Como é a logística em uma rede de franquia de tintas em expansão com o foco na Grande São Paulo e interior?

Com o propósito de atender ao público consumidor para além dos grandes centros, a rede de franquias Pinta Mundi Tintas (Fone: 11 2538.6038), fundada em 1991 pelo empreendedor Nassim Katri, mira a expansão por toda a Grande São Paulo e interior. As cidades de Guarulhos, Campinas, Indaiatuba, São Caetano, Santo André, São Bernardo do Campo e Diadema estão na mira da franqueadora.

De acordo com Katri, o modelo de negócios da Pinta Mundi possui diversas vantagens para o franqueado. “Focamos em regiões que possuam alta densidade demográfica e com um fluxo de profissionais que de fato irão realizar os trabalhos de pinturas em diferentes tipos de obras. Esta segmentação privilegia o nosso franqueado com a alta demanda da região”, afirma o CEO da Pinta Mundi.

 

Como é a logística

Neste contexto todo, vale saber como é a logística da empresa. Katri diz que ela é bem desenhada e contempla tanto o abastecimento da rede quanto um programa de delivery para o consumidor das lojas. “O nosso estoque é 100% abastecido pelos fornecedores, não retiramos absolutamente nada. Para as entregas, usamos os nossos carros para vendas casadas e emergenciais. Já no caso das franquias, cabe ao franqueado comprar os produtos dos fabricantes e o recebimento da mercadoria é direto na loja.”

Ou seja, em 100% das situações, os fabricantes entregam os produtos diretamente para os franqueados, loja a loja. Há uma data específica para compras, chamada de “melhor data”, que serve para desafogar os pedidos das fabricantes e não gerar atrasos. Para isso, eles dão descontos em forma de incentivo.

A “melhor data” é na primeira quinzena do mês, para que os fabricantes possam entregar os pedidos até o final do mês.

“Ainda em relação aos pedidos, temos um software de gestão que nos aponta quais são os máximos e os mínimos e quanto devemos comprar de cada produto. Baseamos-nos por ele, mas podemos fazer alterações conforme as nossas necessidades. Após acionados, os fornecedores parceiros é quem realizam toda a gestão e operação do abastecimento das unidades, enquanto o delivery para consumidores finais é de responsabilidade da Pinta Mundi. Em linhas gerais, funciona assim: quem vende, entrega.”

Katri diz que não conhecem os detalhes da logística dos fornecedores. “Podemos ressaltar, no entanto, que o profissionalismo e os recursos tecnológicos que aplicamos em nossa rede contribuem bastante para que o ciclo logístico ganhe ótima fluidez e tenhamos, sempre, os estoques abastecidos. Por outro lado, os nossos fornecedores têm que ter curso de transporte de produtos perigosos (inflamáveis), mas da nossa parte não há necessidade pelo porte da entrega.”

 

Lojas

Para o abastecimento das lojas e do delivery, o CEO destaca que usam uma frota 100% própria. “Só fazemos entregas por meio de terceiros se for em quantidades maiores ou em lugares mais distantes e, em ambos os casos, as ocorrências são esporádicas. Como a nossa demanda pelo delivery hoje é – em sua imensa maioria – atendida pela frota que já dispomos, não faz sentido alocar recursos fixos num outro modelo.”

Atualmente, a rede tem cinco carros para entrega, que ficam rodando a cidade o tempo todo, das 08h00 às 18h00. Como as lojas são sempre uma perto da outra, a rede aproveita as entregas para fazer a transferência de produtos entre as unidades – fazer o abastecimento. Esta é uma forma de otimizar o roteiro das entregas para aproveitar a capacidade dos carros de modo a gerar eficiência logística.

Em relação à logística de abastecimento das lojas da rede com produtos de fornecedores parceiros (Sherwin-Williams, Suvinil, Coral etc.), Katri lembra que “o modelo de franquias da Pinta Mundi é inovador, porque o nosso sistema é com lojas pequenas – com média de dois funcionários – e que atende mercados selecionados, ou seja, lugares onde identificamos um bom potencial de consumo. Com um sistema low-cost, conseguimos ter um custo mais reduzido, mais capilaridade e ajudar na logística com os clientes”.

