A expressão “eficiência no setor de transportes” vem ganhando uma força sem precedentes após os milhões de novos consumidores e lojas virtuais que surgiram durante a pandemia da Covid-19. Segundo uma pesquisa recente da Nielsen Ebit, o faturamento do e-commerce deu um salto de 27% e saiu da casa de R$ 143,6 bilhões, em 2020, para R$ 182,7 bilhões, em 2021. Neste ritmo, as vendas pela internet vêm mantendo o alto patamar no corrente ano.
Entretanto, as empresas de transportes enfrentam desafios que comprometem a sua efetividade logística, como: a falta de segurança no transporte e de infraestrutura, a armazenagem, a ausência de profissionais capacitados, a elevação dos custos da operação, principalmente no que tange ao aumento forte do diesel e de outros subprodutos do petróleo, como asfalto, pneus e lubrificantes, e a dependência do setor rodoviário.
Segundo Paulo Raymundi, CEO da Gestran, outro obstáculo importante a ser superado é melhorar a relação entre transportador (responsável pelo transporte da carga, ou seja, empresas ou autônomos que têm transporte a oferecer) e embarcador (empresa que necessita do deslocamento do produto entre dois pontos da cadeia de suprimentos). “A solução para a maioria dos problemas está numa melhor comunicação. Buscar o compartilhamento de informações pode ser a saída para reduzir custos e baratear o preço dos fretes. Neste momento a tecnologia se caracteriza como peça fundamental, auxiliando para chegar a resultados positivos, apesar das adversidades”, explica.
Para ele, a melhora passa pela implementação de inteligência nos processos logísticos em uma empresa, que pode ser feita por meio da integração de sistemas e acompanhamento desde a fabricação do produto até a sua entrega ao cliente. “Trata-se da logística 4.0, capaz de responsabilizar-se pelo fluxo eficaz da distribuição, transporte, verificação e armazenamento dos inúmeros materiais que circulam pelas empresas, dando conta até mesmo da baixa de estoque e pedido de forma automática na etapa de produção até a entrega, que pode também contar com tecnologia de roteirização, por exemplo, para maior eficiência nas entregas”.
A importância de uma boa gestão interna para a integração
Raymundi explica que para estabelecer esta conexão é importante que a casa esteja em ordem, com um bom gerenciamento dos serviços internos. “Os sistemas de gestão que existem hoje no mercado permitem o tratamento adequado do grande volume de dados produzidos nas empresas de transportes. Eles também cruzam dados e entregam informações mais confiáveis e rápidas, que contribuem com a transparência e a segurança para a tomada de decisões”.
Além disso, essas ferramentas contribuem para manter as contas equilibradas diante de uma série de custos, e, em ordem, os pagamentos de tributos e o envio de declarações acessórias, evitando multas e dores de cabeça com o fisco. “Em um processo que envolve a liberação de cargas, é preciso ter controle de um ecossistema complexo, que parte de dentro – da organização interna da empresa”.
Evento
O tema “A relação embarcador x transportador no cenário atual: gestão e tecnologia” foi debate entre os CEOs da Gestran, Paulo Raymundi, e da Fretefy, Gilmar Pértile, que aconteceu no dia 24 de maio. Para assistir, basta acessar o link: (231) A relação embarcador x transportador no cenário atual: gestão e tecnologia – YouTube.
“Acelerar é preciso”, finaliza Paulo, “e ganhará o mercado quem for mais rápido, no modo ‘pediu-chegou’. Mas, sem uma boa gestão proativa e em tempo real, apoiada na tecnologia, o impacto negativo é inevitável”.