Modal Marítimo – Ed. 40 Dig.

Terminais da APM em Itajaí e Pecém foram os que mais cresceram no 1º trimestre de 2020 no Brasil

Apesar da pandemia, o Nordeste e o Sul do Brasil estão apresentando um crescimento desafiador, segundo a APM Terminals, braço operacional da Maersk, que administra 74 terminais no mundo, incluindo os de Itajaí, SC, e Pecém, CE.

Os terminais da APM entraram na América Latina em 1992, com a instalação de terminal retroportuário no Brasil. “A América Latina é uma região muito relevante para nós, temos vários projetos entregues no México, por exemplo. Como comparação, a APM investe 9 bilhões de dólares em seus empreendimentos no mundo todo e 6 bilhões só na América Latina”, ressaltou Aristides Russi Junior, diretor superintendente da APM Terminals Itajaí.

Tanto o terminal de Itajaí quanto o de Pecém foram os que mais cresceram no primeiro semestre de 2020 no Brasil, em TEUs, segundo dados da DataLiner. Itajaí ficou em primeiro em importação e em segundo em exportação, enquanto Pecém ficou em primeiro em exportação e em segundo em importação.

Itajaí

Em coletiva de imprensa virtual realizada em setembro, Aristides destacou que a APM Terminals Itajaí cresceu 10,2% de janeiro a agosto de 2020, em comparação com o mesmo período de 2019, movimentando 349.660 TEUs.

Na área de importação, as principais cargas movimentadas foram plásticos, têxteis, metais, mineração e construção, bebidas e químicos. Mais de 65% dos importadores têm base na região de Itajaí e Navegantes, com armazéns ou filiais estabelecidas, por isso, este maior percentual da carga teve como destino esta região. Outros 10% foram para o Sul do Estado, 8% para o Norte e 7% para Alto Vale. O percentual restante foi pulverizado.

Mais de 50% do volume importado veio da Ásia. Destaque também para as cargas vindas da Argentina (11%). Na região, é o único porto com serviço marítimo nessa rota. Outros importadores foram Índia, Coreia do Sul, Itália e Indonésia.

Nos segmentos de indústria, os maiores aumentos de volume foram registrados nos segmentos de: têxtil (+66,4%), passando de 21% para 42% o share no Estado; químicos (+83,4%), aumentando o share de 16% para 26%; e máquinas e eletrônicos (+166,5%), com share passando de 11% para 19%. A APM Terminals Itajaí continua sendo o maior movimentador de alimentos e bebidas e de peixes (carga refrigerada) na importação em Santa Catarina.

Vale ressaltar que, com a pandemia, houve queda nas importações, sendo junho o mês menos expressivo. Em julho, a recuperação começou a ser sentida com aumento de 37% em relação a junho, porém, ainda abaixo da média de 2019, por exemplo.

Com a queda na importação, uma oportunidade para importadores é trazer LCL (cargas consolidadas) para volumes menores que um contêiner inteiro. “A APM Terminals é pioneira na operação destas cargas em Santa Catarina, com desova e armazenagem dos paletes em armazém alfandegado. Atualmente somos o armazém com maior share de volume em Santa Catarina neste tipo de operação, 42% do volume LCL no Estado é operado por nós”, contou Aristides.

Na exportação, os principais produtos movimentados no período em questão foram: reefer (carnes em geral), madeira, produtos cerâmicos, máquinas e eletrônicos, papel e celulose. Os destinos foram mais pulverizados, porém Ásia e Oriente Médio representaram 50%, seguidos de países da África, Mediterrâneo e Caribe/Golfo (US/MEX). Destaque para o grande salto de exportações para a China em 2020, sendo o maior volume de madeira.

A maior parte das exportações reefer veio do oeste de Santa Catarina, mas, geralmente, foram concentradas nos armazéns frigoríficos da região ITJ/NVT, onde foram estufados e enviados ao porto para embarque. Uma parcela veio diretamente das fábricas, mas em menor quantidade devido à logística e à disponibilidade dos contêineres vazios.

