Apesar da crise que assola parte das famílias e negócios, no setor industrial indicadores já dão sinais de que há uma retomada da economia. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), após quedas significativas em março (-9,2%) e abril (-18,8%), a produção industrial registrou um avanço de 7% em maio em relação ao mês anterior. A recuperação se deu em 12 das 15 regiões pesquisadas.
Para além do cenário atual, a perspectiva para o setor industrial também tem melhorado. É o que mostra o Índice de Confiança da Indústria, da Fundação Getúlio Vargas (FGV). O termômetro de confiança cresceu 16,2 pontos, fechando em junho em 77,6 pontos. Foi a maior alta já registrada da série histórica da pesquisa.
“Os sinais indicam para que o pior momento tenha passado. As empresas já começam a se preparar para um aumento de produção”, diz Tadeu Avellar, da CH Master Data, empresa brasileira de tecnologia em gestão de Dados Mestres.
A empresa possui uma rede de mais de 70 grandes empresas usuárias de sua plataforma de cadastro de materiais, serviços e fornecedores. O nível de atividade da plataforma acaba servindo como um indicador de aceleração ou retração da indústria, sendo inclusive consultado por algumas instituições como FGV e IBGE para construir alguns indicadores de atividade de mercado.
Sendo líder no mercado em gestão de cadastro de materiais, a CH consegue trazer dados e informações que, de fato, traduzem o ritmo da economia. Se o mercado está aquecido, as empresas passam a cadastrar mais itens na plataforma e a consultar mais fornecedores.
“Percebemos que houve uma desaceleração da demanda por materiais quando a quarentena começou, tendo atingido o menor patamar no começo de maio”, analisa Avellar. “Desde então, porém, o nível de atividade vem avançando já tendo passado os patamares de março, quando a pandemia chegou ao Brasil e parte da produção foi paralisada”, completa.