Em coletiva virtual realizada hoje, 10 de agosto, o Aeroporto Internacional de Florianópolis – Hercílio Luz anunciou o início das operações semanais da rota cargueira regular Miami – Florianópolis, operada pela LATAM Cargo, maior transportadora de carga aérea da América Latina. O voo vai ocorrer sempre às segundas-feiras, partindo de Miami às 03h15min e chegando a Florianópolis às 13h15min (horários locais).
Depois dessa parada, o voo segue para São Paulo, desembarcando o restante das mercadorias nos aeroportos de Guarulhos ou Viracopos. Daí ele segue para uma nova rota, doméstica ou internacional. “Ainda não estamos exportando diretamente de Florianópolis, mas já criamos uma rota de importação, agora é só expandir”, disse Diogo Elias, diretor da LATAM Cargo Brasil. A empresa pode transportar de tudo, de acordo com a necessidade dos clientes, incluindo carga viva, perecíveis, eletroeletrônicos e produtos químicos, principalmente de alto valor agregado.
A nova operação se tornou possível depois que a Floripa Airport, subsidiária do grupo internacional Zurich Airport, assumiu as operações do aeroporto de Florianópolis e realizou uma série de melhorias de infraestrutura de pátio e pista. As obras garantiram a homologação do aeroporto em outubro de 2019, por parte da ANAC, para receber aeronaves de código D e E, como o boeing 747-300F, com capacidade para 53 toneladas de carga, que será usado pela LATAM na nova operação.
“Já esperávamos para esse ano um crescimento de 15% a 20% em movimentação de cargas em comparação com o ano passado. Com essa nova rota, o resultado será ainda melhor”, declarou Ricardo Gesse, diretor geral da Floripa Airport.
Segundo ele, o mais importante é que essa nova rota consolida a posição do aeroporto como hub de cargas. “Já tínhamos toda a infraestrutura necessária, só faltavam os voos, que a LATAM trouxe. Temos muitas oportunidades de aumento de frequências para a América do Norte e novas frequências para a Europa, especificamente falando de voos cargueiros”, conta.
Uma das vantagens em desembaraçar as cargas por Santa Catarina é o regime tributário diferenciado. “A infraestrutura adequada, seja de pista, seja do terminal de cargas, mais o tratamento tributário diferenciado vão atrair muitas cargas para o estado”, ressaltou Gesse.
O investimento em cargas é importante para o aeroporto, já que os voos de passageiros caíram devido ao novo coronavírus, impactando fortemente na receita. “O faturamento adicional vindo do setor de cargas compensa parte da perda resultante da redução dos voos de passageiros. Só recuperamos 10%, o que não equilibra as contas”, lamenta.
Para a LATAM, a principal oferta hoje é de carga, e o Brasil é o país mais relevante para a empresa. Diogo também falou sobre o crescimento do e-commerce, que tem movimentado o setor de cargas áreas por aqui. “No ano passado, o comércio eletrônico representou de 7% a 8% do que foi transportado. Esse ano já superamos 20%. É o segmento que mais cresceu, tirando os materiais voltados para o enfrentamento da pandemia. Isso significa uma mudança de hábito que deve permanecer”, destacou.