Cargas secas vindas do Paraná representaram 23%, principalmente madeira. Mais de 50% veio do interior do meio oeste e sul do Estado, dependendo do segmento de indústria.

Os maiores aumentos de volume na exportação foram em: madeira (+56%), com share no Estado passando de 12% para 18%; metais, mineração (+143%), principalmente produtos como sucata de ferro, subindo de 23% para 31% o share; celulose, papel (+142%), dobrando o share de 10% para 20%; reefer, principalmente na carne suína e aves, com crescimento de 4% nos volumes, com 41% de share em SC.

“Pela primeira vez, quebramos a barreira de 10.000 contêineres importados por mês e 4.000 exportados por mês”, ressaltou Aristides.

Sobre os desafios enfrentados durante a pandemia, ele citou a adequação dos colaboradores ao uso da tecnologia a distância. “Da noite para o dia tivemos de tomar uma decisão. Assim, todo o time gerencial assumiu a responsabilidade de colocar quem fosse possível em home office. E ficaremos assim até o final de 2020”, expôs.

Com isso, foi necessário preparar os sistemas para atuar remotamente. “Mandamos mais de 50 desktops para as pessoas e verificamos a qualidade da internet. Além disso, trabalhamos para incentivar o sentimento de pertencimento a algo. Fizemos vários encontros virtuais para dar updates do negócio. Como resultado, tivemos melhora da performance e os colaboradores estão muito felizes”, disse.

A empresa também investiu na segurança daqueles que precisaram trabalhar em campo, com higienização em cabinas de guindastes, desinfecção com ozônio dos caminhões e guindastes, bem como fornecendo EPIs.  A APM montou, ainda, um comitê de crise, que faz reuniões diárias.

Questionado sobre o leilão do Porto de Itajaí, programado para 2022, Aristides revelou preocupação com o prazo, pois, segundo ele, deveria acontecer antes dessa data. “Esperamos um modelo competitivo, que nos traga mais liberdade. É preciso tratar da mão de obra avulsa, pois não podemos ser exclusivos de uma única opção, porque, desse jeito, ficamos menos eficientes. Se o modelo for diferente do atual, que nos deixe ser competitivos para desenvolver a região, vamos brigar para ficar”, destacou.

Pecém

Também em setembro foi realizada uma coletiva virtual para divulgação dos dados da APM Terminals Pecém, apresentada pelo diretor superintendente, Daniel Rose.

O terminal registrou de janeiro a agosto de 2020 um total de 221.220 TEUs movimentados, com crescimento de 6% comparado ao mesmo período de 2019. O resultado é devido ao forte crescimento do primeiro trimestre (+18%), que ainda refletiu as movimentações da safra 19/20.

“O primeiro trimestre do ano foi ótimo, mas depois vimos queda de volume com a pandemia, principalmente na cabotagem. Notamos a grande redução no número de navios e escalas, mas a cabotagem voltou em julho e, em agosto, com o começo da safra, chegaram os primeiros navios de frutas para a Europa”, contou Daniel.

De acordo com o diretor superintendente, a safra da Europa foi afetada, por isso estão comprando mais frutas do Brasil, fazendo com que a expectativa para a safra deste ano seja positiva. “Com a transferência de cargas do rodoviário para a cabotagem, este modal continua com forte crescimento, tendo grande desenvolvimento no Nordeste no segmento de frutas, como melão, manga e uva. Com as águas do Velho Chico, o Ceará vai crescer nesse setor, melhorando a produção na região nos próximos anos.”

Em 2019, a comercialização de frutas foi de 980,5 mil toneladas (alta de 16%) e US$ 858 milhões em receita (aumento de 8,5%). A meta para 2020 é alcançar a marca de US$ 1 bilhão.

Os principais produtos de importação foram: cereais, plásticos, máquinas e eletrônicos, metais, mineração e construção, papel e celulose. Cerca de 50% das importações para o Porto do Pecém têm origem na Ásia, porém, com grande destaque para os Estados Unidos, que concentram cerca de 20% de todas as cargas descarregadas no Terminal do Pecém.

