A Moove, empresa do Grupo Flash Courier, referência em logística no Brasil, acaba de adquirir 220 AGVs (veículos guiados automatizados), além de uma esteira cross belt de 800 saídas, capacidade três vezes maior que o equipamento em uso atualmente. Uma vez ativada, a operação da Moove será uma das mais automatizadas e robustas da América Latina, representando uma disrupção significativa para o setor como um todo. A previsão é que a implantação completa do novo sistema leve até quatro meses.
Para se ter uma ideia da capacidade das novas tecnologias, atualmente, a Moove conta com uma equipe de 35 pessoas no galpão de operação, que roteiriza, em média, 6 mil pacotes por hora. Com os robôs e a esteira, a capacidade produtiva da Moove quase triplica, chegando a 17 mil pacotes por hora. Além disso, os índices de erros, que já eram baixíssimos, tendem a zerar, uma vez que não será necessária nenhuma interação humana. A estimativa é que a empresa dobre o faturamento em 2020.
“Hoje, uma pessoa pega um pacote e coloca na esteira. Aí, outra pessoa pega esse pacote da esteira e joga na gaiola. Depois, uma terceira pessoa tira o pacote da gaiola e o direciona a expedição. Agora, 100% desse processo será conduzido por esses 220 robôs, trabalhando com uma esteira de 800 saídas. É uma transformação digital completa. Então, a operação vai ser mais rápida, com um volume quase três vezes maior e com uma precisão milimétrica. A ideia é automatizar toda a parte operacional e alocar nossos talentos para cargos de inteligência e estratégia, o que é uma tendência em todas as áreas, de maneira geral”, detalha Guilherme Juliani, CEO da Moove.
A aquisição dos robôs e da esteira foi realizada após uma viagem dos diretores da Moove à China, onde visitaram quase uma dezena de armazéns e operações logísticas, entre elas, as gigantes VIP e Ali Express. “Conhecemos armazéns de quase 100 mil m². A proporção da operação é absolutamente distante da nossa realidade, mas a tecnologia implantada e os processos podem, sim, ser implantados e atender às nossas necessidades. Foi uma experiência realmente enriquecedora e transformadora”, revela Juliani. O CEO explica que a viagem fez parte de uma estratégia macro de inovação e expansão da empresa. “Sabíamos o que a gente precisava, mas queria ver uma operação dessas de perto antes de bater o martelo”, conta.
O executivo destaca ainda que, além das novas tecnologias, o projeto de expansão da Moove engloba ainda uma reforma em um dos galpões do Campus Martini, sede do Grupo Flash Courier, em São Bernardo do Campo, com o objetivo de integrar as equipes administrativas do Grupo Na prática, a parte administrativa da empresa está saltando de 1500m² para cerca de 9000m². Acerca dos valores investidos, todo o processo de inovação e ampliação da empresa, o que inclui a compra dos robôs, da esteira, além da reforma do galpão, somam cerca de U$S 4 milhões, o equivalente a R$ 16 milhões.
De acordo com o Juliani, o aporte está alinhado à demanda reprimida da Moove, especialmente no que se refere às operações logísticas de produtos regulados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e de pequenos e médios e-commerces. “É uma fase de mudança, de ampliação do leque de serviços e de muitas oportunidades. Atualmente, realizamos 10 mil entregas de produtos regulados pela Anvisa por mês, o que representa cerca de 12% da quantidade de entregas totais da empresa. Para 2020, é esperado que esse número aumente para 25%, chegando a mais de 20 mil entregas mensais. Trata-se de um crescimento expressivo e precisamos nos estruturar para atender essa demanda”, conclui.