O primeiro trimestre de 2022 começou agitado no mercado brasileiro de condomínios de alto padrão. Foi o melhor começo de ano dos últimos quatro anos, com recorde de absorção bruta (769.000 m²) e líquida (527.000 m²) no período, aponta o estudo First Look realizado pela JLL.
O cenário de muitas movimentações contou também com grande entrega de novo estoque. Foram mais de 537.000 m² de empreendimentos recém-inaugurados em todo o país, com volume maior nos estados de São Paulo e Minas Gerais. A previsão é que sejam entregues mais 3 milhões de metros quadrados até o final de 2022.
Com isso, a taxa de vacância, que registrava consecutivas quedas, manteve-se estável, com pequena elevação de 0,12 p.p., atingindo 11,21%. Para André Romano, gerente da Divisão Industrial e Logística da JLL, essa estabilização é natural. “Durante a pandemia, as empresas buscaram atender rapidamente aos gargalos de operação. Agora, vemos ocupações mais estratégicas e pontuais, dentro de um cenário de alta dos preços pedidos, para atender demandas que ficaram em aberto”, destaca.
A pesquisa destaca também que importantes negociações aconteceram no país. Pernambuco teve duas grandes absorções no primeiro trimestre. A Supporte locou mais de 14.000 m² no Parque Logístico Pernambuco, e a Seara foi responsável por ocupar quase 8.000 m² no Cone Multimodal – Fase 1. Em Goiás, a Petz absorveu 8.500 m² e, no Paraná, a HP Trade tomou quase 7.000 m² de espaço. “Essas negociações mostram que há uma tendência de interiorização das empresas, ou seja, há uma busca crescente por empreendimentos fora do eixo RJ-SP”, analisa Romano.
O levantamento da JLL sinaliza a absorção de mais de 27.000 m² em Barueri, no Bresco Osasco, pela 99. A empresa migrou seu escritório para a região atraída por incentivos fiscais e menor preço de locação do que o encontrado nos prédios corporativos da cidade de São Paulo, adaptando um empreendimento logístico para o novo uso.
O crescimento mineiro
A região sul de Minas Gerais tem registrado crescimento frequente das absorções. No primeiro trimestre de 2022, foram 132.000 m² ocupados, a segunda maior do Brasil, ficando atrás somente de São Paulo. Hoje, a taxa de vacância no Estado é de apenas 0,5%. “A projeção é que a região receba quase meio milhão de metros quadrados em novos empreendimentos até o final do ano, com alta expectativa de absorção, já que o mercado tem mostrado cada vez mais interesse em cidades como Extrema, por exemplo. Isso posicionará o Estado de Minas Gerais como o segundo maior polo logístico do país em breve”, finaliza o executivo.
Acesse a pesquisa First Look Industrial do 1º trimestre de 2022 no link: https://www.jll.com.br/content/dam/jll-com/documents/pdf/research/First_Look_Industrial_1T_2022_rev.pdf