As importações tiveram um crescimento de 12% no número de contêineres em 2020. Do total de cargas, 93% foram realizadas em contêiner do tipo dry, 5% em reefer e 2 em tanque.

Os maiores aumentos de volume foram em: máquinas e eletrônicos (+144%), que tiveram um crescimento maior que o dobro do ano anterior, além disso, o setor saltou do quinto mais importado para o primeiro, com maior representatividade nas importações do porto (21,20%); celulose e papel (+381%), que foi o segmento que mais cresceu no período e representa cerca de 5% de todos os produtos importados para o Porto do Pecém; transporte – automóveis e outros (+202%), sendo o segundo maior crescimento no período, ocupando a 10ª posição nos produtos mais importados.

Em exportação, as principais cargas movimentadas foram frutas, sal e pedras, grão, sementes e óleos, reefer (carnes em couros e peles). O mercado de frutas está bastante confiante no período da safra 20/21. Está previsto um aumento de 70% no número de contêineres exportados via Porto do Pecém no período de safra – 8.500  CNTRS e 17.000 TEUs (Ago/20 – Mar/ 21) devido ao posicionamento de mercado do armador MSC. Mais de 40% de todos os contêineres que são exportados via Porto do Pecém têm como origem os Estados Unidos. Argentina também é destino, via cabotagem.

Os maiores aumentos de volume na exportação foram em frutas, vegetais e plantas (+81%), sendo o segmento de maior representatividade do porto do Pecém (48%), totalizando mais de 3 mil contêineres movimentados no primeiro semestre; grãos, sementes e óleos (+117%), que representaram 12% do total de exportações do porto, subindo uma posição e se tornando o terceiro segmento que mais movimentou contêineres – 820 unidades; alimentos e bebidas (+134%), que subiu cinco posições, sendo o quinto maior segmento que exporta, dobrando suas unidades em relação ao mesmo período de 2019.

Daniel revelou que entre os planos da empresa para Pecém está aumentar o número de tomadas reefer (já são mais de mil) e o acesso para o porto. A expectativa de crescimento para 2020 era de 5% a 10%, com relação a 2019, mas, com a pandemia, a previsão foi acertada para entre 2% e 3%. O resultado positivo é puxado pela cabotagem, que vai continuar a crescer de uma maneira saudável de três a cinco anos, devido a políticas públicas, ao crescimento do Nordeste e à transferência de cargas do modal rodoviário. Para 2021, a expectativa é de crescimento de 5% a 10%, focando na cabotagem.

Segundo o diretor superintendente, a ideia é levar navios maiores para Pecém. “A atracação desses navios em Itajaí também nos favorece. Não temos limitação de tamanho, mas não adianta sermos os únicos, pois o armador precisa colocar o navio para operar considerando o menor porto, por isso Itajaí nos ajuda a trazer mais movimento”, disse.

Com relação aos gargalos, citou as linhas. “Precisamos de um certo nível de carga local para movimentação o ano inteiro, não apenas na safra. Para nosso crescimento é necessária a chegada de navios de longo curso, e não só para exportação, mas para importação também”, ressaltou.

Questionado sobre a Transnordestina, projetada para ligar o Porto de Pecém, no Ceará, ao Porto de Suape, em Pernambuco, Daniel diz que ela não opera ainda na expectativa esperada. “Por enquanto é relativamente pequena, não chegando a muitos lugares”, disse.

 

 

 

Leggio Consultoria aponta pontos críticos no Projeto de Lei “BR do Mar”

O Projeto de Lei (PL) nº 4.199, conhecido como “BR do Mar”, em tramitação no Congresso, representa avanços na regulação da cabotagem no Brasil, mas há pontos críticos, principalmente para o granel. Camila Affonso, sócia da Leggio Consultoria, especializada em Infraestrutura e O&G, destaca dois tópicos: as condições oferecidas não valem para todo o mercado, apenas para as empresas que se habilitarem no programa; algumas exigências são subjetivas e outras são mais frequentes no transporte de contêineres.

