Gerenciamento de Risco: Uso da telemetria permite o controle de custos e depreciação

Para resumir o uso desta nova tecnologia no setor, podemos dizer que a telemetria é muito utilizada no monitoramento de performance de frotas em geral, com foco no elemento humano, no veículo transportador e na carga.

 

O Gerenciamento de Risco ganhou uma nova aliada: a telemetria, um sistema tecnológico de monitoramento utilizado para comandar, medir ou rastrear alguma coisa a distância, usando a comunicação sem fio, como sinais de rádio ou satélite.

De acordo com Sérgio Caron, Líder da Prática de Transportes da Marsh Brasil (Fone: 11 3878.2000), o uso da telemetria é de grande importância dentro do processo de Gerenciamento de Riscos de transportes – muito utilizado no monitoramento de performance de frotas em geral, com foco no elemento humano, no veículo transportador e na carga, para resumir sua abrangência.

“Auxilia no controle da jornada de trabalho, ajuda na assertividade de definição do perfil do motorista, permite a criação de programas de incentivos por direção exemplar. E também ajuda na preservação da vida humana, na redução de danos com veículos e propriedades de terceiros, ajuda na responsabilidade civil em geral, marca/brand e reputação das empresas, evita contaminação do meio ambiente (que decorre quando há um acidente e a carga se espalha) e os custos decorrentes da necessidade de conter (custos de contenção), etc.”

Caron também diz que ela é indispensável na otimização de toda a cadeia logística: tempo de entrega, desempenho do condutor e do veículo, aceleração, frenagem, consumo de óleo, combustível, pneus, desgastes em geral do veículo e, em outras palavras, disponibiliza inúmeros dados que auxiliam na gestão de todos os riscos intrínsecos ao processo do transporte de pessoas e de cargas.

“A telemetria tem mais importância para controle de custos e depreciação. Óbvio que melhores controles significam menos riscos, mas dependem de melhor gestão, e isto é algo deficitário no setor. Por isso, trabalhamos oferecendo consultoria e suporte aos clientes neste controle”, diz, agora, Walter Boer, analista de risco da Villagro – Gerenciamento de Risco Integrado (Fone: 19 2108.2948).

 

Futuro e papel do Gerenciamento de Risco

Telemetria à parte, também é interessante conhecer o futuro e o papel do Gerenciamento de Risco nos dias de hoje.

O líder da Prática de Transportes da Marsh Brasil inicia por dizer que certos segmentos de negócio, como o de produtos eletrônicos e farmacêuticos, por exemplo, são mais restritivos para o mercado de Seguros de Transportes. Em operações como estas, o mercado segurador analisa com muita profundidade todo o histórico de perdas e, principalmente, os eventuais investimentos em gestão de riscos promovidos pelo próprio cliente final (Segurado).

“Quando o nível de proteção da empresa (em gestão e Gerenciamento de Riscos) é condizente com o nível de risco de transportes, o mercado segurador, em geral, tem prosseguido com a formulação de uma proposta de seguro de transporte – muitas vezes, de maneira bastante competitiva, à proporção dos investimentos existentes na gestão do risco de cada operação”, diz Caron.

Por outro lado, ainda segundo ele, o desvio de carga abrange diversos segmentos de indústrias, como alimentos e bebidas, combustíveis, confecções e tecidos, pneus, cosméticos, higiene e limpeza, calçados, defensivos agrícolas etc.. Portanto, esta é uma preocupação válida para inúmeras operações de transportes. Gerenciamento de Riscos não pode ser pensado como algo aplicado apenas para uma minoria das empresas: muito pelo contrário, é praticamente uma necessidade de toda a classe de transportadores e de embarcadores.

“Devido à dinâmica do desvio de carga no Brasil, há muitas décadas as Seguradoras demandam que certos padrões de Gerenciamento de Riscos sejam cumpridos. Em linhas gerais, tais proteções passam por questões de análise da experiência acumulada dos motoristas com aquele tipo de carga, rota, região, valores de carregamento, análise das rotas utilizadas, monitoramento e rastreamento das viagens em pontos mais críticos e, conforme valores, o emprego de escoltas armadas, em adição às tecnologias diversas utilizadas nos transportes”, completa Caron.

Sobre o papel do Gerenciamento de Risco hoje, Boer, da Villagro, diz que envolve controle de pré-requisitos básicos para uma viagem mais segura e monitorada. “De certa forma inclui processos que seriam de interesse do Transportador, mas que por muitos são ignorados ou negligenciados (por exemplo, treinamento de pessoal). Ou seja, o dever da GR é mitigar riscos garantindo as exigências da companhia de seguro.  E acredito que as novas aplicações do GR virão primeiro através do controle de combustível. Já os novos nichos seriam carros e motos.”

Ainda para Boer, se assumirmos que um dia teremos veículos autônomos, o Gerenciador pode vir a se tornar um controlador remoto do veículo, que, uma vez sem motorista, deverá ter um monitoramento muito melhor por câmeras, por exemplo.

Sobre as tendências no segmento, em termos de tecnologia, o analista de risco da Villagro aponta ampliação dos níveis de sensoriamento (pneus, suspensão) e maior importância para análise de dados.

