Há 10 anos no Brasil, a Acer passou por graves problemas com roubos de carga durante o transporte rodoviário, afinal, a empresa taiwanesa produz itens de alto valor agregado, como notebooks, monitores e desktops, sendo a terceira maior fabricante de computadores do mundo.
Veículos com portas traseiras reforçadas, portas soldadas, reforços na laterais, uso de GPS, iscas… a marca tentou várias soluções para resolver o problema, mas todas se revelaram ineficientes, gerando impactos financeiros à empresa e psicológicos aos profissionais de logística, que administravam o processo e eram vítimas constantes de roubos e ameaças.
Por sua vez, a Prosegur, especializada no setor de segurança privada, que atua em três linhas de negócios – Prosegur Cash, Prosegur Security e Prosegur Alarmes –, visava atuar em grandes distâncias e grandes quantidades. Foi então que os caminhos de ambas se cruzaram.
A parceria já tem seis anos e, desde então, a Acer não registrou nenhum roubo, reduzindo R$ 1 milhão ao ano em custos logísticos. Toda essa segurança permitiu produtos nas gôndolas sem atrasos ou quebras, sem falar na redução de 70% na taxa de seguro. Antes da parceria, havia seis empresas envolvidas no processo de carregamento, que levava uma hora para ser concluído, tempo que reduziu para 15 minutos com a Prosegur.
A título de comparação, antes, a Acer havia registrado 12 sinistros, com R$ 9 milhões roubados, gerando perdas financeiras e de mercado de R$ 27 milhões. Além disso, os roubos abasteciam o mercado negro, causavam danos à imagem da marca e a fazia perder espaço nas gôndolas pela falta do produto, que era substituído pelo de seus concorrentes. A isso, somava-se o aumento das taxas de seguro.
“Em 2011, quando assumi o cargo na Acer, o roubo de carga nas rodovias era o principal problema. Achamos que teríamos um case de sucesso utilizando um bloqueador para ‘apagar’ o caminhão em caso de roubo, mas, em uma ocorrência, os ladrões pensaram que o motorista havia apertado o botão de pânico. Então eles quebraram a mão dele e mandaram um recado claro e nominal: ‘diga ao Alexandre para não fazer mais isso’”, contou Alexandre Gerardo, diretor de operações da Acer, que apresentou o case durante a Expo.Logística 2019, que aconteceu em setembro, em São Paulo.
Alexandre até pensou em sair do mercado, pois ele não tinha mais vida: corria atrás de bandido, de gerenciadora de risco, de polícia, vivia dando depoimento e ainda tinha a seguradora pressionando, até chegar ao ponto em que não era mais possível renovar o contrato. “Foi quando começamos a negociação com a Prosegur. Os benefícios da parceria vão além dos custos. Imagine que tínhamos uma equipe de logística focada totalmente em resolver o problema do roubo da carga, esquecendo-se do nosso core business. Não dá para mensurar o valor de colaboradores mais calmos e trabalhando sem ameaças, concentrados”, contou.
Com relação ao ganho financeiro, fez questão de ressaltar que a seguradora está muito contente com os resultados e, inclusive, tenta vender o case de sucesso para outros clientes. “Claro que não é um resultado que vem do dia para a noite, são seis anos trabalhando nisso. Hoje conseguimos focar no nosso cliente, com a segurança de que a carga vai chegar sem preocupações. E expomos esses resultados para ajudar o mercado a também resolver seu problema de segurança.”
Na outra ponta
Através da parceria com a Acer, a Prosegur também evoluiu, passando a investir em novos veículos. No ano passado, conforme a Logweb noticiou, a empresa inaugurou um Centro Logístico no município de Cajamar, SP, com 10.000 m² de área e capacidade para receber 14.000 paletes, voltado para os segmentos eletroeletrônico, farmacêutico, de telecom e de moda & luxo. Através da Prosegur Log, a empresa passou a oferecer uma solução completa, que inclui armazenagem, gestão e serviço de segurança.
Durante a apresentação do case na Expo.Logística, Rosana Albino Herman, gerente de Transporte de Cargas Especiais da Prosegur Cash, revelou que a empresa está investindo em um TMS (sistema de gerenciamento de transporte e logística) para melhorar a gestão das informações. “Temos uma estrutura muito robusta, não é só fazer a entrega, precisamos garantir a informação para o cliente. O atendimento individualizado é fortemente priorizado por nós”, expôs.