“O ideal seria que as condições oferecidas pelo PL fossem acessíveis a todas as empresas que operam cabotagem e não fossem exigidas condições potencialmente desafiadoras para aquelas especializadas em tipos logísticos, como granéis líquidos e sólidos e cargas gerais”, explica Camila.

Dentre os requisitos subjetivos para habilitação, a Empresa Brasileira de Navegação (EBN) deve atestar melhora da qualidade da eficiência ao usuário, por exemplo. Também é necessário oferecer linhas regulares e serviços na cadeia de valor do cliente, características incomuns na operação granel.

Os granéis – em especial os líquidos, como combustíveis e químicos – representam grande parte do volume da cabotagem. Se este segmento não se beneficiar dos avanços do “BR do Mar”, o problema da baixa competitividade do modal frente a outros poderá intensificar-se. Este fato é agravado pelas mudanças esperadas no mercado de refino, que afetarão o transporte de combustíveis entre as cadeias de abastecimento – hoje concentrado na Transpetro.

“O ‘BR do Mar’ acertou ao alterar o critério que define uma EBN e flexibilizar o afretamento de navios a casco nu – que será gradual até 2023, quando se tornará livre. Assim, o PL contempla a questão da competição ao permitir a entrada de novos players no médio prazo, além da ampliação da oferta de serviços por players menores. Mas este processo poderia ser mais acelerado. Adicionalmente, o ‘BR do Mar’ propõe a criação da Empresa Brasileira de Investimento em Navegação – proprietária de embarcações, mas sem contratos de transporte. E o afretamento por tempo também foi flexibilizado, dando mais velocidade e liquidez à ampliação da frota, ainda que não amplie diretamente a concorrência no setor”, afirma a sócia da Leggio Consultoria.

Outro problema – ainda de acordo com Camila – é que alguns itens importantes do “BR do Mar” só serão normatizados posteriormente por Ato do Poder Executivo. “Isto não é desejável, pois as condições completas do Programa não ficam claras.”

 

 

Mercosul Line lança novo serviço de cabotagem conectando Sudeste e Nordeste do Brasil

A Mercosul Line, parte do grupo CMA CGM, lançou um novo serviço de cabotagem, o NEXCO, que conecta as regiões Sudeste e Nordeste de maneira mais eficiente e com escalas nos portos de Santos, Salvador, Suape e Itaguaí.  O serviço, iniciado em 30 de setembro último, é operado pelo navio CMA CGM Aristote, novo na frota da empresa e com capacidade nominal de 1.700 TEUs (medida que equivale a um container padrão).  Conforme explica Luiza Bublitz, CEO da Mercosul Line, o NEXCO oferece opções eficientes de transporte para as cadeias de suprimentos, possibilitando reduções do lead time porta a porta, com baixo índice de extravio e avarias, e maior sustentabilidade com redução das emissões de CO2.  “O volume de cargas transportado via cabotagem no Brasil ainda está muito abaixo de seu potencial. Temos a ambição de crescer e continuar atendendo os clientes que estão em busca de eficiência, segurança e sustentabilidade.”, explica a CEO.

 

 

 

NavalPort implanta Sistema de Gestão e Segurança no Porto de Suape

A NavalPort, startup 100% brasileira e investida do BMG UpTech, implantou um inédito Sistema de Gestão e Segurança de Navios no Porto de Suape, no Recife, PE.

O CEO da NavalPort, Marcos Santiago, explica que a solução implementada monitora, por meio de sensores, as embarcações no mar desde o planejamento até a chegada ao porto, incluindo o tempo de aproximação, estadia e manobra. “Amplia toda a gestão do fluxo, o que é fundamental, especialmente no caso de petroleiros, em que o nível de segurança precisa ser mais elevado. Além disso, a plataforma agrega funcionalidades de inteligência que auxiliam na redução do tempo de permanência da embarcação no Porto, que é a parte mais cara de todo o processo de navegação”, detalha.

Ele destaca, ainda, que o sistema reduz a chance da realização de obras estruturais prematuras no Porto de Suape, podendo aumentar a vida útil da estrutura de cais em cerca de 10 anos – uma economia em torno de R$ 10 milhões a R$ 15 milhões. “Isso porque, antes, não havia nenhum controle. Então, diversas manobras ocorriam com a velocidade de toque ligeiramente acima dos limites estipulados para o berço, acumulando microdanos estruturais que comprometiam a vida útil de toda estrutura”, argumenta.

