Odebrecht finaliza venda da Supervia para consórcio japonês

A Odebrecht finalizou a operação de venda da Supervia, concessionária de transporte ferroviário do Rio de Janeiro, na última quarta-feira, 28. A Rota das Bandeiras, concessionária do corredor Dom Pedro, no interior de São Paulo, também foi negociada pela empresa, após aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Com as duas vendas, a Odebrecht, que sofreu enormes perdas com os escândalos investigados pela operação Lava Jato, poderá aliviar sua situação com os R$ 2,45 bilhões que receberá de pagamento. A empresa sofreu intensa pressão para vender ativos para reduzir suas dívidas.

No negócio da Supervia, a GUMI passou a deter quase 90% do controle da concessionária (88,7% das ações), restando 11,33% à Odebrecht Transport (OTP), braço de transportes e mobilidade urbana do grupo. A GUMI – Guarana Urban Mobility Incorporated, subsidiária controlada pela trading japonesa Mitsui, assinou em fevereiro deste ano o contrato de compra e venda com a OTP para transferência de controle na SuperVia.

Já a concessionária Rota das Bandeiras passará a ser controlada pela gestora Farallon e pela companhia de investimentos Mubadala, de Abu Dhabi, que integrarão o Fundo de Investimento em Participações Multiestratégia. A Odebrecht Transport (OTP), vai ficar com 15% do negócio, e os 85% restantes passarão para o controle do Fundo de Multiestratégia.

SUPERVIA

Com venda consumada, o consórcio japonês liderado pela Mitsui assume a quase a totalidade das ações da Supervia, tomando o lugar da OTP, até então a maior acionista da empresa.

As negociações, que vinham se desenrolando há alguns meses, estavam sendo vistas com otimismo pelo setor ferroviário, que aposta na abertura de novos investimentos. O consórcio, além da Mitsui, engloba participantes como a JRW (West Japan Railway), maior operadora de trens do Japão.

O negócio para vender a concessionária foi liderado por credores brasileiros da Odebrecht. O grupo sofreu enormes perdas com os escândalos investigados pela operação Lava Jato, o que a levou a sofrer intensa pressão para vender ativos para reduzir suas dívidas.

A Supervia, com 201 trens, opera 270 quilômetros de malha ferroviária dividida em cinco ramais, três extensões e 104 estações. Atua desde 1998 e transporta cerca de 600 mil passageiros em dias úteis.

Fonte: Diário do Transporte