Grupo MOVE3 investe na startup Go X Crossborder, especializada em internacionalização de marcas brasileiras na Europa

Como parte de um recorte de R$ 50 milhões separados para possíveis fusões e aquisições em 2022, o Grupo MOVE3 – responsável por empresas como Flash Courier, Moove+, Moove+ Portugal, a gráfica Jall Card e a fintech M3Bank – anuncia investimento na startup Go Crossborder, especializada em soluções para internacionalização e gestão full commerce para marcas brasileiras na Europa.

Com uma base de clientes relevantes – entre eles Redley, Embelleze, Starke e Alphabeto – a startup oferece uma infraestrutura completa para viabilizar a operação, contemplando serviços como canais de vendas em Marketplace, site próprio da marca, análise de mercado, precificação, pagamentos, gestão de estoque, distribuição, B2B entre outros.

As empresas já tinham histórico de negócios há dois anos, uma vez que a Moove+ Portugal realizava a logística das empresas parceiras da GoCross, enquanto a startup atuava no armazenamento e fullfilment das encomendas da Moove+ Portugal. Para Guilherme Juliani, CEO do Grupo MOVE3, o investimento viabiliza a expansão da holding não só no mercado de Portugal, como também em toda a Europa, inclusive para clientes brasileiros da carteira nacional do Grupo interessados em internacionalizar a sua marca. 

“Iniciamos as operações em Portugal e o mercado tracionou intensamente durante o período de pandemia. A parceria com a GoCross foi muito valiosa nesse período, é uma empresa que complementou nossa proposta de maneira ampla e inovadora. Além disso, a relação com os fundadores, Guilherme e Daniel, se desenvolveu de forma gratificante. Temos propósitos e valores muito alinhados, então o investimento foi um movimento natural. Estamos muito felizes com a chegada oficial deles à nossa companhia”, afirma o executivo.

Para Guilherme Andrada, sócio-fundador da Go X Crossborder, o investimento representa um grande potencial de crescimento para a startup. “Fazer parte de um grupo robusto como a MOVE3 é a chance de acelerar consideravelmente o nosso crescimento e a oportunidade de fazer parte de algo realmente grande e transformador. Cada vez mais as empresas estão iniciando projetos de eCommerce Cross Border, pois oferecem a oportunidade de vender para clientes globais, o que não só assegura uma grande oportunidade para a empresa, mas também o seu crescimento contínuo.

Daniel Meira, também sócio-fundador da Go X Crossborder, por sua vez, acha fundamental destacar o alinhamento cultural entre as empresas. “Nosso trabalho e diálogo com o Marcelo Sicsú, diretor da Moove+ Portugal, e posteriormente com o Guilherme Juliani e toda a equipe foi determinante para que concretizássemos o negócio. Tanto eu como o Daniel viemos de empresas familiares, então é um modelo de gestão e negócios que nos agrada muito. Com o apoio da MOVE3, conseguiremos expandir a atuação do nosso negócio, proporcionando ao mercado brasileiro e europeu uma solução eficiente para atender a demanda cada vez maior da aceleração digital e o crossborder que observamos atualmente.”

Os sócios da Go X criaram a companhia após migrarem para a Europa, com Andrada em Portugal, onde a empresa é sediada, e Daniel na Espanha. A startup é resultado de anos de experiência dos fundadores em e-commerce no Brasil, e começou com a proposta de ser uma loja de moda feminina, a DIVNI.com, mas o projeto precisou passar por ajustes na pandemia; e a dupla decidiu testar a viabilidade de levar marcas brasileiras para a Europa e perceberam que existia uma grande oportunidade em oferecer full service para internacionalização de companhias nacionais. 

Aquisições e automação

O Grupo MOVE3 tem previsão de receita de R$ 1,1 bilhão em 2022. Com uma carteira de clientes composta por grandes empresas, como Itaú, Nubank, Arezzo, Havaianas e indústrias farmacêuticas, a companhia segue observando potenciais fusões, aquisições e investimentos além da GoCross ainda este ano e, além dos R$ 50 milhões separados para essas movimentações, também prevê mais R$ 70 milhões para a automação de seu novo Centro de Distribuição em São Bernardo do Campo, SP.

Parte do capital para aquisições e investimentos deve vir do próprio caixa e o restante de emissão de debêntures. O objetivo da holding é ocupar a posição de consolidadora de um mercado em crescimento e altamente disputado.

“O boom do e-commerce no Brasil e no mundo abriu oportunidades gigantescas para a cadeia logística como um todo. É hora buscar soluções de entrega cada vez mais ágeis, rápidas e alinhadas às demandas dos novos tempos, o que passa por diversificação de escopo, automação, criação de novas soluções e, quando fizer sentido, aquisições”, acrescenta Juliani. O raciocínio do CEO do Grupo está amparado no fato de que o e-commerce no Brasil registrou uma alta de 27% em 2021, na comparação com o ano anterior, representando um faturamento de R$ 161 bilhões. Os dados são da Neotrust, empresa que monitora 85% do e-commerce brasileiro. A alta do setor, que era tendência no mundo todo há alguns anos, foi acelerada pela pandemia, que acostumou a um público mais amplo ao hábito de realizar compras online, diversificando e aumentando a concorrência no segmento.