A inteligência artificial é aplicada cada vez mais no dia a dia das empresas, no processo de produção, na logística ou mesmo nos produtos e serviços ao cliente. A White Martins, líder de gases industriais e medicinais, começou de forma inovadora a usar em sua frota de veículos uma ferramenta capaz de identificar a fadiga ou distração do motorista de caminhão por meio de um algoritmo de inteligência artificial. “Foram meses de testes para aprimorarmos o uso da ferramenta. Toda tecnologia que venha nos assistir no aprimoramento da segurança é bem vista pela companhia”, afirma Marcos Guimarães, diretor de Logística de Líquidos da White Martins para a América do Sul.
Guimarães explica que a tecnologia captura a imagem do motorista em posição correta de direção, analisa os traços de sua face e cria uma base com suas respectivas características. Cada motorista tem seu padrão traçado, respeitando a imagem de cada um: tamanho dos olhos, formato do rosto ou mesmo um comportamento individual como piscar muito os olhos. A partir dessa base, o scanner da câmera identifica durante as viagens se alguma reação diferente da base estabelecida está ocorrendo. “Em tempo real, é possível identificar se motorista está piscando muito ou fecha os olhos mais tempo do que o normal, o que pode indicar sonolência; ou olhar para a lateral, sinalizar que está distraído”.
Ao verificar um evento de fadiga, o sistema aciona a cadeira, que irá vibrar e uma breve buzina para que o motorista tenha atenção. As imagens são enviadas a uma central de monitoramento que pode analisar o ocorrido em tempo real. Além disso, o supervisor da região recebe imediatamente um aviso no celular e uma ligação da central para que entre em contato com o condutor e avalie se este tem condições para seguir viagem.
A White Martins tem um rigoroso controle da saúde e bem-estar de seus motoristas. Eles dormem em hotéis, não dirigem por mais do que o recomendado por dia e passam por constantes treinamentos. A ferramenta é um coadjuvante neste processo, ajuda, por exemplo, a perceber distrações com celular, com paisagem ou sonolência. Segundo o diretor de Segurança, Saúde, Meio Ambiente e Qualidade da White Martins, Marcos Gonzalez.
O projeto piloto foi implantado em caminhões no Brasil e na Colômbia. Até o final de 2018, 200 a 250 caminhões terão o equipamento instalado em vários países de América do Sul. Neste primeiro momento, serão priorizados os veículos de rotas críticas (regiões montanhosas) ou longas (mais de 400 quilômetros de distância). A empresa tem a expectativa de implantar a tecnologia nos próximos quatro anos em todas as carretas. A empresa espera ainda uma redução de 27% em redução de eventos de alta severidade (colisões) e 28% de queda de roll overs (tombamentos). “Mesmo não tendo uma quantidade significativa de acidentes de alta severidade preveníveis – registramos cinco em 2017, nosso foco é a prevenção. Nossas carretas, considerando a atuação da companhia na América do Sul, rodam mais de 65 milhões de quilômetros por ano, o que seria suficiente para dar mais de 1600 voltas na terra. Por isso, é imprescindível o investimento em uma tecnologia que trará mais segurança aos nossos motoristas e às pessoas que circulam nas estradas”, analisa Gonzalez.