 

 

 

Terminal do Itaqui recebe certificação da Cadeia de Custódia para atender a demanda de soja certificada

Em setembro último, um dos terminais no Porto do Itaqui, no Maranhão, obteve certificação da Cadeia de Custódia para atender a demanda de soja certificada RTRS (Associação Internacional de Soja Responsável). O Porto do Itaqui conecta o mercado de grãos do Brasil aos principais mercados internacionais, sendo considerado o terceiro em exportação de soja.

Para o presidente do Porto do Itaqui, Ted Lago, integrar a Cadeia de Custódia RTRS por meio da certificação do terminal que atende a Cargill é uma forma de incentivar a oferta verdadeiramente sustentável de alimentos em todo o planeta. “Desse modo estamos contribuindo para fortalecer e ampliar o volume de produção da soja certificada em nossa área de influência, garantindo segurança alimentar para o mundo que precisa dessa produção sustentável”, afirma. Mais de 95% de todo o volume originado no MATOPI (Maranhão, Tocantins e Piauí) pela Cargill – uma das empresas responsáveis pela aceleração desse processo – é exportado por meio do Porto do Itaqui, ou seja, mais de 900 mil toneladas de soja. Uma parte desse volume originado pela Cargill nessa região já era fornecido por produtores certificados RTRS e representava entre 8% e 12% do volume total exportado (75 mil a 110 mil toneladas). Agora, com a certificação de Cadeia de Custódia RTRS para 47 localidades – quatro unidades de processamento em Barreiras (BA), Rio Verde (GO), Três Lagoas (MS) e Uberlândia (MG); uma unidade de transbordo em Caipoânia (GO); três terminais portuários em Miritituba (PA), Santarém (PA) e Itaqui (MA); além de 39 armazéns nos estados da Bahia, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rondônia e Tocantins, além do Distrito Federal – a Cargill está impactando um fluxo importante de exportação de soja pelo norte do país, que está preparado para atender demandas de soja certificada RTRS via balanço de massa. A companhia completou o mapeamento de localização de pontos de coleta para 100% de seus fornecedores de fazendas de soja no Brasil e estima que 95,68% de sua soja originária do Brasil é cultivada em terras livres de desmatamento e conversão (usando o Código Florestal de 2008 como ponto de referência). “A certificação RTRS das nossas plantas e armazéns na região, junto com o terminal no Porto do Itaqui, vai permitir que uma parte significativa da soja sustentável produzida no Brasil possa ser escoada para o mercado”, afirma a gerente de Sustentabilidade do negócio agrícola da Cargill na América do Sul, Renata Nogueira.  Valor agregado pela RTRS – A soja certificada, de acordo com o Padrão RTRS de Produção de Soja Responsável, garante não apenas atender aos mais altos critérios ambientais (incluindo a garantia de desmatamento e conversão zero verificada por terceiros), mas também a um amplo conjunto de requisitos sociais e trabalhistas. Com a certificação Cadeia de Custódia, o selo de sustentabilidade da soja RTRS se desloca e agrega valor ao longo da cadeia de suprimento.  A certificação consiste em uma série de requisitos para os diversos sistemas de rastreabilidade que uma organização deve cumprir para ter o controle dos inventários da soja certificada sob o Padrão de Produção Responsável RTRS, desmatamento zero e conversão zero. É aplicável ao longo de toda a cadeia de suprimento e é obrigatória para aquelas organizações que queiram receber, processar e comercializar soja ou produtos de soja RTRS. Assim, para os produtores certificados RTRS, a certificação Cadeia de Custódia RTRS do Porto do Itaqui valoriza e dá visibilidade à produção certificada RTRS e à região. A partir de sua entrada no Porto, facilitam-se os acordos e a saída para o mundo da produção certificada.

