 74 vagões double stacks e duas novas máquinas”, prevê o executivo.
Algodão
O transporte de algodão por contêineres foi uma das apostas que deu certo esse ano. “A Brado irá fechar 2018 com a maior operação de algodão da sua história”, ressalta o executivo. Segundo ele, os números estão relacionados à exportação brasileira recorde do produto neste ano. Conforme estimativa da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea), o Brasil terá transportado 1,2 milhão de toneladas entre julho de 2018 e junho de 2019.
A operação 100% dedicada ao mercado de exportação tem como origem o terminal da Brado em Rondonópolis (MT) com destino ao Porto de Santos (SP) e registra em média 540 contêineres de algodão por mês. As movimentações devem seguir em alta até o primeiro trimestre de 2019, período do fim da safra, diz Saraiva. Até lá serão um total de cerca de 8 mil contêineres transportados (desde setembro deste ano) via ferrovia (no trecho de Rondonópolis, pela Malha Norte da Rumo) e também por meio de caminhões (que trazem o produto desde a Bahia, passando por Cubatão).
“Transportamos por contêineres todo o complexo de algodão, que inclui a pluma de algodão, caroço, farelo e óleo”, informa Douglas Goetten, gerente executivo de cargas dry da Brado.
Entre os produtos transportados pela Brado estão frigorificados (que corresponde a 45% de tudo o que é movimentado pela companhia), madeira, soja, papel e celulose, café, entre outros.