“Os avanços tecnológicos produzem inegáveis melhorias para a gestão de riscos de transportes. A Internet das Coisas (IoT) aprimora o rastreamento em tempo real de toda e qualquer operação de transportes e amplia a interação do gestor de riscos com o ambiente em que o motorista, o veículo e carga passam em certo ambiente. Também sabemos que a integração do e-commerce ganha cada vez mais espaço dentro da estratégia de entrega de muitas empresas – essa necessidade de agilização em toda esta cadeia logística só é possível graças aos inúmeros avanços dos elementos tecnológicos e de processos”, comenta Caron, da Marsh Brasil, acerca das novas tendências do setor em termos de tecnologia. Por outro lado, continua ele, “sabemos que o ambiente no qual transitam os veículos de cargas é extremamente hostil: tanto nos aspectos de infraestrutura das estradas, quanto de segurança. Em decorrência disto, o nível de prejuízos com cargas seguradas no Brasil ficou próximo de R$ 1,5 bilhão em 2018, sobretudo com as perdas decorrentes justamente dos acidentes com os veículos rodoviários que transportam as cargas (colisão, capotagem e tombamentos), bem como dos desvios dos carregamentos, em decorrência de ações criminosas (estelionato, falsidade ideológica, apropriação indébita, furto e roubo em geral). Para se combater isto, o uso das tecnologias de rastreamento e monitoramento do carregamento é fundamental. Isto tem sido uma constante no mercado de seguros nas últimas décadas e, certamente, aspecto indispensável em toda futura jornada”.

 

As empresas

Marsh Brasil: É especialista em gestão de riscos seguráveis e não seguráveis. Em termos de transporte de cargas, trabalha muito próximo aos seus clientes, constantemente avaliando a dinâmica das operações logísticas e suas exposições, tanto no aspecto dinâmico (de trânsito) quanto estático (armazéns de trânsito).

“Avaliamos diversos elementos, como histórico de perdas, valores transportados, rotas, valores embarcados, tipos de produtos, modais de transportes, rotas e regiões, embalagens, transportadores, tecnologias, níveis de proteção, entre vários elementos de riscos. Muitas vezes, atuamos em campo, verificando procedimentos, treinamentos, reciclagens, conformidade de processos estabelecidos, análises conjuntas com empresas de gerenciamento de riscos contratadas pelos clientes, otimização de investimentos e de todo o plano de gerenciamento de riscos. Definimos as melhores práticas, tudo de acordo com cada operação em particular”, diz  Caron.

Villagro: Realiza acompanhamento de eventos, checagem de equipamentos e pré-requisitos para uma viagem monitorada, treinamento de motoristas e gestores, educação no atendimento, auxílios na gestão através de relatórios e cobranças.

 

Protege lança solução de Gerenciamento de Riscos

O Grupo Protege (Fone: 11 3156.9000) lançou a solução de Gerenciamento de Riscos para o segmento de transporte de cargas, empresas de frotas de veículos e máquinas agrícolas. O serviço de planejamento, monitoramento e organização de ações para inibir ameaças já é utilizado pela empresa no transporte de valores e também no segmento de Carga Segura, voltado para o transporte de bens de alto valor agregado (como eletrônicos e produtos e insumos farmacêuticos).

A solução conta com protocolos de operação aplicados pelo Departamento de Segurança Corporativa da Protege. Toda a operação é conduzida de um ambiente altamente restrito, localizado dentro de uma base operacional da empresa. A plataforma é compatível com os equipamentos de tecnologia, como rastreadores e GPSs dos principais players do mercado. Cada solução é customizada para o cliente, podendo atuar como Gerenciamento de Risco principal ou de backup – estratégia comum utilizada no mercado.

O serviço abrange tecnologia de rastreamento e monitoramento, uso de satélites de radiofrequência e telecomunicações, gerenciamento da saúde do motorista, telemetria avançada para identificação de problemas nos veículos e relatórios completos de todo o deslocamento, entre outras opções.

 

Telemetria veicular ganhará mais força em 2019

A telemetria, tecnologia que saiu das pistas de corrida de Fórmula 1, ganhou o mercado brasileiro nos últimos anos. Empresas dos segmentos de transporte, logística, transporte de passageiros (urbano e rodoviário), entre outros, passaram a adotar a telemetria para o dia a dia de suas frotas.

E para 2019, novidades estão chegando para acelerar esse mercado. De acordo com Bruno Santos, especialista em telemetria veicular e diretor da MiX Telematics (Fone: 11 3393.8111), empresa que atua nessa área globalmente, as principais tendências para este ano são:

Telemetria associada à voz: Importante ferramenta para alertar o motorista sobre os perigos da via (buracos, acidentes, desvios, chuva, etc.), bem como as infrações cometidas durante a condução. Ainda aumenta o nível de segurança do motorista e da carga, pois permite comunicação direta com o condutor do veículo, que pode ser avisado sobre rotas específicas;

Telemetria associada à imagem: Por meio de câmeras internas e externas nos veículos, é possível saber o que acontece durante a condução. Esse tipo de funcionalidade possibilita ver quais eventos e comportamentos contribuíram para um acidente, pois as câmeras mostram evidências visuais que reconstituem as cenas que antecedem (ou não) o acidente ou infração de trânsito;

App Mobile: Por meio de aplicativo, o próprio motorista pode se autogerir para melhorar seu desempenho e segurança, além dos custos operacionais e de aumentar a eficiência do trabalho;

Conectividade: Com um hardware, é possível ter conectividade interna no veículo, como sensores sem fio conectados pela tecnologia Bluetooth. Assim, mais agilidade e segurança são incorporadas ao dia a dia do motorista e do gestor da frota.