Logweb conversa com vice-presidente de Operações, Claudia Agnello de Souza, e conhece in loco operações do hub logístico da empresa, localizado em São Paulo
Por Carol Gonçalves
No último dia 21 de julho, a Logweb foi convidada pela DHL Express a fazer um tour em seu hub logístico, localizado do Espace Center, na Vila Anastácio, em São Paulo, SP, e conversar com a vice-presidente de Operações, Claudia Agnello de Souza, sobre os planos da empresa.
A DHL Express está investindo R$ 370 milhões no Brasil para diminuir o tempo de entrega de mercadorias, ampliar a atuação em ações ESG e aumentar sua participação de mercado. Entre 2019 e o início de 2022, o faturamento no Brasil saltou 117%. Nos próximos anos, a previsão é de um avanço de cerca de 10% por ano no país, com perspectivas de investimento de mais de R$ 100 milhões.
Avião
Um dos destaques é o investimento de R$ 130 milhões em um avião cargueiro exclusivo para fazer a rota Miami-Campinas-Bogotá. O Boeing 767, com capacidade de 52 toneladas e frequência de seis vezes na semana, chegou ao Brasil dia 10 de julho no Aeroporto de Viracopos, em Campinas, SP.
Ele será utilizado para importação e exportação de mercadorias para América do Norte, Norte da América do Sul, América Central e parte da Ásia. Já as cargas relacionadas à Europa e ao Cone Sul continuarão seguindo por voos comerciais ou cargueiros de companhias parceiras, como Lufthansa e Air Europa.
O novo voo garante embarque para todos os clientes, independentemente do tamanho da remessa, em qualquer época do ano, sem depender das malhas aéreas comerciais. Além disso, a DHL Express oferta ao mercado o espaço vago na aeronave, via agentes de carga. “Mesmo com o pouco tempo de operação, já estamos muito satisfeitos com os resultados alcançados. O novo avião permite oferecermos confiabilidade aos nossos clientes, pois garantimos a entrega”, explicou Claudia.
Ela diz isso lembrando dos problemas recentes que impactaram todo o mundo e trouxeram incertezas ao mercado. Durante a pandemia houve muitos cancelamentos de voo e redução da oferta. E, ainda, há os lockdowns na China, o aumento do preço dos combustíveis, a alta da inflação e também do frete marítimo, que ajudaram a DHL Express a decidir pelo investimento no cargueiro próprio.
Viracopos
Maior aeroporto de cargas do país, Viracopos vai receber parte dos investimentos anunciados. Serão aportados R$ 40 milhões, nos próximos anos, para aumentar a capacidade de operação dos serviços de exportação. O aporte torna a DHL Express a primeira empresa a ter armazém alfandegário próprio no Brasil, o que permitirá ter o total controle sobre a cadeia logística das remessas no desembaraço da importação formal.
Claudia explicou que o TECO – Terminal Courrier da DHL Express no aeroporto de Viracopos foi habilitado a desembaraçar cargas formais de importação, ou seja, com valor acima de 3 mil dólares, o que antes só era feito no TECA – Terminal de Cargas. Com isso, o tempo de trânsito, que era de quatro dias no TECA, foi reduzido para um dia e meio no TECO. “Foi um grande passo ter um miniterminal de cargas dentro do TECO, pois ele permite uma economia enorme de tempo na importação”, ressaltou Claudia. E todo esse processo agora será feito para a área de exportação. Hoje, 100% da exportação é feita pelo TECA.
Expansão
A empresa também está investindo quase R$ 3 milhões para abrir ou ampliar lojas da DHL Express em diversas cidades do país, como Florianópolis e Itajaí, em Santa Catarina, e Vitória, no Espírito Santo. Ainda no Espírito Santo, outros R$ 3,5 milhões foram investidos na ampliação da filial na cidade de Serra, região metropolitana da capital capixaba, para aumentar a capacidade de atendimento. A DHL Express possui 16 lojas próprias com mais de 450 parceiros e 19 filiais.
A companhia anuncia, ainda, o desenvolvimento de um hub regional em Recife, para atender à Região Nordeste, rica em atividade industrial e com perspectivas de aumento de consumo. Por exemplo, o que é coletado em Salvador vai até Recife, e de lá é distribuído para outras localidades. “Estudamos a criação de outros hubs regionalizados, sendo um deles no Sul”, disse Claudia. Atualmente, a operação é toda centralizada em São Paulo.
O plano de expansão inclui a abertura de 25 novas lojas próprias no país nos próximos anos, com foco em pessoas físicas e empresas de pequeno e médio porte interessadas em ingressar no mercado internacional, que foi alavancado pela pandemia. As operações com lockers, os armários inteligentes, também estão em desenvolvimento. Já foi realizado um piloto no Rio de Janeiro e agora será feito outro em São Paulo.
ESG
Na área de ESG, a DHL Express vai eletrificar a frota de carros e motos, em até 60%, até 2025. Outro destaque é a parceria de R$ 2 milhões com a ONG Sobrasa, que atua na prevenção a afogamentos no mar e em águas doces. A empresa também estuda a implantação de painéis solares em todas as suas filiais, assim como foi feito na unidade de Vitória.
Vale a pena destacar o uso de lona com ganchos no lugar do plástico shrink para embalar paletes e proteger a carga. Solução reutilizável desenvolvida no Brasil, alcançou visibilidade em nível global, reduzindo o consumo de plástico.
A empresa também aproveita as placas de madeira usadas nos paletes aéreos para confecção de móveis, como um banco que está disponível no Espace Center, sem utilizar qualquer tipo de cola.
ESPECIAL
Hub logístico
O hub logístico da DHL Express, localizado no Espace Center, opera ininterruptamente, atuando em 45 rotas com 63 carros, entre Sprinters médias e longas e Fiorinos, sendo um veículo elétrico, além de 10 motos elétricas e um carro especial para transporte de biológicos.
As cargas movimentadas são as mais variadas possíveis, principalmente dos setores de e-commerce e energia, com grande demanda B2B. “Realizamos toda urgência de entregas no Brasil, além de exportação expressa de cargas grandes”, disse Claudia.
A DHL Express conta com roteirização inteligente para entregas e coletas, tendo todas as informações relacionadas a rotas enviadas eletronicamente. A Torre de Controle Logístico é responsável pelo monitoramento real time.
No hub, parte da carga segue para as filiais via parceiros de transporte, enquanto outra parte segue para entregas e coletas na região. Um posto avançado das companhias aéreas facilita todo o processo para as mercadorias destinadas a aeroportos.