Guerra na Ucrânia já afeta preço do diesel pelo Brasil e Petrobras anuncia primeiros reajustes

 

Aumento do Diesel

Desde as primeiras especulações dos conflitos envolvendo Rússia e Ucrânia, impactos econômicos já vinham sendo percebidos pelo mundo. Em 24 de fevereiro, o primeiro bombardeio russo na região da Ucrânia teve consequências imediatas no preço do barril de Brent, que chegou a US$100 pela primeira vez desde 2014. Nesta quinta-feira, dia 10, após quase duas semanas desde o início da invasão russa, a Petrobras anunciou um aumento de 18,7% no preço da gasolina e de 24,90% no preço do diesel.

Esse é o primeiro aumento da estatal em 57 dias, e agora o preço médio de venda da gasolina da Petrobras para distribuidoras passou de R$ 3,25 para R$ 3,86 por litro, enquanto o valor do diesel passou de R$ 3,61 para R$ 4,51 por litro, um aumento de R$ 0,90 centavos.

De acordo com Ricardo Lerner, executivo do setor de logística de combustíveis e CEO do Gasola, uma startup focada em realizar negociações democráticas entre transportadoras e postos de combustíveis, aumentos já estavam sendo sentidos em estados brasileiros antes mesmo do anúncio da Petrobras e, agora, todos os brasileiros deverão ser impactados. “Os estados mais impactados inicialmente foram aqueles que são abastecidos por empresas não relacionadas com a Petrobrás, como a Bahia por exemplo, que teve um aumento de mais de R$ 1,00 no diesel desde o início da guerra. Agora, a estatal que estava com uma oportunidade de aumento no preço de R$ 1,50, já repassa quase R$ 1,00, dando início a uma possível série de aumentos, que acompanham o mercado internacional. O Governo ainda não se manifestou e o consumidor já deve sentir este impacto na bomba a partir de hoje.”

Fato é que os últimos movimentos dos Estados Unidos e Reino Unido pressionam ainda mais a economia da Rússia e geram impactos em todo o mundo. Na última terça-feira, dia 08, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden proibiu a importação de petróleo, gás natural e carvão da Rússia.

“Estados Unidos e outros países europeus compram petróleo da Rússia. Com este bloqueio, vão atrás de outros fornecedores. Desta maneira, teremos mais demanda do que oferta, o que faz o preço de todos os fornecedores aumentar”, completa Lerner.