A TCP, empresa que administra o Terminal de Contêineres de Paranaguá, anunciou seu plano de investimento portuário de mais R$ 370 milhões. Até 2023, o valor será aplicado em melhorias de infraestrutura do terminal. Dentre elas: a compra de 11 novos guindastes, aumento de 43% da capacidade para contêineres refrigerados, novos acessos para caminhões e modernização de sistemas.
O anúncio dos investimentos vem pouco tempo após a derrubada do veto ao Reporto realizada pelo Congresso, em março de 2022, renovando o programa de incentivo aos terminais portuários. O diretor comercial e institucional da TCP, Thomas Lima, comenta que “a renovação do Reporto foi decisiva para seguirmos em frente com a compra de novos equipamentos, garantindo a elevação do nosso padrão de qualidade junto aos clientes e parceiros”.
Atualmente a TCP é o terminal de contêineres com a maior oferta de serviços marítimos do Brasil, contando com 16 linhas de longo curso regulares. O terminal movimentou 1,1 milhão de TEUs em 2021 (um TEU representa a um contêiner de 20 pés), o equivalente a 9% de toda movimentação nacional. A empresa também é líder no segmento de carnes e congelados, sendo responsável por movimentar 35,4% do total de exportações de frango do Brasil em 2021.
“Os investimentos derivam da nossa visão empresarial, que se antecipa às demandas do setor,” comenta Lima. “Frente a diversas crises de comércio exterior, como lockdowns e a guerra na Ucrânia, vimos importadores e exportadores de commodities sofrerem para manter suas atividades. Nossa preocupação é em continuar sendo uma válvula de escape nessas turbulências e posicionar a TCP na vanguarda das soluções logísticas, trazendo opções customizadas cliente a cliente”.
Com os novos investimentos, a capacidade para recepção de contêineres refrigerados – atualmente a maior da América Latina – será ampliada em 43%. Ou seja, passará a contar com 5.178 tomadas para energização e armazenamento de contêineres. Os 11 novos guindastes do tipo RTG (Rubber Tyred Gantry) trarão tecnologia e maior produtividade na movimentação portuária.
Trajetória
Inaugurada em 1998, a TCP passou por diversos ciclos de investimentos em infraestrutura e inovação, recebendo R$ 1,9 bilhão em melhorias desde 2000. A movimentação anual de contêineres flutuava a casa de 250 mil TEUs por ano nessa época, hoje ultrapassa um milhão.
Segundo Lima, o mercado de contêineres cresceu expressivamente com a abertura econômica no fim da década de 90. Por isto, os terminais portuários precisaram se adaptar rapidamente. “A expansão do cais e do pátio de contêineres, além do investimento em guindastes e sistemas, foram cruciais para crescermos,” explica.
Durante a pandemia, o terminal focou os esforços para investir em capacidade e desenvolvimento de novas soluções para o comércio exterior, incluindo embarcar mercadorias fora dos contêineres. “Trouxemos de volta a operação de madeira break bulk para Paranaguá após mais de uma década. Além disso, aumentamos em 50% nossa capacidade operacional e iremos expandir ainda mais 15% até o final do ano. Também estamos com um dos melhores indicadores de produtividade do Brasil, com níveis de ocupação de berços inferior a 50%. Isto quer dizer que podemos oferecer flexibilidade na escala de navios” ressalta o diretor.
A ferrovia é outro diferencial do terminal, que é o único do sul do País com acesso direto em zona alfandegada, ou seja, sem necessidade de um transporte adicional até o porto. O modal responde por 30% de todos os contêineres de exportação movimentados no terminal paranaense. Com novos projetos implementados em parceria com grandes exportadores em 2021, a previsão é que o volume de contêineres movimentados na ferrovia dobre até 2025.
Atualmente, a empresa pertence ao grupo China Merchants Port, o maior e mais competitivo operador de portos e terminais da China e do mundo, possuindo mais de 50 terminais sob seu controle. A atual concessão da área dura até 2048. “Queremos que a TCP seja líder na América do Sul, e a China Merchants traz uma visão de operador de classe mundial, agregando experiência e conhecimento ao negócio. Além disso, temos trabalhado em sinergia com as autoridades portuárias e governamentais, somente com o apoio destes conseguimos um progresso sustentável” finaliza Thomas.