As lojas “conversam entre em si”: muitas delas estão a 10 minutos de distância uma da outra e isso é importante porque a rede vai abrangendo e fechando determinadas áreas. Essa característica os torna mais conhecidos. “Para seguir nessa linha de raciocínio, nosso foco é ter multifranqueados, ou seja, cada franqueado ter mais de uma franquia por região.”

Os franqueados precisam ter um carro hábil para a entrega. Ele não precisa comprar nenhum veículo específico, mas precisa ter consciência que a entrega 100% própria é parte essencial do negócio. “Temos a tendência de expandir para lugares mais periféricos, com poder aquisitivo menor, com menor concentração de lojas. Nenhuma pessoa quer fazer compras em outra cidade, isso só acontece se não tiver o que ele procura próximo da casa dele. Se estivermos localizados a 10 minutos a pé dos clientes, eles acabam se tornando fiéis às lojas Pinta Mundi.”

Com relação à logística para atendimento dos clientes, Katri diz que há uma lista de entregas e os pedidos são atendidos em até 24 horas. “Internamente, temos as datas programadas, fazemos os roteiros das entregas e enviamos um aviso aos clientes também via WhatsApp.”

O CEO também destaca que, como os seus motoristas são próprios, há maior controle sobre eles, além de poderem medir a satisfação dos clientes e as dificuldades específicas. “Por exemplo, as pessoas mais idosas recebem os produtos dentro de casa. Não deixamos na portaria ou em algum outro lugar que possa gerar dificuldades na hora de eles retirarem os pedidos – a não ser que haja impedimentos. Além disso, conseguimos marcar um horário com o cliente para fazer a entrega dos produtos e quando o horário é diferenciado, fora do comercial, damos um jeito também. Costumo brincar que aqui resolvemos tudo. É um contato bem pessoal, um atendimento bastante personalizado.”

O CEO da Pinta Mundi também informa que não usam rastreador nos carros, e sim um rastreador pelo celular, que reduz os custos. Com o plano de dados, foi instalado um app de localização para saber onde o motorista está, sem precisar estar com o carro. “Existe uma fila de entrada dos pedidos, mas há casos e casos: se houver alguma emergência ou prioridade, conseguimos flexibilizar o cronograma, sempre com a premissa de realizar a entrega em 24 horas. Para o ano que vem, devemos aumentar a nossa frota, comprar carros maiores, porque a rede triplicou de tamanho nos últimos dois anos: atualmente, temos 15 lojas: 12 próprias e três franqueadas e estamos com a expectativa de abrir mais dez lojas até o final de 2019”, diz o CEO.”

 

Problemas

Referindo-se aos problemas logísticos enfrentados pela empresa, Katri diz que São Paulo tem muita adversidade com logística! Há muitas enchentes, buracos, lugares proibidos para estacionar e assaltos. “Aliás, em relação a esse último tópico, o nosso mercado é bastante vulnerável, porque trabalhamos com produtos de grandes marcas, como Sherwin-Williams e Suvinil, que têm um valor agregado alto. Além disso, temos um complicador que é a questão segurança versus acessibilidade: há muitos lugares nas ruas que não têm onde parar e os condomínios não abrem a porta/garagem de jeito nenhum!”

A questão da segurança é nacional e envolve uma série de ações do poder público. Exatamente por este aspecto é que a empresa tem um plano de delivery que contempla raios de entrega menores.

“A parte da logística é muito importante: cada vez mais as pessoas estão querendo delivery e, a meu ver, isso acontece porque a classe média não tem mais o carro como um objetivo de consumo, não faz mais tanta questão de ter o veículo próprio e isso faz com que o percentual das entregas aumente consideravelmente. Com isso em mente, procuramos superar todas as adversidades e manter este benefício ao consumidor da Pinta Mundi.”