 

 

Inaugurada a pera ferroviária no Porto de Imbituba para facilitar acesso de trens

Ficou mais fácil, seguro e rápido para os trens carregados com contêineres entrarem e saírem do Porto de Imbituba.  É que foi concluída a chamada pera ferroviária, que faz parte da primeira etapa de ampliação da malha de trens do Porto. Com o trajeto em formato de pera, os veículos conseguem entrar e sair sem a necessidade de manobras adicionais. Diariamente, cerca de 50 contêineres chegam ao porto pela ferrovia e trazem, principalmente, arroz e cerâmicas produzidos no Sul de Santa Catarina.

Trajeto – Com investimento de R$ 700 mil, a melhoria na infraestrutura portuária foi realizada pela Ferrovia Tereza Cristina (FTC), concessionária da malha que liga o Sul catarinense ao Porto Público, e integra a primeira fase do Plano de Ampliação da Malha no Porto de Imbituba.

“Essa nova extensão de 400 metros de trilhos incorpora uma qualificação enorme para a malha ferroviária que chega ao porto, trazendo eficiência no transporte de cargas, interferindo cada vez menos no fluxo de trânsito local e promovendo maior segurança à operação”, aponta o diretor-presidente da SCPAR Porto de Imbituba.

O projeto da pera foi desenvolvido pelos setores de engenharia da FTC e da SCPAR Porto de Imbituba, Autoridade Portuária. Entre as melhorias, foi construída uma extensão de trilhos, um trecho de retorno, a duplicação de um trecho para acomodação de vagões, a realização de passagens de nível, instalação de equipamentos para mudança de direção, sinalização horizontal, vertical e semafórica.

Vale destacar, ainda, as estruturas montadas nas portarias do Porto para atender familiares que acompanham caminhoneiros nas viagens. O espaço – um contêiner que serve de base de apoio – será utilizado pelas famílias enquanto durar a operação de desembarque no Porto. Para melhor acolher os familiares, o local será ampliado e equipado com estrutura ainda mais completa, com banheiro, copa, cozinha e espaço para crianças.

Plano de Ampliação do Porto – A próxima fase do Plano de Ampliação consiste em conectar a extensão de trilhos ao Terminal de Contêineres (TECON), localizado próximo ao Cais 3. A proposta está em fase de estudos e iniciou com uma visita técnica da concessionária FTC.

 

 

Triunfo Logística investirá R$ 120,7 milhões na modernização das suas instalações no Porto do Rio

A Triunfo Logística, que movimentou 2,4 milhões de toneladas em 2019, sendo responsável pela movimentação de 32% do total de cargas registrado no porto, anunciou um investimento de R$ 120,7 milhões para modernização das suas instalações portuárias no Porto do Rio.

A empresa controla uma área concessionada e alfandegada de aproximadamente 50 mil metros quadrados e atua na estocagem, manuseio, embarque e desembarque de cargas, fornecendo soluções de engenharia e logística para o segmento de óleo e gás, prestando serviço às atividades offshore de exploração e produção de petróleo.

O investimento é fruto de um empréstimo aprovado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que prevê investimentos até 2026 e é uma contrapartida à renovação do contrato de arrendamento antecipado da empresa com a Companhia Docas do Rio de Janeiro (CDRJ), cuja vigência agora vai até 2037.

O projeto de modernização prevê a recuperação de área subterrânea ao píer no antigo Armazém 30 do cais do porto, obras de remediação ambiental para reparar o desgaste natural em três galerias pluviais, construção de quatro estruturas (chamadas de dolfins) para receber embarcações no terminal siderúrgico do porto, aquisição de guindastes para carga e descarga rápidas, além da modernização da infraestrutura do terminal e reforma de equipamentos.

 

CMA CGM inaugurou o maior navio do mundo movido

a gás natural liquefeito

A CMA CGM comunicou, em setembro último, o lançamento do maior navio movido a gás natural no mundo. O Jacques Saadé, que fará rota França-Pacífico, é mais longo que a Torre Eiffel, com comprimento equivalente a quatro campos de futebol, e emite 99% menos SO2 que um navio equivalente movido a óleo combustível.

