A empresa de logística e transporte Moove assumiu as operações logísticas e de entrega da fintech PayGo. A partir de agora, a empresa é responsável por armazenagem, recebimento de pedido, manuseio e entregas das maquininhas em todo o Brasil. O acordo tem como objetivo aumentar a eficiência e a velocidade da entrega de máquinas de pagamento em todo o território nacional.
Guilherme Juliani, CEO da Moove, explica que o processo começa com a coleta das máquinas na fabricante escolhida pela PayGo. “Nós recebemos de forma separada as máquinas, o material de marketing e os chips. Depois de levá-los para o nosso Campus Martini, em São Bernardo do Campo, SP, fazemos a customização das máquinas, vinculando o chip ao POS e inserimos o material de marketing para montagem do kit”, conta.
A última parte da montagem é a vinculação ao cliente, que acontece de forma sistêmica entre a Moove e a PayGo. Somente depois de todo o preparo de cada máquina é que ela está apta a ser entregue. “Cada unidade passa por esse processo dentro da Moove”, reforça.
O principal cuidado ao lidar com esse tipo de equipamento é o manuseio no momento da montagem do kit, devido à fragilidade do material. “Além disso, como cada máquina é ‘amarrada’ a um CPF ou CNPJ – pois não pode haver erros –, precisamos de muita atenção dos colaboradores envolvidos na operação. Eles são instruídos e treinados para esse tipo de montagem”, conta Guilherme.
Segundo ele, os clientes da PayGo exigem velocidade e assertividade no processo de entrega. “A máquina de pagamento é vital para essas empresas, então a logística desses equipamentos é extremamente estratégica, não há espaço para erros”, afirma.
Com relação à logística reversa, em caso de troca, o destinatário posta a máquina nos Correios com código de rastreio oferecido pela PayGo. Quando o material é recebido na Moove, o contratante envia outro arquivo para entrega de uma nova máquina.
Guilherme explica que, internamente, as coletas são feitas com veículos próprios: HR, Fiorino e caminhão. Já as entregas porta a porta seguem por meio de motocicleta e carro. A movimentação esperada é de cerca de 8 mil envios mensais.
Para atender à demanda da PayGo, a Moove conta, entre as soluções, com Warehouse Management System – WMS e Transport Management System – TMS. O primeiro sistema tem o objetivo de otimizar a logística dentro do armazém, de forma a aumentar a velocidade e a assertividade do processo de organização e a montagem das máquinas. Já o TMS funciona como um sistema de gerenciamento de rotas na rua, buscando os melhores trajetos com os endereços catalogados.
De acordo com o diretor de operações da PayGo, Fernando Umeki, a parceria com a Moove é mais uma das ações para otimizar o volume de negócios da empresa. “Nossa estratégia é focar em nosso core business e buscar parceiros de excelência para atuarem em etapas estratégicas do nosso processo”, diz.
Por sua vez, o gerente de logística da PayGo, Jones Luis Pestana, acrescenta que a Moove possui know how e oferece toda a segurança, transparência e conveniência em logística. “Este é um setor extremamente sensível para qualquer empresa. Estamos muito satisfeitos com esse trabalho conjunto”, conclui.
Logística do futuro
Guilherme, da Moove, explica que, hoje, os clientes estão acostumados a receber encomendas muito rapidamente, através de aplicativos de consumo instantâneo, como o Rappi. Esse tipo de serviço faz com que o consumidor tenha entregas realizadas minutos após o pedido, e isso muda a sua percepção sobre a logística.
Com essas novas tecnologias, se uma entrega em São Paulo demorar três dias, ou sete no Amapá, torna-se alvo de críticas e manifestações, em especial nas redes sociais. Isso cria o ambiente para a logística do futuro, que consiste em a maioria dos produtos sair das proximidades do cliente direto para sua residência em horas, em vez de estarem armazenadas em um Centro de Distribuição centralizado com prazos de entrega de até sete dias. “Nesse contexto, nossa tendência é abrir novos CDs no Brasil para agilizar a entrega e reduzir os custos de frete”, conta.
Com relação às expectativas para o próximo ano, a empresa aposta no crescimento de três verticais: e-commerce (de forma extremamente seletiva), medicamentos e correlatos (ANVISA) e adquirência (companhias que efetuam transações financeiras – no qual a PayGo se encaixa). “Esse terceiro está vivendo uma grande expansão com a entrada de novos players que estão focando e dominando nichos específicos. Isso tem impulsionado muito o crescimento do setor e, consequentemente, o nosso”, expõe o CEO da Moove.
Desafios
Como para qualquer Operador Logístico, o maior desafio da Moove é criar sistemas e auditorias para estar sempre em acordo com a legislação fiscal, pois as exigências do governo são cada vez mais rigorosas. “E, ainda, há os gargalos logísticos causados pelo estrangulamento dos aeroportos e pela Secretaria de Fazenda, que fazem com que a nossa carga fique presa de um a dois dias, em alguns casos”, salienta Guilherme.
Para dar conta desses gargalos, a empresa tem investido muito em tecnologia, compliance, processos e monitoramento constante da localização de todas as cargas, o que possibilita agir de forma preventiva.
Sobre as empresas
Criada como um braço da empresa de logística Flash Courier, a Moove atua no mesmo segmento de distribuição, mas com foco nos meios eletrônicos de pagamento e no transporte de encomendas urgentes. Com sede em São Bernardo, no ABC Paulista, a empresa conta com 150 colaboradores e uma carteira de clientes com marcas importantes, como PagSeguro, Ifood e DressTo.
Do mesmo grupo do C6 Bank, a PayGo é uma das principais empresas de captura de transações com cartões do mercado brasileiro. Por meio de uma plataforma de pagamentos omnichannel, atende qualquer tipo de negócio, das soluções mais simples às mais customizadas.