Por que alguém aluga um caminhão leve por R$ 4 mil ou um pesado por R$ 12 mil ao mês? As locadoras de veículos alegam que, na ponta do lápis, o aluguel pode ser uma opção mais vantajosa financeiramente que a aquisição de frota própria pelas empresas. Elas garantem que a locação de caminhões vem crescendo, apesar da pandemia do novo coronavírus e da crise econômica, e tem um potencial enorme para se desenvolver no País.
“Nós últimos 10 anos, nosso negócio cresceu muito, mas nos últimos três anos especificamente houve uma turbinada muito grande”, afirma José Geraldo Júnior, diretor comercial da Vamos Locação, que tem uma frota de cerca de 10.500 caminhões. A empresa nasceu em 2015 dentro da JSL Logística e hoje é uma das 28 integrantes da holding JSL, controlada pelo Grupo Simpar.
Em agosto, a Vamos comprou 1.350 caminhões Volkswagen, o que foi considerada o maior negócio de caminhões da história do mercado nacional. Os veículos serão entregues até dezembro e a montadora teve de reabrir o segundo turno de produção para dar conta da encomenda.
Apesar de o grupo Vamos contar com concessionárias de caminhões Volkswagen, Júnior explica que a empresa oferece veículos de todas as marcas. “Somos voltados 100% ao atendimento da demanda do cliente.”
A maior parte dos clientes ainda é formada por transportadores de carga própria, mas a locação, segundo o diretor, vem ganhando corpo nas transportadoras. “Quando começamos lá atrás, o embarcador e a indústria eram os principais tomadores desse serviço (locação de caminhões). Nos últimos anos, o que realmente mudou o volume do nosso negócio foram as transportadoras”, conta Júnior.
O grupo lida com locação de frota há mais de 10 anos, antes mesmo de criar sua empresa específica para o negócio.
Os contratos de locação, de acordo com o diretor, vão de 36 a 60 meses, dependendo da operação do cliente.
Ele garante que uma empresa pode chegar a uma redução de custo de até 30% se optar por alugar em vez de comprar caminhões. E conta que o negócio da Vamos Locação se sustenta no tripé que tem como um dos pilares a aquisição de frota com menor custo. “Em primeiro lugar, a gente compra muito bem. Quanto mais a empresa cresce, melhor eu compro”, afirma salientando que não se refere apenas à compra de caminhões, mas também à aquisição de peças, lubrificantes, pneus e serviços.
A empresa é responsável pela manutenção dos veículos alugados para seus clientes. O segundo pilar de sustentação do negócio, segundo o diretor, é a capilaridade de atendimento. Júnior afirma que todas as concessionárias de todas as marcas de caminhões do País são credenciadas pelo grupo Vamos, assim como os grandes truck centers e grandes borracharias. “Ao todo, são 3 mil pontos de atendimentos.” De acordo com Júnior, se o cliente atua em uma região remota sem nenhum dessas oficinas, a Vamos monta a estrutura para atendê-lo.
O terceiro alicerce do negócio, conforme alega o diretor, é revender bem sua frota. Para isso, o grupo conta com a rede de lojas Vamos Seminovos.
Nas palavras do diretor, os transportadores vêm percebendo que o ativo delas “acabou se tornando um problema na hora da revenda.” “Quando o cliente loca, o problema passa a não ser mais dele, mas nosso”, argumenta.
Questionado sobre custos do aluguel, ele diz que depende da “customização” do contrato. Mas dá o exemplo de um Delivery Express da Volkswagen, cuja parcela vai de R$ 3,2 mil a R$ 4,7 mil. “Depende da customização do serviço que o cliente quer. Vai depender de onde ele roda, se vai querer pneus…”