Fazendo sua viagem inaugural em 23 de setembro último, o Jacques Saadé é o primeiro de uma série de nove navios com capacidade de 23.000 T.E.U.s (unidade equivalente a um container) que se juntará à frota do Grupo CMA CGM. É a primeira frota de grandes navios de contêineres equipada com motores de gás natural liquefeito (GNL). Hoje, o GNL é a solução mais avançada quando se trata de preservação da qualidade do ar. Ele permite uma redução de 99% nas emissões de dióxido de enxofre (SO2) e partículas finas e uma redução de 85% nas emissões de dióxido de nitrogênio (NO2), indo muito além da regulamentação existente. O GNL emite até 20% menos CO2 em comparação com a motorização de combustível. Esta tecnologia é um dos primeiros passos para alcançar o ambicioso objetivo do Grupo CMA CGM para alcançar a neutralidade de carbono em 2050.

 

 

Santos Brasil levanta R$ 790 milhões em follow-on

A Santos Brasil, especializada em opera­ções de contêineres e logística, levantou R$ 790 milhões com oferta primária de ações na B3. Com isso, o capital so­­­cial da Companhia passa a ser de R$1.871.895.424,12, dividido em 862.478.378 ações ordinárias, todas nominativas, escriturais e sem valor nominal.

As 192.780 novas ações – precificadas a R$ 4,10 – que foram emitidas para aumento de capital começaram a ser negociadas no dia 28 de setembro último, na B3. A liquidação física e financeira das ações ocorreu no dia 29 de setembro.

Os recursos provenientes da oferta serão destinados, prioritariamente, para viabilizar o crescimento da empresa, por meio de participação em novos arrendamentos de ativos portuários; verticalização e integração da cadeia logística portuária a partir da plataforma da Santos Brasil Logística; e ampliação da participação na movimentação brasileira de contêineres.

Segundo Daniel Pedreira Dorea, diretor Econômico-Financeiro e de Relações com Investidores da Santos Brasil, “esse aumento de capital nos permite executar a estratégia de crescimento da Santos Brasil, que passa não apenas pela expansão de sua atuação no mercado de contêineres, mas também pela seletiva participação nos diversos leilões de ativos portuários que serão conduzidos pelo Ministério da Infraestrutura nos próximos dois anos, algo que não víamos desde a década de 1990 no setor portuário”.

 

Sulnorte inicia operação no complexo portuário de Vila do Conde – Barcarena

Para contribuir com a expansão de uma região em pleno desenvolvimento, a Sulnorte, tradicional empresa de rebocadores controlada pelo Grupo H. Dantas e a segunda mais antiga do Brasil, acaba de iniciar as operações no complexo portuário de Vila do Conde – Barcarena, no Pará.

A frota será inicialmente composta pelos rebocadores SN Pirambu, de 44t BP, e América, de 50t BP, atendendo às diversas demandas que este novo desafio apresenta. Ao longo de 42 anos de história, a Sulnorte acompanhou a expansão do agronegócio brasileiro sempre pronta para colaborar com soluções logísticas de qualidade.

“Estamos reforçando nossa posição nos doze portos onde atuamos, consolidando importantes atuações nestes mercados e expandindo seletivamente os serviços prestados em novos portos. A intenção deste investimento é ajudar a aquecer a atividade econômica na localidade e, consequentemente, no país”, explica Luiz Felipe Gouvêa, diretor executivo da empresa.

Sobre a Sulnorte – Com o intuito de ampliar sua atuação, o Grupo H. Dantas, um dos mais tradicionais grupos empresariais do setor marítimo brasileiro, fundado em 1914, criou, em 1978, a Sulnorte Serviços Marítimos. Presente nos principais portos do país, a Sulnorte foi a segunda empresa de rebocadores fundada no Brasil. E presta serviços de apoio portuário e marítimo, atuando na atracação e desatracação de navios, reboque oceânicos, apoio a plataformas de exploração de petróleo e operações de salvatagens. Atualmente, a Sulnorte opera em 12 portos ao longo da costa brasileira com uma frota própria de 20 embarcações.