O presidente da Mercedes-Benz no Brasil, Philipp Schiemer, disse que a economia brasileiraestá no caminho certo, mas que falta rapidez, principalmente nas concessões de infraestrutura.
“O risco do trem descarrilhar está menor, mas queríamos que ele caminhasse com mais velocidade”, disse Schiemer em café com jornalistas nesta terça-feira (27), em São Bernardo do Campo.
“Hoje tem um programa de privatizações do governo, muito bem estruturado, mas o andar da carruagem está muito devagar. Porque todos nós sabemos que infraestrutura e construção civil têm um impacto no emprego”
Schiemer afirmou também que com um cenário econômico global enfraquecido, o Brasil não pode depender de estímulos de fora.
“Logicamente a agricultura vai continuar exportando, agora a mineração e todos os outros setores vão sentir o efeito do desaquecimento global. Então acho que não vai ter nenhum vento a favor vindo da exportação”, disse.
A empresa alemã, que já chegou a exportar entre 40% e 50% de seus produtos feitos no Brasil, hoje vende menos de 30% para fora, e a tendência é que esse número caia ano que vem.
O motivo desse movimento, segundo Schiemer, é um cenário econômico fraco na Argentina, pelo menos até o fim deste ano.
“Vimos uma pequena melhora em maio. Agora com as prévias das eleições isso foi por água abaixo e prevemos um final de ano muito difícil. O problema da Argentina é que não há previsibilidade.”
PARCERIAS E LANÇAMENTOS
Durante o café da manhã, o presidente da montadora alemã anunciou o lançamento de uma nova linha de caminhões para o início de 2020.
Para o novo modelo, há a projeção de investimento de R$ 1,4 bilhão, englobando tanto a fábrica de Juiz de Fora (MG) como a de São Bernardo do Campo (SP).
A companhia também fechou um acordo de venda de ônibus para a cidade de São Paulo. Serão 1.600 ônibus urbanos, que começam a ser entregues agora e se estendem até o começo do ano que vem.
A Mercedes anunciou também a venda de 500 caminhões para a Ambev, dos quais 75% devem ser destinados a renovação de frota e o restante para incrementar transportes em áreas em que a companhia de bebidas ainda não operava.
Fonte: Folha de S. Paulo