Com a pandemia de covid-19, empresas e lojistas passaram a valorizar cada vez mais a transformação digital e investir no e-commerce para atender a demanda de consumidores na internet. Em agosto deste ano, o e-commerce registrou 1,76 bilhão de acessos, resultando em um aumento de 1,1% no comparativo com o mês anterior, segundo dados do Relatório Setores do E-commerce no Brasil da agência Conversion.
Nesse cenário, as compras online internacionais tiveram destaque expressivo. O setor de importados teve um crescimento de 63% no número de acessos nos últimos 12 meses, de acordo com o levantamento da Conversion. Somente no último mês, o segmento registrou 156 milhões de buscas.
Tráfego do setor nos últimos 12 meses:
O setor de importados foi impulsionado graças ao boom dos e-commerces asiáticos no Brasil. De acordo com o relatório, em agosto deste ano, a chinesa AliExpress e a cingapuriana Shopee somaram juntas mais de 67% de todo o tráfego (Share of Traffic) dos 18 sites analisados do setor, seguido da Amazon, com 32,5%.
“Em um cenário de restrições orçamentárias, de escassez de produtos e preocupações em relação às compras presenciais, os consumidores mostram maior inclinação a experimentar produtos de marcas importadas, incluindo as asiáticas, que, muitas vezes, apresentam preços bem atraentes aos olhos dos brasileiros”, explica Diego Ivo, CEO da Conversion.
De acordo com o executivo, preços menores, variedade de produtos, tecnologias avançadas, logística eficiente e soluções locais de pagamento são os principais pontos que justificam o crescimento exponencial do e-commerce asiático no Brasil. “Sem contar que a China, país que lidera esse tipo de crescimento, é o maior mercado digital do mundo”, destaca Ivo.
Fatores para a realização de compras internacionais no Brasil
Buscando entender as principais motivações que levam o brasileiro a comprar produtos de fora do país, a Conversion realizou uma pesquisa online com 400 brasileiros de todas as classes sociais e regiões do país, entre os dias 9 e 12 de setembro.
Segundo a pesquisa, 80% dos entrevistados consideram o preço o principal fator de influência para as compras dos importados. Outros fatores são custo x benefício (46,75%) e custo de frete (39,50%). Para Diego Ivo, os consumidores tendem a escolher, entre as marcas que mais admiram, aquela que apresenta melhor preço, mas este não é o único parâmetro de comportamento de compra que deve ser levado em conta.
“Na corrida de quem oferece o preço mais baixo, o e-commerce asiático é páreo duro na disputa. Por isso, é importante que as varejistas online prestem atenção em outros parâmetros que os brasileiros levam em conta ao comprar um importado, como o tempo de entrega, um fator que o comércio online nacional pode levar grande vantagem”, diz o CEO da Conversion.