Algoritmos, Inteligência Artificial, Data Science. Um universo de palavras complexas, que até outro dia fazia parte de um setor dominado pelos homens e que hoje começa a ser conquistado por elas também, o da tecnologia. É o que revela a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio do IBGE, que aponta que as mulheres representam cerca de 20% dos profissionais atuando no mercado de TI no Brasil.
São milhares de mulheres que dedicam suas horas entre bytes, gigas, teras, como a desenvolvedora de TI da Plataforma A+, Carolina Cervela Freire. Aos 31 anos, a profissional foi descoberta pela equipe de gestão da edtech no mundo virtual. “Os líderes da área de tecnologia da Plataforma A+, encontraram meu perfil no Linkedin e me convidaram para uma entrevista, feita, aliás, por quatro homens. Claro que fiquei nervosa, porque sei que ainda existe um certo preconceito na área, mas ainda na entrevista, eles me deixaram super à vontade e conseguimos fazer uma conexão super bacana”, relata a jovem.
Carol, conquistou assim seu primeiro emprego na área. “Eu era da área da saúde (fisioterapia), mas com a pandemia, me vi sem muitas oportunidades e como a área de tecnologia me atraia de alguma forma, resolvi me arriscar e embarquei em um bootcamp. Um mês e meio depois, eu estava sendo empregada pela Plataforma A+”, comemora e conclui “Tive a sorte de entrar em uma empresa que soube valorizar minha trajetória e enxergar em mim um potencial, fez muita diferença pra mim e para o meu processo”.
À frente da Plataforma A+, que hoje conta com quase 30 de colaboradores, Bruno Mota, CEO da edtech acredita que promover o aumento da participação feminina no setor não é apenas sobre pessoas. “É sobre negócios também! Aqui na Plataforma A+, engajamos práticas que favoreçam realmente o encontro de ideias dos mais diversos colaboradores. Acreditamos na troca de conhecimento promovida dentro de um cenário cada vez mais igualitário para expandirmos nosso potencial e contribuirmos com a nossa missão de construir gerações apaixonadas pelo saber. Temos uma equipe multidisciplinar atuante para entregar soluções que otimizem o dia a dia de escolas, aproximem o relacionamento com as famílias e aumentem o engajamento e o aprendizado dos alunos”, declara.
A equipe do hub atende no total 56 instituições de ensino que apostaram no modelo de negócios oferecido pela plataforma para conectar estudantes por meio da tecnologia inovadora, seguindo as diretrizes e metodologias disponíveis, como ensino híbrido, sala de aula invertida e aprendizagem adaptativa. “Somos uma startup. Nascemos com o propósito de derrubar as barreiras e para isso apostamos numa cultura mais inclusiva e diversa. Por isso, trazer à tona esse debate é uma forma contribuir positivamente para o protagonismo feminino na construção de um mundo mais sustentável na era digital”, finaliza.
Superar os desafios do mercado também está entre as missões delas
“Acho que o principal desafio para muitas mulheres que querem embarcar nesta jornada digital é o medo da discriminação de gênero. É uma área que exige um pouco mais de esforço delas para conseguir ser notada como alguém realmente preparada para o trabalho. Existem estatísticas que apontam que mulheres ganham menos do que homens, mesmo quando apresentam maior entendimento sobre o assunto em questão. Acredito que já avançamos muito nessa pauta, mas ainda há muito a ser feito. É preciso dar mais oportunidades e promover igualdade no setor. É uma transformação que não acontece de uma hora para outra, já que existem conceitos adquiridos de forma cultural e estrutural que precisam ser vencidos”, declara.
A afirmativa de Carol se reflete em números. O estudo divulgado pelo IBGE mostrou também que a participação feminina no mercado de trabalho brasileiro aumentou nos últimos 5 anos, mas elas continuam ganhando menos que os homens e ocupando poucos cargos de liderança. “Precisamos mudar esta realidade e reduzir o gap de gênero no setor de tecnologia, por isso, aqui na Plataforma A+ abraçamos esta causa de impacto positivo para mudar este cenário”, declara Mota.