A EcoRodovias incluiu em seu Programa de Diversidade e Inclusão “Caminho para Todos” uma agenda de mentoria para que seus líderes homens tenham uma melhor compreensão sobre as barreiras socioculturais que dificultam a formação de lideranças femininas e possam, a partir de debates e reflexões, realizar mudanças internas e externas para contribuir na transformação desse cenário. A ideia nasceu no grupo de gerentes e diretoras da empresa que participaram da mentoria feminina com o objetivo de criar um ambiente de oportunidades para a formação de novas líderes. Durante as discussões, ficou evidente a necessidade de envolver os homens no processo, principalmente para criar uma percepção sobre comportamentos, muitas vezes, de viés inconsciente, que configuram obstáculos para as mulheres na vida profissional.
“A mentoria masculina ajudou a desconstruir um modelo que nós temos. A sociedade nos coloca em um papel muito favorecido, temos que reconhecer nossos privilégios. Eu sei que ser um homem branco e cis, embora gay, não me coloca no mesmo lugar das mulheres, elas passam por algumas violências que eu nunca vou sofrer, como a questão de lugar de fala e vivência. Então, como líderes dentro da empresa, a gente precisa participar da construção de uma sociedade mais igualitária”, avalia João Paulo de Toledo, gerente de atendimento ao usuário na Eco135. A mentoria masculina propõe ampliar o entendimento da cultura nacional e do machismo estrutural e da forma como estes fatores influenciam na atuação profissional de homens e mulheres.
O programa é mais uma das ações da EcoRodovias que visam impulsionar a carreira das mulheres. “Queremos que os líderes homens façam uma reflexão crítica do quanto estão sendo aliados de suas equipes femininas. Para elas, alcançar o sucesso no trabalho muitas vezes exige conciliar o equilíbrio entre ser mulher, esposa, mãe, cuidadora, profissional, executiva e tantos outros papéis na sociedade”, comenta Débora Toti, analista de recursos humanos da empresa.
Somente em 2020, a EcoRodovias efetivou 1.041 contratações, mesmo em um ano de crise em razão da pandemia de Covid-19. Desse total de vagas, 59% foram preenchidas por mulheres. Entre as 15 contratações para postos de liderança, 6 foram preenchidas por mulheres – um aumento de 17% em relação ao ano anterior. Ações como a adoção de currículo cego, em que o gestor não tem acesso ao gênero e outras informações pessoais do candidato, têm ajudado na busca por maior diversidade dentro da EcoRodovias. “O mundo é masculino, entre homens a gente se escolhe mais, apesar das pesquisas mostrarem que as mulheres têm maior escolaridade. Como gestor eu posso tentar equalizar essa luta, buscar no mercado a melhor pessoa técnica, então veremos que tem bastante mulher qualificada”, comenta Rafael Denaro, gerente de compras na EcoRodovias.
Os encontros para a mentoria masculina, virtuais em razão da pandemia, foram conduzidos por uma educadora corporativa, ex-executiva de RH, e tiveram início com a participação de 67 diretores e gerentes. “Eu tirei um viés muito ruim que eu tinha, entendi que a mulher tem que ter o espaço dela por ser mulher e não porque ela passou a se comportar como os homens para conseguir seu lugar”, complementa Rafael. Nos próximos meses, a mentoria para homens será estendida para os cargos de coordenação. Mesmo após as sessões, eles continuam recebendo conteúdo para reflexão, pois são mudanças estruturais que exigem pleno envolvimento, empatia e um esforço contínuo a longo prazo.
A gerente de engenharia na Ecocataratas, Hellem Prim Variani, identifica que houve avanços nos últimos anos. “Na minha equipe tenho várias mulheres que ocupam postos de engenheira de obra, o que não era muito comum. Mas a área ainda é ocupada, em sua grande maioria, por cadeiras masculinas. Mas estamos evoluindo, principalmente dentro da EcoRodovias, as oportunidades para a carreira das mulheres estão surgindo”.
As ações para ampliar a diversidade na EcoRodovias vem sendo intensificadas desde 2018 com a criação de comitês com líderes da alta gestão e colaboradores que representam quatro frentes de atuação: mulheres, LGBTI+, raça e PcD – e, mais recentemente foi incorporada a questão de convivência entre gerações. Desde então, a empresa vem realizando campanhas internas, palestras, mentorias, treinamentos e rodas de conversa, inclusive entre colaboradores do RH e líderes que participam de contratações. “A gente precisa conversar sobre o que nos incomoda, percebo que os homens estão mais abertos para ouvir. É isso que vai trazer mais maturidade para a empresa e fazer com que a gente quebre barreiras”, comenta Ana Silvia Almeida, diretora de controladoria na EcoRodovias.
Atualmente, 27% dos cargos de liderança na empresa são ocupados por mulheres, duas delas estão em cargos de diretoria. “Estamos criando condições para melhorar a diversidade entre as lideranças da EcoRodovias, seja por meio de novas contratações ou promoções. Incentivamos os líderes a terem um olhar atento e sensível as aspirações profissionais de todos os seus liderados, principalmente as mulheres, pois no final, queremos que elas estejam onde desejam, respeitando as escolhas que fazem para as suas carreiras”, conclui Guilherme Braga, diretor de Gestão de Pessoas.